Orador dos Mortos

Orador dos Mortos Orson Scott Card




Resenhas - Orador dos Mortos


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Robson 12/02/2013

Orador dos Mortos
E agora, milênios depois da derrota dos alienígenas, é o momento de Ender se defrontar com uma nova espécie inteligente – “os pequeninos” de Lusitânia, colônia fundada por descendentes de brasileiros, num mundo marcado por uma das mais estranhas e originais ecologias alienígenas da ficção científica. Os pequenos seres peludos vivem segregados dos humanos em Lusitânia, para protegê-los da contaminação cultural. Mas os muros começam a se desfazer quando um antropólogo humano que os estudava é morto de maneira cruel.


A morte, ela é o principal tema que será desenvolvido ao longo da história, sem pudores, estigmas ou preconceitos que a cercam.


O que aconteceria a Ender após o extermínio de toda uma raça no “Jogo do Exterminador”? Enfim, o personagem agora já adulto e me atrevo a dizer “amadurecido”, chega ao planeta Lusitânia onde encontra uma cultura, uma ecologia, preceitos morais completamente diferentes dos seus, onde se dedica a fazer discursos sobre os mortos: e é nesses discursos sobre a morte de alguns personagens ao longo da história ou ainda o confronto para que se possa entender as problemas e as contradições morais que cercam os habitantes do planeta Lusitânia que Ender encontrará redenção para seus atos passados.


No ponto de vista do personagem (compartilhado) por mim, soa de certa forma vazio e enfadonho tentar atribuir a memória do falecido uma forma uma aura de “santo” ou simplesmente pintar a pessoa como o “pior dos vilões”. Isso é claramente notado por Ender, que se dedica completamente a “viver” a vida pregressa do morto pelos olhos dele mesmo, dessa forma, fica extremamente difícil para uma pessoa racional não concordar com os motivos e razões do morto para fazer tudo o que fez ou criticar a forma como a pessoa viveu, em outras palavras, fica difícil odiar ou até não sentir simpatia por uma pessoa ou não entender suas atitudes e sendo entendidas suas preocupações, anseios, moral e até a forma como ela encarava seus problemas, você é forçado a amar essa pessoa, precisa fazer isso, do contrário seu discurso sobre essa jamais seria verdadeiro.


Como muito bem observado por um personagem ao longo do romance, quando descobre que Ender é de fato o exterminador de toda uma raça. “Eu não acredito que você seja o exterminador de toda uma raça, tendo tal atitude com outras pessoas, você é capaz de fazer o que ninguém conseguiu na vida pregressa do morto, admirar e entender suas atitudes e motivações, ainda que para isso você tenha que mergulhar na vida dele sem reservas, de certa forma enxergar a vida através de seus olhos”. Aí fica fácil de entender a admiração de outros personagens que é nítida em relação à Ender, mesmo que esse ainda que inadvertidamente tenha destruído uma espécie inteira no passado.


Bom, basicamente o que eu disse e o que o livro passa de forma brilhante devido a aspectos variados: “Eu só queria que por um momento você enxergasse a vida através dos meus olhos”, você pode não gostar do que vai ver, mas terá uma experiência completamente nova, sairá verdadeiramente mais rico então.
Priscila Nonato 11/05/2014minha estante
O livro é parado ? Tem momentos de ação e estratégia como o 1° ou foca mais em filosofias ?


Robson 11/05/2014minha estante
então Priscila, do jeito que você espera por batalhas e tal, vai se decepcionar um pouco porque esse foca mais em filosofias, não que isso seja sinônimo de livro ruim mas... espero ter sanado sua dúvida


Amadeu.Paes 19/03/2015minha estante
Eu ainda estou lendo, não achei ele parado, achei ele "carola", realmente quem leu Ender´s Games e está esperando ação vai ficar decepcionado, ao menos, até o capítulo 9




Thiago 25/06/2023

Confesso que tinha uma expectativa muito grande, já que achei o primeiro livro muito bom, e talvez por isso tenha me decepcionado um pouco. O livro é completamente diferente do que esperava, é uma continuação apenas por ter o Ender e trazer um pouco dos acontecimentos. Ainda sim é um bom livro, mas na minha opinião, nem perto do primeiro. Assim como o primeiro, traz alguns bons pontos de reflexão.
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andwarf2004 25/05/2014

Uma continuação memorável
Quando li O Jogo do Exterminador, primeiro livro da saga de Ender, me surpreendi com a maneira que o autor construiu o personagem e achei muito interessante. Na sua sequencia direta - ou não tão direta assim, considerando o tempo entre os dois livros - Card consegue adicionar elementos únicos na história e mais uma vez nos conquista com ela.
O livro mostra a história de uma colônia chamada Lusitânia, que foi estabelecida em um dos muitos planetas agora habitados pelos humanos. 3000 anos se passaram desde a aniquilação dos abelhudos e nesse tempo, a humanidade conseguiu desenvolver tecnologia suficiente para conquistar novos mundos. Eles são controlados pelo Congresso das Vias Estelares. Em Lusitânia, uma colônia formada exclusivamente por católicos, eles encontram uma outra raça alienígena, chamados de "Porquinhos", que pode ser tão inteligente quanto os humanos. Com medo de que aconteça o mesmo que aconteceu no passado com os abelhudos, eles têm que estudar os porquinhos, ao mesmo tempo que não devem influenciá-los com sua própria cultura.
Paralelo a isso, Ender Wiggin agora vive em outro planeta e graças às constantes viagens na velocidade da luz, se mantém jovem, junto com sua irmã Valentine. Ele se transformou em um Orador dos Mortos, uma pessoa considerada sem religião pelas outras pessoas e que geralmente é chamada para falar a verdade sobre alguém que morreu. Ender ainda possui o casulo da rainha da colmeia, pois nesse tempo procurou encontrar um lugar adequado para ela, ainda sem sucesso.
Quando um confronto entre os porquinhos e humanos está prestes a começar, Ender é chamado para falar sobre a morte da uma pessoa e vê nesse planeta a possibilidade de fazer com que os abelhudos renasçam.
É interessante notar que Ender aqui já é um adulto, mas as consequências de seus atos 3000 anos antes ainda o afetam diretamente. Além disso, somos apresentados a novos personagens tão diferentes entre si e conseguimos nos identificar com eles.
Os porquinhos são uma raça única e muito interessante. Card consegue ir aumentando a tensão do leitor, ao mesmo tempo em que parece fazer com que a história desmorone e fiquemos aflitos com seu desfecho.
Desfecho esse que, a meu ver, foi satisfatório. Na verdade, acho que podemos considerar que essa história só vai terminar nos próximos livros. A primeira parte encerra com maestria e prepara o terreno para o próximo Xenocídio que, aliás, é o nome da sequencia.
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Gabriel 18/10/2020

O choque entre culturas
Orson Scott Card em "Orador dos mortos" imagina um planeta chamado Lusitânia, que foi colonizado por descendentes de brasileiros em um futuro distante. No entanto, o planeta não é desabitado, nele também vive uma espécie que foi nomeada como os "porquinhos", pelos humanos. Criaturas estas, dotadas de capacidade imaginativa, são muito inteligentes e também são consideradas racionais, porém, ainda se encontram em um estágio primitivo de desenvolvimento. Por essa razão, as trocas culturais entre as espécies foram proibidas, alegando-se que a corrupção humana não deveria chegar até os outros, dessa forma, foi criada uma cerca ao redor da cidade de Milagre, para separar humanos e porquinhos. A cidade tem esse nome, pois é governada por católicos, sendo assim, a sua população é majoritariamente católica. O clímax é atingido a partir do momento em que os Xenólogos (uma espécie de sociólogo ou antropólogo, não tenho certeza) Pipo e Libo, são mortos pelos porquinhos depois de ajudarem clandestinamente os mesmos. Por que os porquinhos fizeram isso, já que a única intenção desses humanos era ajudá-los em sua sobrevivência. Bem curioso, não é mesmo?

Vários conflitos surgem a partir da relação entre as duas espécies, obviamente, são muitos diferentes entre si, o que vai ocasionar vários choques culturais. Uma coisa muito interessante que achei, é a diferença que existe em relação a compreensão do que é a morte. Os porquinhos a pensam de uma forma totalmente singular. Também outra questão muito interessante é a respeito da biologia deles, que é totalmente fascinante e a ecologia do planeta é completamente surreal.

O livro tem uma perspectiva interessante pois, nesse caso, são os humanos que se encontram na posição de invasores. Nos filmes e livros de ficção científica estamos acostumados com os alienígenas chegarem até nós com suas poderosas espaçonaves. Diferentemente, são os humanos que colocam em risco outra espécie. São os humanos em um planeta completamente diferente da terra. Há um trecho em que um porquinho apelidado por humano, diz:

— Mas estamos mortos! — gritou Humano. Miro nunca o vira tão agitado. — Estamos sendo mortos todos os dias. Os humanos estão enchendo todos os planetas. As naves viajam pelo negror da noite, de estrela em estrela, enchendo todos os lugares vazios. Aqui estamos nós, em nosso pequeno mundo, olhando o céu encher-se de humanos. Os humanos levantaram sua estúpida cerca para nos manter do lado de fora, mas isso nada significa. O céu é que é nossa cerca!

Porém, o conflito central da narrativa, não é apenas o contato entre as espécies, mas uma série de questões que são vividas pelos personagens, o que demonstra que foi uma narrativa também preocupada com questões como: morte, perdão, religião, respeito, empatia, e muito mais. Além disso, são discutidos aspectos como a dilatação do tempo, inteligência artificial e consciência. Tem uma personagem que achei muito interessante - a Jane. Ela é uma inteligência artificial consciente de sua própria existência, podemos dizer que ela é humana. Ela surgiu aleatoriamente a partir de uma tecnologia, o ansible, que mantém a comunicação entre os cem planetas, estes que também foram povoados por outras colônias humanas. Sobre o processo de origem de Jane, destaco um trecho muito interessante:

“Num momento particular, sem que nenhum observador humano notasse, alguns dos comandos e dados disparando de ansible para ansible resistiram à regulação, preservaram-se inalterados, duplicaram-se, descobriram maneiras de se ocultar do programa regulador e por fim tomaram o controle dele, de todo o processo. Naquele momento, esses impulsos olharam para as correntes de comandos e viram não "eles", mas "eu"

É bem interessante o nascimento da consciência a partir desta perspectiva.

A princípio, pensei que este seria um livro que apenas conseguiria a minha distração, no entanto, durante a leitura me deparei com grandes reflexões filosóficas e também antropológicas. Sendo assim, o grande aprendizado que tiro desse livro é o seguinte: somos diferentes em todos os sentidos, de modo que ser diferente não é um mal a ser combatido, portanto, precisamos conviver do modo mais pacífico e respeitoso que pudermos. Só assim vamos conquistar as estrelas.

"Vocês nos dizem: precisamos ver todas as outras tribos da mesma maneira. Como uma tribo, nossa tribo, todos juntos, para crescermos, fazendo com que eles cresçam".

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CITAÇÕES INTERESSANTES:

“Descobriu, como muitos seres vivos já haviam descoberto, que decisões racionais são muito mais facilmente ditas do que feitas”.

“A doença e a cura residem em todo coração. Morte e libertação estão em todas as mãos”

“Os dois têm mais fidelidade à sua consciência do que as regras que os outros estabeleceram para eles. Um defeito, se o seu objetivo é manter a ordem, mas se o objetivo é aprender e adaptar-se, é uma virtude’

“Não sou eu quem vai desprezar os outros por seus pecados. Ainda não encontrei alguém perante quem eu não dissesse: o que eu fiz foi pior"
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Matheus.Andrade 10/06/2020

Talvez cada livro tenha mesmo um ritmo de leitura bem próprio. Alguns são para devorar, outros são para passar um bom tempinho... E Orador dos Mortos, segundo livro da saga Ender, deu uma boa freiada no meu ritmo, já que decidi não ler nenhum outro além deste.
E valeu a pena deixar esse pedacinho de vida pra essa história. Como toda boa de ficção científica, deixa a gente com a cabeça nos ares. Em evidência estão questões antropológicas e filosóficas: Como seria se colonizássemos outros planetas habitados? Como lidar com a distorção de idade que tripulantes sofrem ao viajarem na velocidade da luz? Só pra se ter ideia, o protagonista Andrew tem 3000 anos de idade, mas biologicamente tem 35.
Outra coisa viajada nesse livro é como o autor Orson S. Card usa quatro línguas na história, e a principal, dentro do enredo, é o português.
Esses são só alguns dos motivos pelos quais vale a pena dar uma chance para Orador dos Mortos. E eu nem li o primeiro livro da saga. Daqui um tempo estará em minha lista.
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Aribra 06/12/2013

Continuação de O Jogo do Exterminador é um livro fantástico e retrata o estranhamento de duas civilizações totalmente diferentes e incompreensíveis uma para a outra. O Exterminador Ender após 3 mil anos, sobrevivendo graças a imensas viagens espaciais junto com sua irmã acaba virando o Orador dos Mortos, aquele que vem conhecer alguém morto e contar sua história. O que ninguém sabe é que ele é o mesmo exterminador dos Insecta, primeira civilização de alienígenas que a humanidade encontrou e por desconhecimento de uma raça da outra acabaram em uma guerra de extermínio e os homens comandados por Ender acabam vencendo.
Agora ele precisa conhecer os Porquinhos, tipos humanos subdesenvolvidos que vivem em aldeias em um planeta colonizado por Brasileiros (isto mesmo) chamado Lusitânia (em homenagem aos nossos colonizadores portugueses. chamados porquinhos por terem o focinho característico dos porcos. A interação dos aliens porquinhos com a natureza é impressionante e vai dar muito o que falar para os humanos que não entendem o que está acontecendo.
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Gihwest 29/03/2022

Inspirador
eu não podia esperar menos dessa coleção, o primeiro livro já foi incrível e mesmo assim estou abismada de como essa obra é capaz de surpreender e te levar a um ou a todos os cem planetas.
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Gabriella 06/08/2022

Um pouco decepcionante... "o orador dos mortos teria que explicar a sua narrativa pessoal - o que eles pretendiam fazer, o que eles realmente fizeram, o que eles lamentavam, do que eles se orgulhavam de terem feito (...) na hora da morte, é a única histór
O primeiro livro da saga, Ender's Game, foi uma experiencia belíssima para mim: acho o livro original, inteligente, interessante, com drama na quantidade suficiente, plot twist, ação, um personagem a qual ficamos completamente envolvidos... e era com essas expectativas que eu fui pro segundo livro da saga, mas acabei decepcionada (até porque, li que esse era ainda melhor que o 1).
A ideia da estória e o potencial dela é ainda melhor que o do 1 livro, aqui vamos abordar sobre o conhecimento de uma nova raça alienígena, os porquinhos - assim chamados, que vivem em um planeta habitado por quase nada além deles e brasileiros de uma pequena colônia. As duas espécies são isoladas através de uma cerca, a qual somente os xenologos (que estudam os porquinhos) podem ultrapassar. Porém seu estudo e intervenção é extremamente limitado, foi determinado que eles eram proibidos de até mesmo mencionar qualquer coisa que pudesse trazer aos porquinhos alguma mudança de cultura, não podiam fazer perguntas diretas ou até mesmo perguntas indiretas. Quando os porquinhos cometem uma atitude que nunca antes cometeram e que ninguém esperava, ai é que se da todo o plot central do livro.

O livro começou muito bom! Eu fiquei fascinada nos primeiros capítulos, até que temos uma passagem de tempo que me decepcionou um pouquinho (eu acho que preferia que o autor tivesse tomado um rumo diferente ai) mas mesmo assim continuei adorando a estória.
A partir do meio pro fim, eu fui desgostando das coisas:

- O autor resolve inserir outro drama, que pro fim do livro toma o lugar do plot central - o que ai já me irritou, porque quando chegamos a finalmente descobrir as coisas, quando finalmente o livro chega onde queríamos, pula pro plot do drama familiar. O maior problema pra mim foi que o autor colocou um plot de violência domestica e eu não acho que ele tratou com a sensibilidade que devia. Temos uma mulher que era uma personagem no começo, foda para um 🤬 #$%!& , que prometia tanto, mas ao invés de cresce-la, foi transformada em alguém que precisa ser salva (adivinhem, por um homem), com pensamentos de auto-humilhação até demais e uma culpa que não foi tirada totalmente dela, que não fez nada de errado.
Já o personagem autor da violência, apesar de ser responsabilizado, tem uma passada de pano ali. Eu entendo sobre explicar a estória de alguém e como agressores muitas vezes vem de toda uma criação e traumas e próprios abusos sofridos; mas esse não foi o ponto que o autor passou: o agressor sofria de amor não correspondido kkk fala serio! O agressor é justificado, "agiam mais como cães, do que * jamais agiu" (ou seja, o agressores do homem são monstros mas o agressor da mulher é vitima!) e ainda por cima igualado a sua vitima "Todas as pessoas nesta historia sofreram dor... todas as pessoas causaram uma dor terrível" só que a vitima que ele iguala ao agressor, nunca fez nada pra realmente machucar outro & sempre foi honesta com seu agressor - porque o autor iguala a dor de um amor não correspondido com a dor de uma violência física, como se os dois fossem criminosos iguais??

- A colônia no começo da historia é dada como hipócrita: via a violência de crianças e da mulher e não faziam nada para ajudar, por mais de 1 década ninguém mandou prender o agressor, a qual não tinham duvidas que ele era, ou fizeram esforços para ajudar crianças em uma situação de abuso psicológico. Mas ai tudo isso é meio que jogado no lixo, umas palavrinhas aqui e ali para falar que a atitude foi errada, mas os governadores e grupo religioso daquela colônia, que eram quem tinham todo o poder e autoridade, foram mostrados depois como pessoas ótimas e empáticas e afetivas - não ouve nenhum pedido de desculpa a vitima, na verdade, ouve só mais humilhação. Algo ai não se encaixa?

- A melhor parte do livro, e pra qual vai minhas avaliação positiva, é a do plot dos porquinhos. Porém ouve uma hipocrisia danada no final de tudo: a ideia de querer mudar um evento biológico deles com a intenção de tentar melhorar a qualidade de vida foi vista como supremacia cultural e como errado, e uma ideia de pessoas que olham para uma comunidade e só querem se sentir superiores a ela, muda-la e não ve-la, entende-la, aceita-la.
MAS HAHA os bispos querendo converter ao catolicismo é visto como normal e OK e "bora lá!" como se fosse o moralmente correto. Oi? Depois ao ler o final, não é de se surpreender que o Orson S.C foi missionário (aqui no Brasil). Como escrever um livro falando da compreensão de novas espécies de vida e ao mesmo tempo achar que sua religião é a certa e que a prioridade seria converter todos os povos a SUA religião? A ideia é vista como certa pelo livro.
Detalhe, a religião católica já havia sido descartada pelos porquinhos, queriam é forçar aquilo.

- Alguns furos: um personagem que supostamente é o mais inteligente tomando atitudes totalmente idiotas, o mundo está super avançado, existem mil planetas que podemos habitar, a P*RRA DE UM ANSIVEL, tem tudo no maior nível de tecnologia! Mas o conhecimento medico avançou 0 né? Haha; muita forçação daquelas que você percebe claramente que está lendo uma ficção: romances apressados e desenvolvidos a partir de nada, aqui o plot do personagem que salva todos e que todos dependem dele pra ser salvo foi muito preguiçoso, umas falas e situações clichês até demais, anti-natural.

- As vezes parecia que eu estava lendo um livro de religião, e não um sci-fi. Eu entendi do porque do Orson escolher uma colonia religiosa, mas meu deus, chatisse demais. Muitos dialogos religiosos, esse não era o foco do livro, deixou o livro muito arrastado. No final do livro, quando tu ta nos finalmentes, pula para dialogos religiosos DISCUTINDO SOBRE MULHER ADULTERA, umas historinhas de tacar pedra em mulher adultera, umas coisas chatas pra c*ralho, um contraste de inteligência e avanço vs conservadorismo que não fazia sentido e só dava raiva.

- No começo de cada cap. tinha uns documentos variados, cada cap. eram de fontes diferente. Achei isso muito legal mas por esses documentos meio que mostraram um plot dos mandadores do universo lá confrontando os xenologos - esse plot nunca chegou a acontecer, que realmente deixariam a historia mais desenvolvida, interessante, complexa. Ou seja, acho que o final foi meio que um caminho fácil e vontade de vender um 3 livro. Meio decepcionante.

Enfim, se não fosse todas essas problemáticas, pela historia do livro sobre aceitação do outro (a não ser que ele seja gay né, Orson) toda a jornada que começou no 1 livro onde o final dele se juntou ao final desse, eu daria uma nota 4 pro livro.
O que salva muito ele é todo o plot dos porquinhos, muito interessante e diferente do que eu já tinha lido. Achei uma coisa meio forçada e preguiçosa também a explicação cientifica sobre eles e como viviam? Sim, um pouco. Mas deu pra engolir e deu pra imagina-los e vê-los como ramen :)
Eu acho que a estória tinha o potencial de ser muito mais, se ao invés de se concentrar em plot de religião e violência domestica (ele poderia escrever sobre isso e sua missão religiosa em outro livro que foque nisso) ele se concentrasse totalmente nos porquinhos e talvez fizesse um plot mais complexo e mais sombrio e misterioso do que foi. A resposta pra pergunta climax do livro inteiro foi meio que: ah ta.
Se o livro fosse focado no Libo e na Novinha, acho que seria melhor também, gostaria que eles fossem os protagonistas do livro todo e o resto mais secundários.
Não me arrependo de ler mas não recomendo o livro a ninguém pela situação do abuso domestico, que me incomodou bastante.
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Douglas.Moreira 24/11/2020

Ótimo
Um enredo muito bem elaborado, com muitas situações diferentes das que costumamos ver nos contos de ficção científica.
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Antonio Cesar 30/06/2016

“... No caminho para casa, Libo relatou como a dificuldade começara. ...”

5º período
pág. 56
Orador dos mortos
(Speaker for the Dead)
Orson Scott Card

No Segundo livro da saga de Ender iniciada com o jogo do exterminador, a humanidade se vê as voltas com uma nova espécie alienígena agora em uma colônia brasileira e católica. Novamente Ender se envolve porem não como um líder de esquadra com o objetivo de exterminar os alienígena mas como orador dos mortos para salvar a nova espécie. Muito Bom.
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Alex 01/03/2017

Excelente !
Excelente Livro, muito diferente do primeiro.
Considero esse um presente ao Brasil. Vemos muitos escritores brasileiros que evitam falar qualquer coisa do Brasil, mas esse escritor americano, que viveu no Brasil por um tempo, deu um presente ao colocar a comunidade principal do livro como uma colônia brasileira.
É um livro muito mais "cabeça" do que seu precursor (Ender's Game), que nos mostra mais o psicológico dos personagens, que mexe com o pavor do desconhecido e também da discriminação. Uma excelente leitura. Quero ver logo o que traz o resto da série !
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Tavares 07/03/2017

"Talvez fosse como a marca de Caim. Não se faz muitos amigos, mas ninguém vai matá-lo por isso também."
3 mil anos depois que Andrew Ender Wiggin, o Xenocída, acabasse com a raça alienígena Insecta, os humanos já ocupavam grande parte do universo. Os Cem Planetas são agora interligados por ansible, tecnologia que permite transmissão de informação instantânea por meios filóticos.

É nesse contexto de prosperidade que a colônia em Lusitana é fundada. No planeta foi descoberta uma nova raça "ramen" (qualquer espécie diferente da humana com capacidade intelectual racional) que deve ser estudada sem qualquer intromissão em sua cultura ou modo de vida. Os Porquinhos, como eram conhecidos, não podiam receber qualquer informação que mudasse o modo primitivo de sua sociedade, o que era dificultado pela curiosidade dos mesmos.

O que fazer quando um dos Xenólogos que estudavam essas criaturinhas é assassinado por eles? E o Orador dos Mortos que aparece 22 anos depois para orar a morte do Xenólogo Pipo, o primeiro a morrer? E se 4 anos antes, devido aos milagres da relatividade das viagens espaciais, o filho de Pipo, Libo, também tivesse sido assassinado?

O Orador dos Mortos foi chamado. A colônia cristã nunca poderia tratar bem um herege sem crenças como ele, mas por força de lei acabam tendo que responder à todas suas perguntas na busca pela verdade.

Toda a verdade daquele planeta gira em torno da doença Descolada. Ela matou várias pessoas anos antes, inclusive os dois Xenobiológos que acharam um meio de impedir as mortes mas que não tiveram tempo de se salvar.

Quando o Orador surge mudando tudo que os colonos conheciam como verdade e abrindo o coração daqueles que a muito sofriam, ele começa a descobrir o que ronda os Porquinhos e seu planeta.

Esse Orador é Ender Wiggin, que em sua sacola de viagem, carrega a Rainha, à procura de um planeta que eles possam prosperar novamente, com o grande desafio de conciliar os humanos agora com 2 espécies ramen: os Porquinhos e os futuros Insecta.
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VictorLobby 27/01/2019

Devorar, Compreender, Aceitar
O fim da minha leitura não foi menos diferente que o início dela: arrebatador. Do começo ao fim essa obra foi eletrizante e empolgante, me deixando interessado e curioso a medida que suas palavras, frases e orações se desenrolavam e se desenvolviam a minha frente. Eu praticamente devorei o livro em menos de 2 dias sem querer perder uma única palavra no caminho da minha fome por mais dessa obra maravilhosa.
Uma obra inteligente que mostra todo o amor e devoção de Orson Scott em relação a sua obra. Trazendo uma visão consistente e precisa de todas as ciências, desde o mais preciso conhecimento sociológico a até a filosofia mais mudança de uma frase, teologia, psicologia, política e, o mais importante de todos, antropologia. Acho que o que mais me fascinou na obra foi a visão antropológica do personagem em relação aos alienígenas em sua busca incansável para entendê-los, compreendê-los e aceitá-los como são.
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giio 28/01/2020

Não esperava gostar tanto. A premissa é esquisita mas vale muito a pena.
Um excelente livro para quem gosta de ficção científica.

É a sequencia do Ender's Game, que eu não li e só assisti o filme muito tempo atrás mas não senti que me fez falta a leitura do primeiro volume. Orson disse em entrevista que só escreveu Ender's Game para introduzir a história e dar contexto ao Orador dos Mortos, que era o livro que ele sempre quis escrever e que considera sua obra-prima. E o livro é realmente impressionante: a construção dos personagens, da sociedade, o papel da religião, da tecnologia, tudo muito bem relacionado e orgânico. Não me pareceu forçado, embora a raça que eles estudam nessa história seja bastante esquisita, e quanto mais eu aprendia sobre a biologia dela, mais estranho tudo ficava, acho que era a intenção do autor causar esse sentimento perturbador.

Gostei demais. Recomendo pra todos. Mesmo quem não gosta de ficção porque é acima de tudo um livro bem pensando. Percebe-se que o autor não simplesmente jogou conceitos num bloco de notas e foi escrevendo no seu smartphone no ônibus da volta do trabalho (como Cinquenta tons de Cinza foi escrito, segundo a própria autora).

O fato de ser uma colônia de brasileiros foi a cereja do bolo.

P.s.: acredito que quem leva religião muito muito a sério talvez não goste muito, então não dê de presente pra sua tia fanática sem senso de humor.
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