Resenhas - Seara Vermelha

revista suja 21/01/2024

Meu Deus!
Seara vermelha não é só um livro, é uma experiência de vida, é uma obra prima que Jorge Amado nos fez a honra de apresentar. Leiam, por favor. Vale cada minuto

Ed Souza 26/12/2023

Seara Vermelha
Muito parecido com o quinze de Rachel de Queiroz, porém para mim mais emocionante.

Uma família que precisa sair do seu lá para ir para outro lugar, sem ter nada , simplesmente a fé.

Essa história é curta, e linda ?

Bibliotecadabri 21/12/2023

Seara Vermelha, Jorge Amado
Seara Vermelha é inspirado nas sagas do sertão baiano.

Em uma escrita densa e cuidadosa, o livro aborda a história de diferentes personagens que, além de serem unidos pela relação consanguínea, são unidos pela dor e revolta na seara vermelha de sangue e fome.

"Nos caminhos da fome, os retirantes, uma inumerável multidão de camponeses, representados no romance pelas famílias dos irmãos Jerônimo e João Pedro, cruzam o sertão para encontrar o rio São Francisco, que os levará para o Sul".

Uma história que mostra os caminhos do cangaço, misticismo e revolução. Cada um seguindo os caminhos que acharam mais fácil para lidar com toda a tragédia humana após deixar seus mortos pela estrada.

E uma outra parte que merece destaque: a força feminina. São as mulheres responsáveis pela força dos pais, filhos, irmãos e companheiros.

Mais do que um livro de ficção, Seara Vermelha é uma verdadeira aula de história, escancarando a construção social e econômica do nosso país.

Formação baseada no racismo, na pobreza, desigualdade e violência.

Lauryane.Reis 04/12/2023

Sertão; Lugar onde a fome cria bandidos e santos.-Jorge Amad
Que livrasso foi esse? Até agora estou chocada com a maneira que tudo foi conduzido. Peguei esse livro na biblioteca da minha escola e confesso que não esperava nada demais dele. Ele mais que me surpreendeu!
No início já começamos com a luta da família de Jerônimo e Jucundina quando são expulsos da terra em que trabalhavam, sendo obrigados a migrarem, como grande parte dos sertanejos nessa situação, para São Paulo, em busca de melhor trabalho e condições de vida para eles e seus filhos. Porém, muitos acabam por se perder no caminho. Seja por doença ou obséquios dessa vida.
Quando comecei a ler eu era bem novinha, e por ainda não ter tanta noção, e talvez nem tanto interesse pelo assunto, na época me assustei bastante com a forma em que a morte é retratada no livro de maneira "comum" pelos sertanejos. Sempre lendo livros de estórias fantasiosas, com finais felizes, me choquei em ler algo tão real na época. E ao pensar que essa estória foi a estória de milhares de pessoas por aí, me chocava mais ainda. A maneira quase "fria" com que os personagens reagem a ida de seus entes mais queridos pode parecer um pouco antipático, porém, não é. Desde cedo eles vêem alguém que amam ir embora. Seja pelo cangaço, seja pelo trabalho, ou seja pela morte. Eles já estão tão habituados a não ter nada, que às vezes dava a entender que nem mesmo a vida lhes era direito.
O desfecho da família, como também o de partes dela, conseguiram alugar um espaço em minha cabeça. A louca Zefa, que se tornou Santa no sertão, Zé Trevoada (José) que acabou se tornando tão ou até mesmo mais temido que Virgulino, Jão (João) que entrou para a polícia e foi morto por seu próprio irmão cangaceiro, Marta, que em uma situação desesperada acabou entrando para a prostituição, sendo uma das que se perdeu pelo caminho até São Paulo. E Juvêncio, que se tornou comunista. Em uma busca pela igualdade, essa que todos quando saíram de casa buscavam, tentando cada um encontrá-la à sua maneira.
A estória de todos me tocou de uma maneira inesquecível. Chorei quase o livro inteiro.
Recomendo para quem estiver lendo isso :) amei

Sira Borges 22/10/2023

Seara vermelha
Eram treze viventes! Contando com o jumento e a gata... que partiram na dolorosa jornada para a tão sonhada São Paulo... e foram perdendo seus entes pelo caminho, pra fome, doenças... mas antes perderam os filhos mais velhos pro cangaço, misticismo e pra revolução... e no final resta Tonho, representando a colheita, a esperança, materializada no ideal comunista "naquela seara vermelha de sangue e fome".
Personagem favorito: Nenen. (Eu acho que sou comunista...)

Marcos 18/10/2023

A diáspora, o cangaço, o messianismo e a luta de classes
Nesta obra de arte, Jorge Amado explora o contexto do início da década de trinta no nordeste e sudeste do país.
Começa relatando a situação dos sertanejos, vivendo em regime de escravidão nas fazendas dos coronéis. Onde a terra plantada não é sua, o que plantam é vendido para a própria fazenda, o que compram é do armazém da fazenda e trabalham para o fazendeiro um dia de graça na semana. Podendo ser expulsos quando o coronel resolver vender a terra ou colocar alguém mais produtivo. Também explica como esses mesmos latifundiários mandavam na política e na polícia do país. Pois, quando o messianismo arrebanhava seus empregados (entenda-se por escravos), os mesmos mandavam exércitos para acabar com aqueles "vagabundos" que não queriam trabalhar.
O cangaço é mais uma das formas de se lutar contra a essa opressão, para além do messianismo. Mais violento e mais indomável, o cangaço era a fúria do sertanejo pela visão de ver os seus morrerem na miséria após anos trabalhando como jumentos na terra árida e sobre o sol quente do sertão. Falar em meritocracia para o sertanejo seria tão idealista que provavelmente quem o fizesse seria, no mínimo, alvo de risos.
Por fim, a luta se dá no âmbito das classes. Jorge Amado traz o tenentismo e a revolução constitucionalista para o cenário. A revolta dos soldados e cabos contra uma vida de fome e punições se dá a partir do momento em que se toma consciência de classe. O comunismo é o que promove essa libertação da opressão. É a luz de esperança no fim do túnel.
Mas, para se ver essa luz foi necessário encarar todo o trajeto do êxodo nordestino. A viagem do sertão da caatinga até São Paulo. As doenças, a fome, a sede, o sol inclemente, as mortes pelo caminho, a fartura de alimento para um corpo que não podia se alimentar, todas são provações. Uma verdadeira caminhada pelo purgatório. Não era por acaso que a promessa do beato Estevão parecia tão verdadeira. Qual sertanejo não acreditaria que sua entrada no reino dos céus já não estava certa após todo esse sofrimento?

ciliane.ogg 17/10/2023

Justiça social, liberdade, pão,terra. Apenas alguns assuntos tratados nesse livro que mostra a crueza do ser humano com seu semelhante, bem como com a doação de sua vida em prol de melhorias para todos.
Um retrato brasileiro de seu povo explorado pelos mais ricos , onde vemos os vários caminhos traçados pelos personagens, demonstrando que somente com organização política conseguiremos avançar e melhorar a sociedade como um todo.
Dê a ordem camarada Jorge Amado.

Monyque 25/07/2023

Seara vermelha é um livro de crítica social, conta a história de uma família de retirantes nordestinos que foram para o Sudeste brasileiro tentar uma nova vida. Em sua estrutura socioeconômica mantém um discurso atual.

O romance destaca a realidade brasileira, a injustiça, o desamparo de um povo sofrido em que se dedica a cuidar de terras que não são suas e ainda são explorados pelos senhores feudais. Eles aceitam tudo isso porque é o único meio que têm de sobreviver. São vinte anos de trabalho árduo e chega o dia que recebem a triste e decepcionante notícia de que o patrão vendeu a fazenda e eles terão que se retirar o mais depressa possível. Os pais Jerônimo e Juncundina partem com seus filhos, netos e irmãos.

O enredo do romance tem foco na trajetória dessa família de 11 retirantes e como eles lidam com a miséria e a seca no sertão nordestino. Os camponeses saem em rumo à Juazeiro do Norte, no estado da Bahia, à pé, de lá seguem de navio até São Paulo. Seguem na esperança de dias melhores, de mudar o sentido de suas vidas e dar um futuro feliz aos seus filhos, sem miséria, sem fome sem doença e sem humilhação.

É uma obra que expressa toda a crença ideológica do autor. Na biografia de Jorge Amado está presente sua participação no Partido Comunista, o que o faz descrever tal experiência nos personagens.

Confesso que não tinha muito interesse em ler este livro, até que precisei fazer um trabalho na faculdade. Fiquei muito impressionada com a leitura, não imaginava que ia gostar tanto. Ele é bastante envolvente, me deparei com uma realidade triste daquelas pessoas, mas que nos traz uma série de reflexões quando fala sobre como é a vida e o perfil de cada personagem, o que eles passam a cada dia e quais suas expectativas. Eles seguem tentando entender o motivo de todos aqueles acontecimentos, até quando um de seus filhos luta bastante e um dia pode voltar para onde iniciaram sua vida para esclarecer o que causava as mazelas daquela região.

Teve alguns momentos que eu achava estar estendendo tudo, mas há um certo embaralhar dos fatos para que o leitor ache que se enganou, mas daí pude perceber o "disfarce" escondido naquela confusão. O leitor tem a liberdade de formular seus pontos de vista, e no decorrer da história o autor vai conduzindo à confirmações do que antes eram apenas suposições.

Fiquei muito seduzida com a escrita, ele é simplesmente fantástico, eu amei.

Rafael Nazar 26/06/2023

Triste e sublime.
Possivelmente o livro mais triste que eu já li, por outro lado, tão bom que lembra grandes clássicos da literatura mundial, como Os Miseráveis e Crime e Castigo, que envolvem sofrimentos causados pela pobreza e a desigualdade social.

skuser02844 25/05/2023

Um livro sofre sofrimento e resistência
Um livro não tão popular de Jorge Amado, mas com certeza um dos melhores que já li. Nessa obra podemos perceber de forma bem clara as opções políticas e a militância do autor. É um livro onde podemos saber um pouco mais das mazelas enfrentadas pelo povo nordestino em busca de uma vida melhor e sobre alguns dos vários destinos dessas pessoas, e sobre o quanto a reforma agrária se faz necessária em nosso país.

lizzy16 24/05/2023

??
Achei fascinante como acontece muitas coisas nesse livro, muitas informações pra processar. o capítulo do Nenen foi o meu predileto. bom demais esse livro!!

Rodrigo 17/04/2023

Uma saga
Que forte a saga de uma família em busca de sobrevivência. Contada em detalhes, esse êxodo rural passa por todos os membros que compõem e que aos poucos foram se desfazendo e de uma família grande, passou a ser pequena. As descrições são marcantes. As personagens são interessantes e o enredo sensacional.

b i a 27/03/2023

Esse é o meu segundo livro do Jorge Amado, o primeiro foi "Capitães da Areia" e até hoje é um dos meus livros favoritos. Comprei esse num sebo sem muitas pretensões e demorei pra ler, porém, depois que eu comecei foi impossível parar.
É uma leitura dolorida, real, que te coloca pra refletir sobre a situação do trabalhador rural brasileiro, apesar do livro ter sido escrito há mais de 50 anos, ainda tem questões que perduram até hoje. Se um dia alguém me perguntar o porquê de eu acreditar na necessidade de um reforma agrária, esse livro é a minha resposta.

Felipe 17/03/2023

Desde que li Capitães de Areia, no colégio para o vestibular, fiquei impressionado como a leitura de Jorge Amado é fluida e cativante. Ainda não encontrei nenhum escritor comparável.

Mari 19/01/2023

Paralelos com o presente
Jorge traz, por meio da história de uma família, a história de incontáveis famílias nordestinas. E desvela caminhos individuais percorridos por cada indivíduo. É um livro doloroso, mas também esperançoso.