Amy 14/12/2011[Introdução]
É um livro que ganhei de cortesia da Editora Dublinense e que tem o gênero que me agrada e o hibridismo que existe nele é bem interessante pois mal se nota espaços e situações bruscas. É continuo, linear e sem palavras soltas. Estão no lugar e muito bem montadas.
Gustavo Machado e a obra
Gustavo Machado é jornalista. Nasceu em Porto Alegre, em 1970. E sua obra Sob O Céu de Agosto é a primeira e eu espero que de muitas.
Em 2003, na sua primeira versão, recebeu uma menção honrosa no I Prêmio Casa de Cultura Mario Quintana.
[Diagramação]
Ela é bem confortável, o livro é composto de páginas amareladas e a cada capítulo começa do lado direito.
A fonte está no tamanho adequado e a capa como puderam ver é bem interessante e faz todo sentido quando se começa a ler o livro.
[Narrativa]
Ela tem uma estrutura contínua, como falei anteriormente, ela poucas vezes “escapa” (dispersa). Tem um desenvolvimento interessante e uma conclusão bem inesperada. É um livro que mexe com o psicológico de quem lê, pois aborda temáticas um pouco duras mas que são trabalhas de modo brando. Com o decorrer dos capítulos vai se sentindo mais à vontade e sente a necessidade de ouvir Otto e o que o levou a situação inicial do livro.
[Personagens]
Otto, protagonista e narrador. Porém é notável o pessimismo e o conformismo o qual ele vive. Beirando os 30 anos, é um cara comum como aquele que encontramos nas ruas, que tem problemas e que nem sempre corre atrás do necessário para sobreviver, espera que algo aconteça e acontece. Seja algo bom ou ruim, acontece.
Teo, melhor amigo (único?) de Otto. Consegue o emprego no Centro de Cultura Popular para o amigo, só que para o leitor ele não vai se mostrar alguém muito amigável, é claro que Otto é quem narra a trama, sendo assim pouco podemos explorar o universo desse personagem que literalmente aproveita-se do cargo que possuí embora venha com discursos de que o mundo devia ser mais igualitário.
Sophia, embora Otto a mencione muito e faça quase tudo por ela. Não achei alguém que seja atraente ou simpática. Parece imatura e deprimida. Não valeria tanto esforço. Mas o que o um corpão e poucos diálogos façam com um homem?
Bertha, é um personagem que mais me cativou durante a trama. Mesmo sendo uma coadjuvante no enredo, ela não é posta de maneira ofensiva (a relaçã entre Berta e Otto). Berta é cativante e prendada. Muito adulta embora tenha somente 15 anos. Ela parece mais velha que Otto em quase todos os momentos. Parece mãe do mesmo. Zela pelo mesmo de maneira carinhosa e totalmente intencional.
[Momento Favorito]
O momento favorito foi meio diferente dessa vez. É uma imagem conceitual de um momento que me chamou atenção particularmente. Pois estou fazendo o curta metragem do TCC e esse momento usarei para dar continuidade a uma cena específica do filme. Não se trata dos mesmos personagens (no filme, será uma cantora e um pintor que se encanta com a voz e o jeito da cantora em uma de suas apresentações num barzinho), mas há esse encantamento e acho que ele funciona muito bem. É um momento simples, comum porém muito importante na narrativa que irá se desprender. É o começo de um desenrolar. A partir desse momento desse encanto, desse magnetismo a situação já não é mais a mesma. Somos levados a outro patamar.
“Uma voz me chamou atenção. Não era expressiva. Nem propriamente bela, como a de Berta. Mas tinha uma coisa diferente, talvez na divisão silábica, na entonação desesperançada ou constrangida, mas, no fundo, com vontade de convencer, agradar, encantar, cativar[...] [...] Nada de amor à primeira vista, mas foi um negócio instantâneo. Imediato. Mulher magnética. Senti uma vontade incontrolável, um desejo premente de me aproximar dela.” – pág 41 e 42.
[Conclusões Finais]
É um livro muito interessante. Ele acrescenta no aspecto narrativo e temático. Embora aborte temáticas pesadas ele não propõe o escárnio e a chacota. Ele não dúvida da capacidade criativa do leitor. Ele não tenta impressionar ou propôr apenas um relato. Ele explora o enredo de maneira bem honesta e parcial.
Recomendadíssimo, afinal “imparcialidade” nós deixamos para a mídia!
LINK DA POSTAGEM: http://thislovebug.net/macchiato/eu-li-sob-o-ceu-de-agosto-gustavo-machado