Vida à venda

Vida à venda Yukio Mishima




Resenhas - Vida à Venda


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Nandara.Secco 26/03/2021

Você é apegado à vida?
Meu primeiro contato com a literatura japonesa, e como comecei bem, não é à toa que Mishima já foi considerado a ganhar o Nobel, que mestre, ou melhor... Um samurai, já que o autor era um grande admirador das tradições milenares da cultura japonesa, especialmente da conduta de honra desses guerreiros, o Bushidô, nada mais justo do que dizer que, tal como uma espada afiada, suas palavras nos dilaceram, cindem, separam-nos do que éramos antes de lê-lo e depois.

Em Vida à venda, fazemos uma viagem ácida e divertida sobre o valor da vida e da morte, mas, longe de ser um livro enfadonho e pesado, causa-nos um fascino, prende-nos com bons ganchos, reviravoltas, personagens fantásticos, tudo com a grande capacidade de nos causar reflexões sobre as escolhas que fazemos para garantir que continuemos vivos. Por que damos valor à vida? Quais são os sentimentos que nos prendem em situações que, por vezes, são incompatíveis com a vida?

Esse livro não vai te fazer entender o sentido da vida, mas, com certeza, te fará compreender o medo da morte e, principalmente, chegar a angustiante verdade: não temos controle de nada, por vezes, nem de nossa própria vida.
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Paulo 26/04/2021

Entre o comércio e a loucura
Mishima trabalha no limiar da sanidade. Quando o protagonista resolve por a própria vida à venda, acaba abrindo portas para uma série de situações que beiram a realidade. Pessoas que compram sua vida com o ensejo de realizar desejos escusos que naturalmente os levariam a sua morte. Mas acontece que ele vive. E continua a viver. E é obrigado a conviver com a escolha de fazer da própria vida um comércio. É obrigado, enfim, a entender quão pouco controle temos sobre nós mesmos. Gostei demais!
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jafnaldo 18/02/2024

Se Camus tivesse lido esse livro, acho que ele diria que seria uma das grandes representações da experiência do sentimento do absurdo
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Rebecca.Valenca 08/08/2021

Original e criativo. A escolha do tema e o desenvolvimento do livro, surpreende. Acompanhamos as aventuras do personagem principal, que, literalmente vende sua vida para pessoas totalmente estranhas.
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Cássia 19/08/2020

"Vendo minha vida", assim foi o anúncio que Hanio pôs em um jornal, tendo que a existência, para para ele, nada tinha significado. Alguns interessados logo apareceram: um marido, bem mais novo que a esposa, que procurava vingança, uma mulher que procurava colocar à prova um experimento de um livro que contrabandeara, uma vampira que queria seu sangue... a vida ou a morte como objeto de mercado.
O livro possui uma narrativa dinâmica, quase uma novela, que não nos deixa desligar da leitura.
Depois de conhecer a biografia do escritor, veio a curiosidade sobre os demais livros por ele escritos, que o farei em breve,assim espero, caso não comprem minha própria vida. Afinal,quase não a pomos à venda todos os dias?
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Lusia.Nicolino 30/12/2020

Você pode vender o que é seu. Defina seu.
Vida à venda foi publicado originalmente na revista Weekly Playboy do Japão entre maio e outubro de 1968. E, nosso personagem, Hanio Yamada, é um publicitário de 27 anos, entediado e que, após ler o jornal e ver nele mais do que letras, decide se matar.
Organiza suas últimas horas: compra sedativos, vai a uma longa sessão de cinema, vai a um bar, onde chega até a confessar suas intenções, o que só provoca risos e, então, toma o último trem, no qual pretende chegar morto ao final da linha. Mas, não dá nada certo e ele muda a sua estratégia: faz um anúncio pondo sua vida à venda. A partir daí, viverá situações inusitadas, encontrará personagens diferentes e misteriosos. Quanto cada um pode pagar e porque ele consegue vender sua vida tantas vezes? O que é volúvel, o que é sublime, o que é capricho, o que é verdade? Como os animais cruzam as linhas dessa narrativa? Em que ponto dessa jornada o seu caminho poderia encontrar-se com o caminho de Hanio?

Quote: “A sensibilidade usual de Hanio retornava aos poucos – aquela posterior à tentativa de suicídio que o levara a ver irrealidade e mentira em tudo. Quando se vive em um mundo como este, tristeza ou alegria deixam de existir. Tudo é envolvido por um contorno difuso, e a ‘incoerência’ incide noite e dia sobre a vida com a brandura de uma iluminação indireta.”


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Andieplacido 17/10/2021

A vida tem algum valor?
Acredito que essa é a pergunta que o livro nos faz constantemente. O que torna a vida valiosa e o por quê dela ser dita como tal. Hanio é um bom protagonista, ele entrega tudo o que um bom prota percisa. A sua evolução de mentalidade, e como ele, aos poucos, vai mudando, é o que vale a pena na leitura. Porém, não acho que seja um livro para qualquer pessoa. Não é um livro simpático e que possui muito sentido. Muita coisa acontece, e isso ocorre de uma forma muito nada haver. As opiniões do autor se tornam fortes nessa obra, o leitor consegue entender o seu desprezo muito bem, o que também é interessante. Dei 3 estrelas pela diversão que o livro me trouxe que alguns momentos, é aquele humor bizarro.
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Toni 26/05/2022

Leituras de 2022

Vida à venda [1968]
Yukio Mishima (Japão, 1925-1970)
Estação Liberdade, 2020, 256 pág.
Trad. Shintaro Hayashi

Sendo esta a sexta obra que leio do Mishima, muito me surpreende que nunca me tivesse passado pela cabeça que ele fosse capaz de escrever um romance noir. Após “Vida à venda”, no entanto, parece-me não só evidente como inescapável que o autor de “Confissões de uma máscara”, “Cores proibidas” e “O pavilhão dourado” conseguisse, em algum momento, reunir neuroses, depressão, crítica social e zeitgeist em uma espécie de thriller estapafúrdio (mas convincente) que seduz e nos faz virar as páginas com avidez.

Neste romance somos apresentados a Hanio Yamada, um jovem publicitário desencantado com a falta de sentido no mundo em que vive e que decide colocar a própria vida à venda após uma tentativa malograda de suicídio. Certo dia, escreve num classificado: “Vendo minha vida. Use-a como quiser.” O anúncio logo atrai à sua porta uma galeria de personagens estranhas, com suas próprias histórias bizarras que mais parecem tentativas de fuga de existências mesquinhas, enfadonhas ou desencantadas. Em contraste com o ritmo seguro da narrativa, Mishima compõe personagens de maneira quase abstrata, com contornos bem definidos mas pouca clareza, movimentando-se no claro-escuro de cenas que ora lembram sonhos, ora assemelham-se a pesadelos, mas sempre flertando com o nonsense.

O risco narrativo de “Vida à venda” trata ironicamente da passagem de uma pulsão de morte para o instinto mais arraigado de sobrevivência. No entanto, reduzir o romance a isso seria bobagem. À medida que parece descrever uma sociedade exaurida pela superficialidade de todas as coisas, e escancara nosso adoecimento moral pelo trabalho e pela facilidade com que somos substituídos como peças de um maquinário, o romance também é crítico da postura desapaixonada e indiferente de Hanio. Como bom romancista que é, Mishima não mostra como desatar esses nós, mas nos faz ver onde eles apertam mais.

#yukiomishima #vidaavenda #estaçãoliberdade #romance #literaturajaponesa
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leilakelly 12/01/2022

uma grata surpresa
um cara que decide vender a própria vida depois de uma tentativa de suicídio mal sucedida. essa sinopse parece promissora? pra mim pareceu.

o livro tem um enredo super amarrado. a gente cria vínculo com todos os personagens, não só com o principal.

um livro muito doido. sem sentido. divertido. assustador. filosófico. igual a vida que eu não quero vender. recomendo
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Carolina 03/10/2023

Eu esperava um pouco mais.
"Vida à Venda" foi um dos últimos romances de Yukio Mishima e a obra retrata a vida de Hanio Yamada, um publicitário que, acometido por um tédio mordaz, decide se matar. A tentativa de suicídio é malsucedida, mas Hanio não consegue se libertar do vazio e do desprezo que sente pela vida. É então que ele decide anunciá-la em um jornal: "Vendo minha vida. Use-a como quiser."

A escrita do Yukio é bastante fluida e foi bom de acompanhar, no sentido de ler e sentir os capítulos, acabou passando de uma forma bem leve. Mas a história em si não me prendeu. Em alguns pontos eu fui ficando um pouco entediada, assim como Hanio em relação a sua vida. Consegui pegar as referências, entendi todos questionamentos sobre a vida e a morte, desde o significado da mesma. Mas pra mim, pelo menos agora, não funcionou muito bem.
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Diego Rodrigues 09/12/2022

"Vendo minha vida. Use-a como quiser."
Nascido em Tóquio, em 1925, Yukio Mishima é um dos principais nomes da literatura japonesa do século XX. Além de romancista, atuou também como poeta, crítico, ensaísta, dramaturgo e ator. Sua obra explora temas como a sexualidade, a morte e a solidão, além de tecer diversas críticas a sociedade japonesa. Concorreu ao Nobel de Literatura e travou amizade com Yasunari Kawabata (há até um livro que reúne a troca de correspondência entre os dois escritores). Opositor fervoroso da ocidentalização do Japão no pós-guerra, tentou incitar um golpe militar a favor do Imperador em 1970, quando invadiu um quartel com seu grupo paramilitar Tatenokai. Sem apoio, acabou cometendo o seppuku, tradicional ritual suicida dos samurais.

Publicado originalmente em 1968, "Vida à Venda" foi um de seus últimos romances. A obra retrata a vida (ou a não vida) de Hanio Yamada, um publicitário que, acometido por um tédio mordaz, decide se matar. A tentativa de suicídio é malsucedida, mas Hanio não consegue se libertar do vazio e do desprezo que sente pela vida. É então que ele decide anunciá-la em um jornal: "Vendo minha vida. Use-a como quiser." E esse estranho "comércio" acaba atraindo uma pá de personagens peculiares: o marido que quer se livrar da esposa infiel, uma bibliotecária na posse de um livro misterioso, um estudante em busca de ajuda para a mãe enferma e por aí vai...

Ao contrário do que se imagina, a obra não é de toda sufocante e nem desprovida de humor, embora tenha um tom fatalista. Através das andanças do nosso protagonista, o autor investiga as complexidades da vida e traz à tona a seguinte questão: qual é o sentido da vida? O conflito "indivíduo vs sociedade" também entra em cena com o nosso protagonista sofrendo da mais completa inadequação. Não sei até que ponto foi uma influência direta, mas é possível encontrar alguns traços da chamada "literatura do absurdo", com o personagem passando a maior parte do romance preso a uma espécie de labirinto psicológico (Kafka) e demonstrando uma total indiferença a tudo e a todos (Camus).

Que os japoneses são donos de uma sensibilidade ímpar, isso não é novidade pra ninguém. Mas Mishima, sem dúvida, está entre os mais sensíveis que já li. A melancolia vira arte em suas mãos e como resultado temos aqui uma obra poética, irônica, com um leve toque de realismo mágico e que mergulha no âmago da condição humana. Sim, é um livro triste e pessimista (obviamente, possui gatilhos), mas é também uma obra de arte!

site: https://discolivro.blogspot.com/
@quixotandocomadani 12/12/2022minha estante
Acredito que a grande parte da graça do livro esteja nesses personagens peculiares. Que somos nós... No nosso dia a dia né... Maravilhosa a resenha e os temas a abordados, interessantíssimos!.


Diego Rodrigues 12/12/2022minha estante
Os japoneses têm uma visão muito diferenciada do cotidiano, parece que prestam a atenção naquilo que está bem diante dos nossos olhos mas que poucos percebem.. E eu adoro isso neles!




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Rosie 24/02/2024

VENDO MINHA VIDA. USE-A COMO QUISER.
Essa é uma obra do Mishima que mais me deixou viciada.
Sou suspeita à falar desse autor, pois tudo o que li dele até agora foram de uma experiência única, ao ponto de se tornar meu autor japonês favorito.

O formato de escrita nessa obra é diferente - algo que sempre me surpreende nas obras do Mishima é que ele tem vários meios de montar uma história, nenhuma até agora é parecida com a outra. É um jeito único para cada uma.

Passei muitos momentos apaixonada pelo Hanio, o que se tornou um dos meus personagens favoritos do autor - meu primeiro é o Shinji de "Mar Inquieto". Além disso, vemos os personagens que "compram" a vida dele e o que gosto de chamar "maldição" que segue cada personagem que Hanio precisa lidar após a venda de sua vida.

Devo dizer que achei surpreendente a personagem "vampiresca" nessa narrativa. Não estava cogitando que Mishima escreveria algo um pouco, talvez, "sobrenatural??". A última personagem desse livro me deixou um tanto quanto "ansiosa??", talvez Hanio realmente precisasse dela para entender sua própria relação com a vida.

Não estava esperando o final que nos foi dado, mais surpresa pois achava que teríamos o final que a Leiko estava à comentar diversas vezes. Eu já tinha até esquecido e descartado o real motivo para esse final. Achei um pouco ilógico, mas Mishima era um homem fanático na questão de política, então não se deve ignorar pequenos detalhes de sua verdadeira face em suas obras.

Ao mencionar esse ponto, não percebi mais facetas do autor-personagem nessa obra em específico como nas demais já lidas. Tivemos mais o personagem, algo que só acredito ter visto em "Mar Inquieto" seu único romance. Além disso, pequenas partes onde o autor menciona o sensual + dor (famoso sadomasoquismo que está bem presente em suas obras desde o começo) aparecem e são de certa forma muito bem escritas e profundas.

Aqui também deixo um comentário, quem leu outras obras do autor irá conseguir entender pelo menos um pouco essa pulga atrás da minha orelha: Mishima tinha algum vínculo com gatos. Um vínculo meio para o lado agressivo, mas mesmo assim tinha algum. Fotos antigas também mostra o mesmo com alguns gatos... Enfim, delulu da minha cabeça.

"Noite que ruge à distancia sem fazer o que é dormir. Monstruosa frustração da grande metrópole de dez milhões de pessoas que ao se encontrar proferem sempre à guisa de cumprimento: "Que tédio, que tédio, que tédio, não há nada interessante?" Multidão de jovens da noite que se agita feito plâncton. A insignificância da vida. A extinção da paixão. A inconstância da alegria ou tristeza, tal como goma de marcar que, mastigada, perde logo o sabor, prestando-se apenas para terminar cuspida à margem do caminho..."

Obrigada por ler tudo até aqui!
Se cuide, bjss
:)







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