Pandora 21/07/2020
Ficção científica me dava aflição na adolescência e por muitos anos da vida adulta eu evitei sistematicamente. Hoje, depois de diálogos com pessoas como a @soterradaporlivros superei em parte essa aflição, mas percebo que não tanto, afinal, deixei a "Pomo" do Eryk Souza para ler por último, um ato falho que talvez reflita esses velhos sentimentos.
Em "Pomo" encontramos uma sociedade localizada muitas eras no futuro em um lugar que pode não ser nem mesmo a Terra que será abalada quando um dos seus habitantes encontra uma estranha personagem que coloca suas convicções em dúvida.
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Com maestria "Pomo" discute alienação religiosa, restrições a liberdade de pensamento e as muitas formas como algumas associações sociais, culturais, políticas e religiosas oprimem qualquer pessoa que duvide e procure suas próprias respostas para as suas próprias questões existenciais.
Sendo uma pessoa que cresceu em um círculo religioso castrativo (as vezes também caustrofobico) entendo perfeitamente o protagonista de "Pomo" e me identifico com ele. Mais um volume do #NarrativasPerifericas que me abraçou e acolheu nessa aventura distópica chamada quarentena.