Travessia

Travessia Walter Casagrande Júnior...




Resenhas - Travessia


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Dyonathan 21/12/2020

Casão concluiu sua travessia e chegou na outra margem do rio
"Sou o velho Casagrande de sempre, só que sem a droga da droga."

Que livro!

Confesso que derramei umas lágrimas quando estava finalizando a leitura. O último capítulo, "Fala, Casão!", onde ele dá seu depoimento pessoal sobre essa extraordinária travessia emociona. E o primeiro que fala sobre o choro que comoveu o Brasil na final da Copa do Mundo da Rússia, também. O seu depoimento foi emocionante: "(...) E, pra mim, essa é a Copa mais importante da minha vida! Porque eu tive uma proposta quando vim pra cá, quando eu saí do Brasil, que era chegar aqui pela primeira vez numa Copa do Mundo sóbrio, permanecer sóbrio e voltar para a minha casa sóbrio" (...) "Casão se rendeu à emoção e teve que interromper sua fala. A última frase já foi dita com a voz embargada: "Então, eu tô muito feliz...". O tratamento foi consolidado. Desde Outubro de 2015 Casão está limpo. Um tratamento que começou na clínica Greenwood em 2007, onde ficou um ano internado. E onde se internou, por iniciativa própria dessa vez, novamente em 2015. Galvão, amigo de longa data, disse após o depoimento de Casagrande, também emocionado: "Parabéns, Casa, que Deus te abençoe..."

Ver o Casagrande bem, no melhor momento de sua vida, após se afundar na dependência química, me enche de orgulho. Por ter lido os seus livros anteriores "Casagrande & Seus Demônios" e "Sócrates & Casagrande - Uma história de amor" sinto o tom de superação em relação as drogas aqui. Uma luta diária, mas onde Casão conseguiu empatar o jogo, como ele sempre diz. Me sinto até íntimo do cara, sem ter nenhuma intimidade com ele, por ter acompanhado toda a sua história ao longo dos últimos anos. Acho que é por isso que eu fico tão feliz em ver ele bem, sabe? Casagrande sempre foi um ídolo pra mim. Não só pelo futebol no Corinthians, na seleção, mas pela sua postura democrática sempre. Ele não tem medo de dar opiniões contundentes na maior emissora de televisão do Brasil.

Ao longo de todos os livros, tantas páginas lidas, descobri que temos muito em comum: ambos somos ansiosos e impulsivos muitas vezes, amamos facilmente e ficamos tristes da mesma forma.

Também tenho os meus Demônios. Não são os mesmos do Casagrande, mas estão ali. Assim como você, que está lendo essa resenha, talvez também tenha os seus demônios internos. Esses demônios podem não vir com a droga, o álcool e não são causados por uma dependência química, mas tem o poder de te jogar no chão tão quanto: Ansiedade, depressão, receios e uma crise de pânico são cada vez mais "demônios" na sociedade atual. Só quem enfrenta ou já enfrentou, sabe como é difícil. Da mesma forma que Casão empatou com a droga e saiu do jogo, eu fiz o mesmo em relação a crises de ansiedade, pânico, receios e depressão no passado. Sei que o importante é viver o presente e se cercar de pessoas boas e que me elevem para cima. É claro que ninguém consegue sozinho e a importância de ter feito terapia por um bom tempo foi fundamental para eu conseguir a retomada do prazer em atividades físicas, meditação, leitura, cinema, teatro, etc. Acho importante dar esse recado: Tá tudo bem ser mais sensível, mais emotivo, ter receios que para os outros são ridículos, mas para você são gigantes. Tá tudo bem em ter uma crise de ansiedade (ou várias), mas busque ajuda, faça terapia e isso vai te ajudar com o seu comportamento e sua evolução como pessoa. Cuidar do emocional faz bem.
Tudo passa.

"Não posso nem quero alterar o que ficou para trás, porque tudo o que vivi deu origem ao homem que sou hoje."

Tem uma foto que é mostrada no Livro que eu gosto muito: Gilvan Ribeiro, Luiz Carlini e Casagrande erguem um brinde com copos de caldinho de feijão em um restaurante. E Gilvan escreve no fim da legenda: "Quem te viu, quem te vê, Casão..." Após ver ela, passa um filme de quantas vezes o Casão chegou no fundo do poço e como ele foi uma fênix que renasceu das cinzas em todas elas. Vários episódios tristes são narrados no primeiro livro principalmente, o "Casagrande & Seus Demônios", mas aqui também tem episódios que são pesados. Casão não consegue voltar no tempo e mudar tudo que viveu, no entanto o homem que ele é agora foi graças a ter superado todos esses episódios.

Finalizando sobre o livro, ele é exemplar: Desde os depoimentos dos amigos do Casa, e que também merecem um troféu, Paulo Miklos, Nando Reis, Branco Mello, Kiko Zambianchi, Nasi e Luiz Carlini até a atenção dada para o tema das acompanhantes terapêuticas, que são tão importantes no processo de recuperação de um dependente químico. A relação cada vez mais próxima do Casagrande com os filhos é linda de se ver. Destaco também o casal Casa e Baby do Brasil, o último enfrentamento com os Demônios que tem um capítulo incrível e a produção ESPETACULAR que Casagrande fez para o musical "Adonirando".

Talvez venha mais livros falando sobre a vida atual do Casa, sobre a aproximação com os netos e sua arte. Talvez não. Se não vierem, tudo bem. Walter Casagrande Júnior já conseguiu o seu mais importante título: Ele concluiu a travessia e chegou na outra margem do rio.
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Monica.Prupst 01/09/2022

Bem interessante
Gostei do livro
Não sei se é melhor do que o outro, pois não lembro se nada do outro
Tem partes chatas, partes pesadas (não sentido de fase difícil da vida) e teve partes muito legais
Gostei se ter vários depoimentos e te ter uma visão um pouco diferente dos dependentes químicos e do próprio Casagrande
Continuo achando ele um pouco chata, muito politizado, mas o livro mostrou que a batalha dele foi inacreditável e sensacional
Um verdadeira lição para quem desiste logo de cara ou acha que não é possível
Ele mostrou que é possível, mas que nada é feito sozinho
Vale a pena
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