Racismo e fascismo & O corpo escravizado e o corpo negro

Racismo e fascismo & O corpo escravizado e o corpo negro Toni Morrison




Resenhas - O corpo escravizado e o corpo negro


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Juliete Marçal 08/08/2020

O corpo escravizado e o corpo negro & Racismo e fascismo.
Fascismo e Racismo: irmãos gémeos?
Escravidão e Racismo: fenómenos distintos?

O primeiro texto, "Racismo e fascismo", trata os dois termos de maneira igual e lista dez passos para a implantação de um regime de poder, que se dá de maneira sempre lenta e gradual, com exclusão e morte, e, é assustador perceber o quanto isso é atual. Não que seja uma novidade, mas é sempre assustador pensar que nenhuma política ou país está imune ao vírus do fascismo. A autora também sugere que fascismo e racismo são irmãos gémeos e afirma que "o movimento rumo a solução final não é um salto".

"Fascismo envolve ideologia, mas no fundo, trata-se mesmo é de propaganda - propaganda pelo poder."

Já o segundo texto, "O corpo escravizado e o corpo negro", a autora trata a escravidão e o racismo como fenômenos distintos, apesar de se relacionarem entre si. Toni Morrison analisa as linhas tênues que separam a escravidão do racismo, principalmente no que diz respeito ao corpo negro. Ela enfatiza que a escravidão do Novo Mundo teve a "sua conversão à tenacidade do racismo". Ou seja, o que difere a escravidão do Novo Mundo à escravidão que existe desde os tempos antigos é ter sido direcionada ao racismo. Toni explica que os traços raciais do negros interferiram na miscigenação com grupos não escravizados em gerações posteriores, uma vez que não havia como esconder o antigo status de escravizado. A discriminação entre o corpo escravizado e o corpo negro se deram quase que de forma natural.

"Nesse racismo, o corpo escravizado desaparece, mas o corpo negro permanece, transmutando-se em sinônimo de gente pobre, sinônimo de criminalidade e um ponto de inflamação nas políticas públicas."

Temos aqui dois textos curtos, porém essenciais para entendermos um pouco mais sobre como o racismo reverbera na nossa sociedade. Recomendo para quem busca informações e aprender mais sobre o assunto, principalmente o segundo texto.

"Não apenas, as origens, mas as consequências da escravidão nem sempre são racistas. O que é "peculiar" na escravidão do Novo Mundo não é sua existência, mas sua conversão à tenacidade do racismo. A desonra associada à ter sido escravizado não condena inevitávelmente os herdeiros de alguém à vilificação, à demonização ou ao suplício. O que sustenta isso é o Racismo."
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gilson.r.santos 15/06/2020

Necessário para os dias de hoje
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Lhyz 15/01/2021

Primeiro contato com a autora...
... e eu amei.

Ela vem nessa obra diferenciar o corpo negro do corpo escravizado discorrendo sobre o momento que esses se tornaram sinônimo.

A autora faz o link entre facismo e o racismo, direciona nossos olhares em como podemos ver essas raízes dentro no sistema que regula a nossa sociedade.

Breve, porém cristalino.
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Gleyd 24/06/2020

Essencial
Uma breve e precisa introdução sobre fascismo e racismo. Contém uma abordagem da escravidão × pessoa negra que eu ainda não tinha parado para pensar.
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matheushlm 14/06/2020

Mais um da saga de ebooks grátis da Amazon.
Bem curtinho, leve e fácil de ler. Quero ler mais sobre essa pauta importantíssima.
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Fer Paimel 21/02/2021

Muito bom
O livro é super curtinho (li pelo kindle unlimited), baseado em uma palestra da autora. Embora curto (gostaria que o tema fosse mais esmiuçado) é bem pontual e preciso. Curti!
Já o vi gratuitamente como ebook na amazon :)
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Carla Verçoza 07/01/2021

Dois pequenos textos importantes da Toni Morrison.

"Democratas não têm uma história irretocável de igualitarismo. Nem estão os liberais livres de qualquer agenda de dominação. Republicanos abrigaram abolicionistas e supremacistas brancos. Conservadores, moderados, liberais; direita, esquerda, esquerda radical, extrema direita; religiosos, seculares, socialistas? não podemos nos deixar ofuscar por esses rótulos ao estilo Pepsi- Cola ou Coca- Cola, porque o gênio do fascismo reside no fato de que qualquer estrutura política pode abrigar- lhe o vírus e quase qualquer país desenvolvido pode se tornar um hospedeiro apropriado. Fascismo envolve ideologia, mas, no fundo, trata- se mesmo é de propaganda? propaganda pelo poder."

"Quando todos os nossos medos tiverem sido transformados em episódios de uma série de TV, nossa criatividade censurada, nossas ideias adaptadas às pesquisas de mercado, nossos direitos vendidos, nossa inteligência reduzida a slogans, nossa força paralisada, nossa privacidade leiloada; quando tudo na vida se reduzir a encenação, entretenimento e comércio, nós nos veremos vivendo não em uma nação, mas num consórcio de indústrias, completamente ininteligíveis para nós mesmos, exceto por aquilo que vemos em espelho e de maneira confusa."
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Fabiana 14/06/2020

Bastante interessante as distinções feitas nesse livro, principalmente a parte que diferencia escravidão e racismo.
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Evy 20/11/2023

Importante!
Esse é o terceiro livro que leio dessa autora que se tornou uma das minhas favoritas da vida. Diferente dos dois primeiros (O Olho mais Azul e Sula), este é um livro mais analítico e que explora, através do olhar perspicaz da autora, a história do corpo negro na América e como este foi instrumentalizado e moldado pela opressão.

"O racismo pode até se apresentar de vestido novo ou com outro par de botas, mas nem ele, nem seu irmão gêmeo, o fascismo, são novidades ou podem fazer algo de novo. Podem apenas reproduzir o ambiente que garante sua própria saúde: medo, negação e uma atmosfera em que suas vítimas tenham perdido a vontade de lutar".

A autora explora os aspectos históricos e sociais que permeiam a experiência negra na América, desde os dias da escravidão até as complexidades contemporâneas do racismo estrutural. Ela destaca como o corpo negro foi explorado, desumanizado e subjugado ao longo da história, não apenas como um objeto físico, mas como uma narrativa cultural que perpetua a superioridade racial para justificar a opressão e a exploração.

Morrison nos desafia a confrontar a verdade por trás de uma única história e a entender como os sistemas de poder moldaram a percepção do negro, muitas vezes reduzindo-o a estereótipos, estigmas e violência. O livro oferece uma oportunidade de repensar o papel do racismo na sociedade contemporânea e da nossa responsabilidade diante dele, principalmente da necessidade de não permitir que as estruturas opressivas continuem a afetar o corpo e a identidade do negro.

É uma obra curta, mas de imensa importância, que não apenas informa, mas também incita à reflexão e à ação na busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Recomendo a leitura!
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Viviane @resenhasdaviviane 11/11/2022

Ensaios da Toni Morrison
Esse livro contém dois ensaios introdutórios, o primeiro deles sobre "Fascismo & Racismo" e o segundo sobre "O corpo escravizado e o Corpo negro" muito necessários para serem discutidos nos dias atuais.

Uma das várias falas da Toni nesse livro mexeu muito com a maneira que eu vejo a escravidão atualmente, ela disse:
“Não há lugar”, eu disse, “aonde eu ou você possamos ir para refletir ou não refletir, para evocar a presença, ou relembrar a ausência, dos escravizados; nada que nos recorde daqueles que completaram a travessia e dos que ficaram no meio do caminho. Não há um memorial apropriado, não há uma placa, grinalda ou parede, parque ou lobby de arranha-céu. Não há torre de noventa metros de altura, nem banquinho de beira de estrada. Não há sequer uma árvore marcada, uma inicial que eu ou você possamos visitar em Charleston ou em Savannah ou em Nova York ou em Providence ou, melhor ainda, nas margens do Mississippi.” (p.6)

Eu gostei muito do livro e fiquei interessada em ler outras obras da autora mas, fiquei com a sensação de que os ensaios estão incompletos.
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Ederson 13/06/2020

Pequeno grande texto!
Dica: a CIA das Letras vai deixar esse livro grátis por 15 dias na Amazon, Google Play e Apple Books.
Ele é bem curtinho, você lê em dez minutos e já tem uma introdução das grandes ideias de Toni Morrison sobre o fascismo e racismo. Gosto de como ela explica a diferença entre "corpo escravizado" e "corpo negro", já que escravidão e racismo são fenômenos separados.
Espero que aproveitem a gratuidade deste pequeno grande texto e tenham boas reflexões.
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Roseane 01/08/2020

Racismo e fascismo & O corpo escravizado e o corpo negro
Foram disponibilizados gratuitamente dois ensaios da Toni Morrison chamados Racismo e fascismo e o outro O corpo escravizado e o corpo negro. Os textos foram escritos em 1995 e 2000 respectivamente. Ao ler tive a sensação de que eram datados a bem pouco tempo pois trata de realidades orgânicas e vivenciadas por nós brasileiros nesse tenebroso momento político.

Toni elencou 10 passos essenciais que alicerçam da dupla inseparável: racismo e fascismo que tem a fabricação do inimigo como principal estratégia.

Na diáspora a cor da pele é quem determina quem vai morrer ou viver, de que forma e quando, como bem disse o filósofo camaronês Achille Mbembe.
Demonizar, mentir, criminalizar, patologizar são mais alguns itens da lista. Inviabilizar a ciência, desqualificar e destruir tudo que possa mostrar a verdade. Tudo é feito com o apoio da grande mídia que divulgando massivamente os ideais racista e fascista.

Em minhas reflexões incluiria na lista a religião. Religiões tem servido como amuleto para justificar a maldade intrínseca do ser humano e suas ações arbitrarias. Possibilita se eximirem de culpa pois tudo é feito em nome da fé. O poder, me atrevo mais uma vez e cito o capital, é a espinha dorsal dessas ideologias.

E a história do povo preto? Devemos esquecer e seguir adiante ou devemos rememorar. Não pesquisar e debater sobre o que nossos ancestrais foram submetidos é o ideal?
Não para James Camaron que em 1988 inaugurou o Museu Americano do Holocausto Negro e não para Toni que foi indagada em uma entrevista se realmente é necessário que ela detalhasse em seus escritos os horrores e as barbaridades que o branco submeteu a população negra em África e na diáspora. Apagar da memória 3 séculos de horror racial e as estratégias de resistência dos nossos ancestrais em nome da paz na consciência de quem os causou é uma agressão renovada é nos mandar engolir o choro.

Toni, exausta, desabafa. Para a nossa dor não existe um lugar para que possamos chorar, deixar fluir o banzo. Não há memoriais gigantes que nos façam lembrar dos nossos e de nossa resistência. Não há lugar específico para esse tipo de acolhimento e para prestarmos homenagens.
Museus são formas poderosas de eternizar a memória.

Abdias do Nascimento beijou o chão da serra da barriga, terra de zumbi dos palmares em 20 de novembro de 1988. O gesto foi diante de Lélia, Jose Miguel, Jesus, Abgail, Mãe Hilda, Aguinelo da Casa Branca, Edialeda e outros. E foi para lá que foram as suas cinzas. É disso que Toni está falando.

Escravidão e racismo são fenômenos diferentes. A escravidão existiu na história das civilizações em diversos povos e não era necessariamente racista. Comprar e vender pessoas era uma prática antiga. A racializaçao para a conquista do Novo mundo que transformou a história da humanidade. A demonização de traços raciais nitidamente identificáveis marcava a divisão entre escravizados. O corpo negro foi transformado em um fardo político no mundo.
Hoje a principal tecnologia do controle dos corpos negros é o encarceramento em massa. Esse método serve também para o enriquecimento do grupo dominante. Como bem disse o professor André Nicolitt, no Brasil a mesma justiça que para um crime de racismo não chega aos fins de condenação, uma acusação de crime ao patrimônio como roubo, leva ao encarceramento imediato que se mantem durante o tempo dos tramites na justiça e chega na maioria das vezes a condenação. São verdadeiras arapucas jurídicas que domina vidas e tem poder de controle social que tem foco no corpo negro.
Juliete Marçal 08/08/2020minha estante
Nossa, adorei a sua resenha! ?




Matheus Gonçalves 22/06/2020

Importantíssimo
Aponta para as diversas faces do fascismo, correlacionando-as às diversas opressões.
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Geovania.Maria 24/06/2020

Excelente
Quando eu tiver a oportunidade, irei ler a obra completa. Esse pequeno texto trouxe uma relação de conceitos incríveis que eu nem tinha percebido até então. Super recomendo.
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