JanaAna90 29/10/2023
O último livro da trilogia do tempo e o vento, denominado de o arquipélago, trás um sabor doce de finalização de um longo ciclo vivido e ao mesmo tempo um sabor chamado saudade. Sentirei falta dos personagens, das histórias de vida e luta de cada um deles, sentirei falta da escrita de Erico, do seu humor, do seu relato histórico do Brasil (mesmo que em alguns momentos pareciam cansativos e chatos), sentirei falta até do Dr. Rodrigo Cambará, personagem que tive muita raiva ao longo do livro.
Assim como nas demais obras, vemos a história da família Terra e Cambará, agora na sua derrocada, como também a continuação da história do Rio Grande do Sul. Percebo que o autor nos mostra a vida social, política e cultural da época, a partir da família dos Terra Cambará.
É interessante perceber que o título - O Arquipélago - faz referência à ideia de que o tempo e nós, seres humanos, somos como um arquipélago, com diversas ilhas isoladas que representam momentos distintos na história. Cada capítulo do livro é um fragmento desse arquipélago, proporcionando uma visão panorâmica da história do Rio Grande do Sul e da evolução dos personagens da família Terra Cambará.
Através dos personagens, conseguimos nos identificar com suas histórias de lutas, suas paixões, amores, intrigas e conflitos pessoas, tão comuns na vida real. O que Erico faz é transformar os personagens fictícios em pessoas da vida real, de tão bem escrita é a obra.
Em alguns trechos da obra, as longas conversas sobre política, a insistência do autor em explorar algumas questões políticas e sociais às vezes chegava a ser cansativo (pra mim), porém nada que tirasse o brilho da maravilha que é a construção dos personagens e toda a obra. Sentirei falta desses diálogos, no final de tarde ou as noites no Sobrado de Santa Fé.
Realmente o livro é tudo o que ouvi falar e um pouco mais. Um verdadeiro calhamaço que vale a pena ser devassado.