Paty 09/03/2021Rosas e ervas daninhasVamos começar pelo título? Eu me senti atraída porque, para mim, ele carrega duplo sentido. É uma dança celeste sobre as covas rasas ou a Celeste que dança sobre elas? Pode parecer bobo, mas esse jogo de palavras me deixou "uuaauu" e quis o livro. Eu nem tinha prestado muita atenção à sinopse porque eu li e já me esqueci completamente do que se tratava. Mas o titulo martelou na minha cabecinha.
Então, lendo, fui me aproximando, por assim dizer, da personagem e do cenário que eu criei. E que cenário. Inventei ali uma coisa com uma pegada meio A noiva Cadáver, do Burton, porque me pareceu super propício e isso me fez gostar da descrição do lugar, já que sou fã do Burton de carteirinha. Também, alguns elementos em específico, como as plantas, no caso as rosas e as ervas daninhas.
Justamente, esse foi uma coisa que me deixou muito... satisfeita? Intrigada? Sei lá, mas senti, e é isso que me interessa. Eu entendi as rosas como o símbolo do normal e as ervas daninhas como o diferente, como aquilo que é a própria Celeste. A não aceitação, o que se excluiu, o que não se compreende. Não pude deixar de me identificar com a Celeste, de ser a pessoa "esquisita" (sabiam que já me chamaram de doida porque eu sempre gostei de ler? Eu devia ter uns 13 anos tinha gente que me taxava de maluca porque eu lia livros que eles achavam grandes e que, tipo, não chegavam nem nas 300 páginas). Mas prossigamos. Gostei dessa fugida da rosa como sendo a flor legal, a flor importante; gostei que as ervas daninhas é que ganham o destaque, o encanto delas é o que me interessa (falo que ME interessa porque é como eu me senti, ok).
Sobre o enredo, posso dizer que foi mais ou menos previsível. Eu já imaginava a natureza do garoto e já considerava o final. Mas como aconteceu foi o que me pegou, e fiquei contente até de ter me surpreendido dessa forma.
Não foi a história perfeita, mas a Thaís me conquistou porque a história dela, os personagens dela, o cenário dela e ela mesma me fizeram sentir. Parece clichê e com uma pegada meio escola do Romantismo mas, para mim, se eu SINTO, seja lá o que for, o livro alcançou o objetivo dele comigo.
Leiam não só por se tratar de uma autora nacional em começo de carreira, por assim dizer, ou pra dizer que tem uma autora em sua estante, ou sei lá porque motivo, mas porque vale muito a pena e ela merece reconhecimento. Espero poder ler algo gostoso assim dessa autora outra vez. Obrigada.