indyr 30/03/2024
Notas de rodapé
Comecei um desafio para me instigar a conhecer mais clássicos da literatura e senti que não poderia ter começado de forma melhor.
Claro que conheço o filme e já havia tentando ler o livro, porém não entendi muito bem a estrutura da narrativa (por se tratar de uma peça teatral) e desisti. Dessa vez ouvi o audiobook, o que tornou a experiência muito mais prática e emocionante. Isso porque ao ter um narrador, consegui organizar melhor na minha cabeça o que cada parte daquela peça significava.
Agora sobre a história. Além de ser muito engraçado, extremamente bem contruído e muitíssimo intelegente, é cheia de significados e, principalmente, de compaixão. Compaixão por essa gente sofrida, que não tem ninguém além da Compadecida que rogue por eles!!! E aqui temos um grande ponto...
Eu nunca havia refletido sobre o porquê do título do livro ser "Auto da Compadecida". Em um primeiro momento, eu acreditava que a história girava em torno de Chicó e João Grilo, mas agora, eu vejo que todo o enredo do texto é construído para nos levar ao grande momento que Nossa Senhora aparece. E que momento precioso, a escrita de Ariano Suassuna é impecável!
Eu tenho extremo apreço pelo autor, pela construção da história e pelo assunto. E amo que posso ler essa OBRA DE ARTE tal qual como ela é, sem precisar de uma tradução que não remete exatamente o que o autor quis dizer. Fico muito feliz de consumir textos nacionais e reconhecer o poder que eles tem!