O Coruja

O Coruja Aluísio Azevedo




Resenhas - O Coruja


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Beatrice.Souza 19/02/2023

O coruja e os que sofrem
O coruja, obra de Aluísio de Azevedo, foi publicado em 1889. Aluísio foi um escritor de romances, contos, crônicas e tantos mais como de regra dos letrados do período. Sua obra mais famosa certamente é O cortiço, comumente mencionado nas escolas brasileiras, mas temos aqui uma obra menos conhecida, mas não por isso menos interessante.
O livro creio que possamos dividir em atos como peças de teatro, indicaria que há ao menos três deles que se convergem com os atos da vida. O primeiro é o nascimento, infância e crescimento, ou melhor, a apresentação da obra, de nossos personagens, suas características. Vamos conhecendo o mundo e as pessoas juntamente de André, o Coruja, e Teobaldo. Dois meninos tão inseparáveis quanto diferentes um do outro. No segundo ato já os conhecemos, estamos familiarizados com suas peculiaridades, não achamos mais estranhos os modos dos dois homens, mas começamos a ser envolvidos por outras camadas das ações desses dois amigos, como a vida de ambos é transformada de acordo com as intenções e ações ou por vezes pela falta delas seja para o bem ou para o mal. Não é preciso dizer que essa segunda fase correlacionar com um momento mais maduro da vida, ou melhor com aquele momento que percebemos que precisamos e devemos ser mais, mas nem sempre conseguimos. E por fim, temos o fim. O terceiro ato foi o que mais me incomodou e mais me frustrou. Não a toa, ele é o fim, e nem sempre o final é como desejamos, como cremos ser o mais justo e correto.
Não é de minha intenção dar os famosos spoilers mesmo que O coruja tenha sido lançado a um bom par de anos, mas é uma obra ainda pouca conhecida e que merece a leitura de mente aberta para que você se envolva com a narrativa, com as suas vidas. Aluísio de Azevedo não criou somente duas vidas, mas um micro cosmo da sociedade brasileira, é certo que o meu desgosto pelo final não é por conta do fim em si, mas muito provavelmente pelas similaridades desgostosas com a vida. Pois, mesmo sendo uma publicação do fim da década de 80 do século XIX, carregada com os preconceitos e qualidades da época, os seus pontos cruciais ainda são, ou ao menos deveriam ser, questões de reflexão.

Obs.: Certamente, é uma leitura extensa e cansativa, principalmente se não há o costume de ler outras obras do período. Mas, é uma leitura que vale o esforço, não há a necessidade de ler em um dois dias, pelo contrário, creio que é importante uma leitura mais calma, pois além de um texto por vezes denso é a intenção do autor te fazer questionar certos tópicos levantados. Portanto, se divirta com moderação.
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Rosiene5 28/11/2021

Uma obra prima de Aluísio Azevedo
Duas crianças, duas vidas distintas, duas naturezas opostas e que um dia o destino os juntam.
André, o órfão, o feio, desajeitado e deselegante, sua presença incomodava por si só. André era de caráter raro, de bondade única, sem esperar única recompensa por isso, sua vida era passar despercebido pela multidão. André inteligente, curioso, bom, metódico, trabalhador árduo e ainda sim nunca era amado e o por que? Pois carregava o peso da feiúra e do acanhamento. Do outro lado temos Teobaldo, filho único de pais ricos, bonito, desinibido e carismático, Teobaldo cresceu com tudo aquilo que homem pode desejar: amor, beleza, riqueza, bajulações e com um leque de oportunidades para seguir carreira, mas Teobaldo não tinha talento, não tinha bondade, levou uma vida de extravagâncias, sem conseguir amar ninguém, Teobaldo mesmo na falência tinha crédito e bajulações e porquê? Porque este era belo, carismático, habilidoso nas palavras e mantinha sempre as aparências.
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Mp28Rangel 09/07/2023

Clássico da literatura brasileira.
O Coruja se inicia contando a história de André, um menino um pouco tímido e de poucas palavras e considerado pelos outros de feio, sendo apelidado de uma forma pejorativa de Coruja. A história também narra a vida de Teobaldo, que é totalmente o oposto de André, porém, vem a se tornar o seu único amigo.
A narrativa se desenvolve da infância desses dois meninos até a vida adulta de ambos.
É uma história muito bem desenvolvida de drama e uma certa melancolia que se passa no século XIX no Brasil.
Gostei muito do livro.
Considero uma leitura para maiores de 14 anos.
É possível encontrar ele de forma gratuita no formato digital na Amazon.
Obs: Foi minha melhor leitura neste ano até o momento.
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Alan.Belido 04/02/2022

Quem lê Aluísio Azevedo quer ser triste.
Brincadeiras a parte, todas as obras do gênio são melancólicas, trazem impregnadas em si sempre uma tristeza que em cada livro se manifesta de uma forma.
O Coruja é uma leitura incômoda, pois muito reflete os hábitos da sociedade, muito diz a respeito de sua moral e ética.
Os sentimentos que o livro desperta ao acompanhar a vida toda de André e Teobaldo se contrapõe dentro do enredo, abandono e proteção, pobreza e opulência, beleza e feiúra, bondade e maldade, seguem grande parte do caminho de mãos dadas e no final se transformam na mais pura tristeza.
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