Iris.Kawane 30/08/2023
Brutal
Esse aqui me pegou de jeito, porque eu não tava preparada pra tanta violência e tristeza.
Como se trata da história de uma "mulher de consolo" (meninas e jovens mulheres que foram raptadas para se tornarem escravas sexuais durante a Segunda Guerra), já supunha que iria ser triste, mas esse livro superou as expectativas.
Tem muitos gatilhos de abuso sexual e violência extrema, então não recomendo se você for sensível a esses temas.
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Dito isso, queria dizer que esse deve ter sido o melhor livro que li esse ano. A personagem não é real, mas ela representa mulheres reais que sofreram de verdade o que ela sofreu.
É um livro tocante e com muitas informações sobre a Coréia durante a Segunda Guerra Mundial, informações que foram todas novas pra mim, que não tinha praticamente nenhum conhecimento da história do país.
Acompanhamos a história de duas irmãs, Hana e Emi, sendo a primeira se passando em 1943 e a segunda, em 2011. Então, enquanto vemos o que aconteceu com Hana após seu rapto por um soldado japonês, também conhecemos a velha Emi, e como foi sua vida até seus 77 anos.
Não vou falar mais pra não dar spoiler, mas eu amei o livro. Apesar de toda a dor, agonia e tristeza. Apesar de ter tido ânsia lendo ele, devido à violência contra Hana, apesar de ter tido vontade de gritar e chorar.
Sou grata à autora por ter escrito algo tão bem feito e sensível, um tributo a todas as mulheres e meninas que tiveram seu corpo e mente violados durante a guerra, sem sequer receber a devida homenagem e reconhecimento.
E, principalmente, sou grata por ter retratado a personagem como haenyeo, uma garota simples que aprendeu a trabalhar para se sustentar sem a ajuda de ninguém, num período em que todo o país estava dominado pelos inimigos.