Hunters of Dune

Hunters of Dune Kevin J. Anderson




Resenhas - Hunters of Dune


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Rafael 30/04/2023

Uma continuação não natural para uma história não natural
Caçadores de Duna têm (e sempre terá) uma missão muito difícil para qualquer leitor que se mostre disposto a enfrentá-lo: Convencer que faz parte do mesmo universo já conhecido e aclamado de Duna.
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Sobre o pretexto de ser o primeiro volume que finalmente entregaria um final para uma das séries de ficção cientifica mais aclamada de todos os tempos, Caçadores de Duna é assinado por Brian Herbert (filho do autor original, Frank Herbet) e Kevin J. Anderson, sendo lançado depois de mais de 20 anos de seu antecessor, Herdeiras de Duna.
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Acho interessante se pensar que este é um livro que me era completamente desconhecido. Não sabia sobre sua existência até pouco tempo atrás para ser honesto, quando pensava que a conclusão da série estaria no sexto livro. Isso no entanto, me parece um problema maior do que aparenta. Ao mesmo tempo que tenta fazer parte do mesmo universo criado por Frank Herbert, Caçadores de Duna parece deslocado até mesmo pelos fãs da série e pela sua comunidade, dando a ele uma aura de fan-fic, que é difícil de se deixar de lado, infelizmente.
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Infelizmente pois, a narrativa apresenta alguns pontos positivos. Os verdadeiros inimigos são finalmente apresentados, e algumas tramas laterais começam a se conectar, gerando a sensação de proximidade do clímax e de entendimento do arco maior que não deixam de ser confortantes, mesmo em um oceano de problemas.
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Os elementos centrais do desenvolvimento da narrativa são construídos ao longo do próprio livro, dando a impressão de que foram construídos pelos autores e não por Frank Herbert. Isso para um livro que se divulga como sendo escrito baseado em anotações do autor original, pode ser um dos motivos que faz com que a própria comunidade o renegue.
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Outro ponto disso pode ser a escrita. A escrita dos autores aqui é simples e direta ao ponto. Muito diferente do que estávamos acostumados com a escrita filosófica e muitas vezes complexa de Frank Herbert, que rodopiava nossa mente com sagacidade e brilhantismo. A escrita incipiente dos autores aqui, chega a ser constrangedora em alguns pontos, dada a sua inocência. Também é problemática ao trazer de volta certos pontos de vista que podem fazer com que os fãs mais fervorosos dos primeiros livros revirem os olhos para o modo como a trama foi arquitetada.
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Mas os problemas não estão apenas na troca de autores, ou na diferença narrativa. Também está na história. Ficamos muito tempo parados sem saber para onde estamos indo, ou o que os personagens estão fazendo, em uma narrativa sem ritmo, que não se mostra competente o suficiente para sequer despertar interesse em cenas que deveriam impulsionar nossos questionamentos, e nossa vontade de ler.
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Caçadores de Duna é como um grande arranjar de peças num tabuleiro. Ao seu final, estamos prontos para finalmente entender todos os problemas lançados no livro anterior, mas deixa a pergunta: Realmente precisávamos de mais de 500 páginas disso?
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Apesar de ser uma sequência direta, é uma sequência não natural, que entrega o que precisa ser entregue e apenas isso. Tudo o que faz Duna ser Duna não está aqui. Não é um livro para todos, assim. É eficiente em nós prover um final, mas enxergar qualquer coisa além disso, é como exaltar o mínimo esforço em detrimento ao absoluto reconhecimento da grandiosidade e genialidade dos primeiros livros.
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Mais sobre Caçadores de Duna em @rafaelpf00
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FremenJeff 22/01/2022

Uma chance desperdiçada
  Caçadores de Duna definitivamente é um dos livros que você precisa estar inteiramente preparado para não associar a escrita do Frank com a do seu filho (Mesmo sendo quase impossível) para não bloquear os caminhos que Brian e Kevin J. Anderson seguem de acordo com as anotações deixadas por Frank para a jornada final de Duna.

   Tendo em vista que ninguém chegará perto da forma de escrita do criador de Duna, você já começa a leitura despretensiosamente (Acima do possível) em saber os caminhos finais desta enorme e belíssima saga.

  Por três anos, a não-nave (chamada Ithaca por seus passageiros) esteve em um universo alternativo, carregando os gholas de Duncan Idaho e o famoso comandante militar Miles Teg, bem como a Bene Gesserit Sheeana, que tem o poder misterioso de controlar vermes da areia.

  Com essa premissa vemos uma jornada que levanta pontos de vistas rápidos e que movem a história para o seu plot em uma velocidade que talvez fizesse Frank surtar com tamanha rapidez, porém, de certa forma é funcional. Algumas pessoas acham a leitura cansativa pelo o simples fato de informações serem jogadas na sua cara direto, porém eu até que por estar muito sedento por informações acabo tolerando a escrita do Brian apresenta.

  O caminho para a última e talvez desesperada chance de vitória demonstra um pouco de correria que até o momento eu estou gostando, porém, em algum momento vai cansar se continuar neste ritmo frenético. Alguns personagens extremamente importantes nas outras histórias (Principalmente na primeira trilogia) retornam para este enlace combativo perigoso.

  Em determinados momentos a rapidez que Brian começa um capitulo e na mesma velocidade termina me incomoda. Perde a característica de um ponto importante a ser desenvolvido e transparece que é mais uma tentativa de engordar o livro com detalhes pitorescos que nem chegam a ser tão detalhistas dado que quando você cria empatia com o que o capitulo quer introduzir, ele o conclui abruptamente.

  Grande parte desta história, talvez, o problema de todo o escopo deste livro não seja nem de fato a trama e todas as liberdades narrativas para trazer certos personagens de volta a vida, mas sim, assim como várias críticas que eu li, é que Brian e Kevin não se divertiram escrevendo este livro. É notório que tinham um dos universos mais complexos da história da literatura, entretanto não se divertiram escrevendo este penúltimo livro.

  Como disse, tentei levar o máximo possível a ideia de que comparações com a escrita do Frank e eu consegui, comecei a ler a história extremamente com o coração aberto, entretanto a escrita é preguiçosa, possuí conclusões abruptas em momentos que poderiam explorar mais do cenário que o capitulo se encontra e com isso ele vai caminhando, caminhando e caminhando novamente e você sente apenas exaustão pois chega a algum lugar, mas é artificial. Tão artificial quando Duna em Chapterhouse.

  Em determinados momentos é difícil acreditar de fato que foram encontradas anotações de escopo do fim de Duna e ao ler imaginar que Frank levaria a história para esse caminho. Na verdade, eu só sinto as inspirações de fato das ideias de Frank nas frases de início de capítulos.

  Quando eu fui instigado totalmente a ler DUNA em 2018 o que me deixou extremamente apaixonado pela a trama foi a complexidade e paixão que o Frank apresenta para o universo visionário que ele idealizou. Personagens complexos e capítulos mais complexos ainda.

  Neste livro não tem nada de complexo. É apenas uma corrida louca de um script de ideias que dois escritores medianos não deixaram outras pessoas organizarem a complexidade do que possivelmente foi encontrado (Sério, eu ainda acho difícil engolir o gancho final deste livro) principalmente com o que foi apresentado.

 Caçadores de Duna é um livro que continua a jornada de um dos maiores escritores da história, porém que não possui paixão nas suas letras, nem complexidade e muito menos alma. É um script exaustivo e cru de qualquer emoção.

 
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