Estátuas de Sal

Estátuas de Sal André Cardinali




Resenhas - Estátuas de Sal


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Juliana 04/10/2015

O livro Estátuas de Sal, de André Cardinali, se passa em uma época posterior à destruição de São Paulo por Deus. Na história, a cidade foi destruída pois, assim como Sodoma e Gomorra, Deus se irou com o pecado e, por meio de um terremoto, acabou com a cidade e seus habitantes. O livro começa com Alice perdida, sem saber o que fazer. Ela está sozinha, após o suicídio do pai, e já havia sofrido com a morte da mãe, que estava em São Paulo quando a cidade foi atacada. Porém, ela recebe uma mensagem misteriosa e então, intrigada por descobrir o que está por trás desses acontecimentos terríveis, começa a investigar e é levada para dentro dos limites da agora cidade fantasma de São Paulo.

O livro não é muito grande, mas não consegui concluir a leitura tão rapidamente. A história não me prendeu e, talvez por ter um tema bastante polêmico, já que a obra retrata desde o começo Deus como sendo o grande carrasco da humanidade. Ou pelo menos, de São Paulo. A narrativa é bastante rica em detalhes, principalmente nos momentos em que detalha a investigação de Alice, porém, como ela está sozinha na maior parte do tempo, o livro não conta com muitos diálogos, o que arrasta um pouco a leitura.

O conflito interno que vivi, entre o que lia e as minhas convicções pessoais com relação a Deus, aliado ao excesso de detalhes que a história trouxe, me deixaram mais cansada do que entretida e eu me perdia em meio a tantas descrições. Em alguns trechos o livro precisa de uma revisão, pois há algumas repetições desnecessárias.

Apesar de todas estas observações, achei a história criativa e a abordagem bastante diferente de tudo que havia lido anteriormente, principalmente por tentar imaginar a história como por um espelho, virando do avesso aquilo que crescemos, na maioria das vezes, ouvindo ser o certo. Uma das coisas que eu mais gosto nos livros é essa infinidade de caminhos e de possibilidades que surge quando folheamos as páginas. Mesmo quando não imaginamos que algo possa ser de outro jeito, sempre tem alguém para pensar diferente e escrever uma história que mexe tanto com as estruturas do que já é estabelecido quanto com os alicerces internos de quem lê. Com todas as ressalvas que fiz, o livro me fez pensar. E por isso, eu o recomendo.

site: http://www.cafecomlivros.blog.br/2015/05/28/resenha-estatuas-de-sal-andre-cardinali/
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Guilherme 30/03/2015

Estátuas de Sal - André Cardinali
Há 10 anos o mundo sofreu uma grande mudança. Desde a forma de agir das pessoas até mesmo a concepção delas sobre determinados assuntos. Aparentemente o mundo se tornou um lugar melhor, com menos violência, com mais caridade, alegria e esperança, contudo, por um alto custo: a destruição de São Paulo.

Considerada na época a nova Sodoma e Gomorra, São Paulo se tornou um antro de perversidade, crueldade e e de tudo mais que seria considerado inadmissível na nossa sociedade. Numa manhã de 26 de Abril, um terremoto de gigantescas proporções levou a grande metrópole à extinção. A partir daí a humanidade reavaliou as suas atitudes. Uma marca foi deixada no meio da destruição: a Aliança. Que seria um sinal que Deus deu para a humanidade de um novo acordo (assim como o Arco-íris após o Dilúvio).

Após o suicídio de seu pai e a morte de sua mãe na tragédia em São Paulo, Alice começa a desconfiar de que talvez as coisas não sejam tão simples quanto todos acham que é. Ela decide investigar mais a fundo o suicídio do seu pai e descobre coisas que derrubam suas já frágeis "certezas". Decidida a obter a verdade, Alice tentará atravessar os muros e adentrar a cidade proibida, para de uma vez por todas descobrir o que aconteceu na cidade e qual a relação entre os suicídios e a cidade, custe o que custar.

O livro é extremamente bem escrito e a história provavelmente enganará o leitor diversas vezes, fazendo parecer que o objetivo do autor é um, quando na verdade o final se revela a mais completa surpresa, ainda mais se refletirmos bem sobre a mensagem que o autor quis transmitir.

No começo do livro eu discutia mentalmente com o posicionamento do autor diversas vezes, como se já soubesse qual era o intuito dele com o livro. Confesso que estava completamente enganado em todas as vezes que presumi saber qual era o real objetivo dele. "Estátuas de Sal" foi uma das maiores e mais agradáveis surpresas literárias que eu já tive. O livro é muito mais profundo do que vocês podem imaginar, sobretudo se bem analisado.

Eric Rocha - Ersiro 07/04/2015minha estante
Não conhecia o livro e fiquei muito curioso para lê-lo depois da sua resenha! :)


Guilherme 08/04/2015minha estante
É literatura fantástica nacional de ótima qualidade! O comecinho é meio monótono, mas quando você começa a entender o objetivo da obra, você ficará mais e mais sedento pelo desfecho. É ótima!




Alex 15/03/2013

Resenha disponível no WoW Books: http://worldofwords2012.blogspot.com.br/2013/03/resenha-estatuas-de-sal.html

“Quem são as Estátuas de Sal?”
Alice é uma jovem que se encontra no fundo do poço. Em um mundo agora pacífico, ela suspeita ser a única pessoa que ainda sustenta dúvidas quanto ao Criador do Universo; coisa que a tornaria a última pecadora sobre a Terra.
Por que a última? Porque dez anos antes, Deus havia mostrado seu poder ao acabar com São Paulo, a cidade do pecado, a Sodoma dos dias atuais. Depois da destruição, não havia quem duvidasse de sua existência ou seu poder, ou quem ousasse desafiar o Senhor de qualquer forma. Mas Alice não estava satisfeita só com isso. Existência e poder não significam justiça, significam?
Algo, porém, a tira de seus perigosos devaneios: a morte de seu pai.
Suicídio. Mas por quê? Por que ele, ou qualquer um, se suicidaria em um mundo onde ninguém mais peca? Uma perguntinha insistente, essa, que acabou fazendo Alice se levantar e procurar por respostas.
Conforme sua investigação caminha, mais perguntas se apresentam, e aquela deixa de ser uma jornada simples – não que tenha sido antes, para ser sincera – para se tornar uma jornada pela resposta que ela estava buscando antes disso tudo: porquê. Qual o sentido de tudo? Da vida?
E se o pecado não for o que parece? Se a salvação não for que parece, nem a destruição tampouco? E se as Estátuas de Sal não forem o que parecem?
O ritmo do livro é intensamente prazeroso. Você tem alguns poucos momentos para pensar e refletir, mas logo já está acompanhando com os olhos a corrida de Alice para fugir de seus perseguidores, para se esconder, para decifrar o enigma. Há sempre algo a ser feito. É daquele tipo de leitura, “só mais um capítulo”, daquele tipo que você se surpreende toda vez que olha o marcador e percebe que ele andou cem páginas sem você notar.
O assunto pode ser considerado delicado, mas não acho que ninguém deva se impedir de ler a não ser que tenha um certo grau de fanatismo religioso. O autor não se preocupou em jogar no papel a raiva, o medo e as dúvidas que todos já tivemos uma vez ou outra. Pelo contrário, ele enfatizou a importância de tê-las. A crítica real foi ao próprio fanatismo.
As personagens são simpáticas ao leitor. Você se apega à Alice como se apegaria a um protagonista, mas ela não foi minha favorita. Difícil escolher quem foi... fico entre o casal Pedro e Mariana e a menina de azul. Os dois primeiros porque poderiam ter como trilha sonora a música “Eduardo e Mônica”, da Legião Urbana (pelo menos até certa parte de sua história, claro), e a última por ter o ar de mistério que eu amo em qualquer personagem, além de dar algumas pitadinhas de humor sádico à trama, coisa que também adoro.
A escrita é fácil, detalhada o suficiente sem se tornar cansativa, e os diálogos estão no ponto certo entre “informal” e “gramaticamente aceitável”.
É uma obra que provavelmente te deixará pensando por alguns minutos, ou horas, dependendo de como te afetar. Devo admitir que no princípio eu temi a possibilidade de enfrentar uma história um tanto óbvia, que pendesse demais para o lado de Deus e pouco para o lado do leitor. Mas tive uma surpresa agradável, que me faz poder afirmar que você pode aproveitar esse livro independe de sua religião ou crença. É um bom livro, no fim das contas, quer você concorde com a mensagem ou não. E nunca faz mal ouvir opiniões diferentes, de qualquer forma, não é mesmo?
Muito recomendado. E ah, a capa, eu gosto da capa. ;)
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AndyinhA 15/06/2012

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Tenho problemas com histórias que não conseguem me prender ou que o ritmo de leitura não tenha muita fluidez, já falei de vários livros assim aqui no blog e infelizmente este foi um desses. Apesar de a sinopse ter me chamado atenção (muita), no decorrer das páginas não consegui ficar presa na história de Alice.

Apesar de a sinopse dizer que se trata da cidade de São Paulo, só temos essa confirmação na página 60 que é quando o autor começa um pouco da explicação envolvendo o fim do mundo e uma que cidade que seria atingida. Mas anteriormente ele menciona várias ruas e locais menos conhecidos da cidade, eu não conheço São Paulo profundamente, então mencionar uma rua de um bairro mais afastado seria o mesmo que eu dizer que rua moro aqui no Rio, quem não é daqui não vai saber onde é, tinha muita informação que não ajudava os de fora da cidade.

Para saber mais, acesse: http://ow.ly/bBENH
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KK 18/01/2012

Um desastre
Confesso que li Estátuas de Sal até o final por causa da minha paranóia de ter que terminar um livro custe o que custar após começá-lo.

Já no prólogo a falta de coerência e coesão e a incansável repetição de palavras e ideias fizeram deste livro um atentado à literatura. O contexto da história como um todo é interessante: São Paulo pós-apocalíptica, busca da verdade sobre Deus; mas a narração sem sombra de dúvidas deixou a desejar.

Lançado pela editora Novos Talentos pergunto-me onde está o talento. O autor tem imaginação, mas ainda está muito cru. Encontrei no livro vários erros que corrijo nas histórias escritas pela garotada de 14 anos que não entende muito de português.

Faltou amadurecimento do autor, faltou um bom revisor.
Z Tetriminos 11/09/2012minha estante
Concordo plenamente; inclusive iria escrever isto na minha resenha sobre o livro. A história realmente é muito boa, porém caiu nas mãos de um escritor (ainda) inexperiente. Esperava mais, bem mais.




Dan 19/09/2011

Estátuas de sal
Um suspense gigantesco cerca a estória.

A cada página o leitor deseja ler mais e mais para não perder o que poderá acontecer na próxima folha.

Simplesmente amei Estátuas de Sal, e quero parabenizar o André por essa obra diferente e criativa.

Super recomendo!


A aliança:

“Em São Paulo, o desenho se formara de maneira bem incomum. Os traços, na verdade, representavam fendas profundas na superfície, que formavam um círculo perfeito, de um quilômetro de diâmetro, localizado no centro da cidade, perto das ruínas do que um dia fora a Catedral da Sé. Muitas dúvidas sobre a aliança nunca foram respondidas, como a profundidade das fendas ou mesmo como elas se formaram. Isso, pois, infelizmente, poucas foram às expedições científicas que lá chegaram para investigar o fato. Uma vez que o acesso a São Paulo não era permitido.”

Isso mesmo, São Paulo sofreu um terremoto altamente destrutivo onde milhões morreram e pouquíssimos sobreviveram. Muitos acreditam que havia sido obra de Deus que destruiu a cidade do pecado como outrora fizera com Sodoma e Gomorra, porém um mistério gigantesco se esconde por trás dessa suposição.

Continue lendo: http://www.falandodelivros.com/2011/09/e-ai-pessoal-boa-noite-trago-para-voces.html
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Darkfirev 30/08/2011

Um livro mediano
Comprei o livro certamente esperando algo mais claro e menos subjetivo, esperava algo no ritmo de senhor da chuva ou a batalha do apocalipse, porem o foco do livro realmente é outro, conforme as paginas vão passando isto vai ficando mais claro.

O ritmo do livro em si foi bom, mas o que mais senti falta no livro inteiro foram diálogos, se tivemos mais de 10 diálogos no livro todo foi muito o que ao meu ver dificulta um pouco a nossa identificação coma personagem já que não realmente vivemos junto de Alice seus momentos somente observamos eles.

Nas primeiras paginas considerei desistir da leitura, pois o ritmo melancólico que a historia estava tomando não me agradou, mas conforme as paginas foram passando as coisas foram melhorando, o livro começa a se tornar mais ação e menos reflexões o que me agrada mais, e se mantém assim porem alternando com reflexões sobre a personagem, porem no final me decepciona e muito, um final sem graça cheio de pontas soltas e definitivamente não conclusivo, falta no mínimo um Epilogo para finalizar a historia.

A tentativa de fazer uma clara referencia a Alice no pais das maravilhas porem em São Paulo não obtém sucesso, todos os elementos clássicos da historia estão ali, Alice, a toca do coelho o um mundo onde não se intende nada um guia imaginário.
Esperava algo mais criativo e menos adaptado, utilizar São Paulo como cenário foi uma boa ideia, porem as vezes sinto que ou a personagem tem um preparo físico invejável ou o autor desconhece certas distancias o que distancia o realismo que poderia ser utilizado.

No geral um livro mediano diverte um pouco mas poderia ser melhor, o autor ainda é jovem e tem potencial.
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mr_reedies 02/06/2011

O que são as Estátuas de Sal?
Estátuas de Sal é diferente de qualquer coisa que eu tenha lido. Quer dizer, nunca li um livro que falasse de religião da maneira como André Cardinali tratou.

Estátuas de Sal, ao mesmo tempo em que fala sobre a busca do sentido da vida, tenta explicar o que é Deus. Confesso que a visão passada pelo autor foi de grande importância pra mim, já que sou uma pessoa, até então, eternamente confusa quanto a essa questão. A teoria passada sobre o assunto é muito interessante e percebe-se que houve uma grande pesquisa para que o romance fosse escrito.

Bem, falada essa parte, vamos ao romance em si.

Adorei a forma como São Paulo é descrevida sob a perspectiva de um ataque de Deus. Quer dizer, pelo menos pra mim, que vivo em São Paulo, é interessante ao extremo ler isso. Eu viajei acompanhando a jornada de Alice por cenários que conheço com meus próprios olhos!

Além disso, gostei de como os enigmas foram criados e sendo revelados com o desenrolar da história. A cada capítulo, descobrimos algo novo e somos apresentados a algo novo, o que prende atenção de quem está lendo mesmo depois de ter fechado o livro. O livro, em si, foi muito bem construído.

Uma coisa que não gostei foi a falta de proximidade com a protagonista... Não sei se foi porque comecei a ler o livro num momento em que estava muito feliz, mas ver Alice da forma como se encontrava não fez com que eu me cativasse por ela de imediato. Além disso, achei estranha a maneira como ela agia diante dos outros em situações que eram pra ser tão normais... A meu ver, tenho a impressão de que Alice estava terrivelmente abalada com o que acontecera com seu pai para agir de forma tão... depressiva? Talvez.

Pô, Alice, amigos estão aí pra isso! rsrs

Basicamente, gostei muito do livro e dos momentos de tensão, que são muitos. Fiquei com o polegar dolorido de tanto ler no ônibus... Sacrifícios que fazemos por uma boa leitura. Certamente, indico e vou emprestar esse livro para meus amigos.
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Cah 03/05/2011

Estátuas de Sal
"Quem são as Estátuas de Sal?
Dez anos depois que Deus destruiu São Paulo por conta dos pecados de seus habitantes, a pergunta ainda rodeia a cabeça de Alice, principalmente agora que seu pai foi encontrado morto, com suspeitas de suicídio. Em busca de respostas, a jovem inicia uma investigação que a levará até as ruínas proibidas da antiga metrópole. Uma viagem sem retorno e que revelará muito mais do que ela procurava a princípio. Uma viagem em busca do sentido da vida."

Primeira coisa que pensei quando terminei o livro: "Como o André conseguiu pensar numa história assim?! Amei!!"

O nome estátuas de sal, surgiu pelo que entendi, da velha história bíblica sobre as cidades Sodoma e Gomorra, onde Deus supostamente destruiu as cidades por conta dos pecados de seus habitantes, avisando antes uma família inocente para que deixasse a cidade mas sem olhar para trás, pois seria destruída. A tão conhecida mulher de Ló acabou olhando para trás e se tranformou em uma estátua de sal, representando a dificuldade das pessoas em se desapegar os bens materiais.

O livro começa com a descoberta de um documento escrito em uma língua desconhecida por dois irmãos. Passado nas mãos de muitos estudiosos de línguas antigas, enfim saiu a tradução, onde dizia que se os humanos não reconhecessem o poder de Deus e diminuíssem os pecados ele agiria em uma grande cidade com muito poder econômico. Primeiro ocorreria uma queda na economia, depois uma grande doença que mataria milhões, mas logo seria criada uma cura. Depois que o mundo caiu em grande queda na economia e uma doença matou milhões, só faltava o final. A destruição de São Paulo, que ocorreria após um casal considerado a gota d'água da fúria de Deus. Pedro e Mariana.
Dez anos após a grande destruição, o mundo está religioso, não existe mais perigo de roubo, de assassinato, a população aceitara o poder de Deus e se redimira a Ele. Mas o suicídio de Alberto, pai da protagonista da estória, Alice; trás desconfiança à vida da personagem. Ela não acreditava que seu pai havia se suicidado, e a morte da mãe em São Paulo só fez com que aumentasse mais ainda a dúvida dela: Qual o sentido da vida?
Em busca da resposta, Alice segue pistas que levam-na a São Paulo, em busca da grande resposta.
Mas Alice acaba se metendo em uma aventura muito mais perigosa do que imaginava, prendendo a gente ao livro e nos envolvendo nos perigos da cidade-fantasma.
Será que Alice desvendou os mistérios da cidade do pecado? E se descobriu, será que quer mudar o rumo que o mundo tomou? Com muita paz e amor?

André Cardinali soube lidar com maestria os momentos de tensão e trégua. E nos momentos certos trouxe a história verdadeira à tona. Não tenho nenhuma crítica ruim ao livro, que agora se encontra na minha lista de favoritos.

Enfim espero não ter dado spoilers e que tenha feito vocês ficarem com vontade de ler o livro.
Quero comentários ein gente?! Digam o que acharam e quem já leu comente também!

blog: http://emocoesempaginas.blogspot.com/
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andressilva 20/04/2011

Um excelente trabalho de estréia
"Estátuas de Sal" provocou em mim algo que há muito não ocorria: a vontade compulsiva de terminar um livro, a ponto de ler em qualquer oportunidade que aparecesse, nem que fosse em pé mesmo, esperando o ônibus chegar.

E foi uma leitura extremamente rápida, ainda mais pra mim, que sou geralmente um leitor lento e distraído. Infelizmente, parte disso é devido a curta duração do romance, o que acaba sendo um aspecto agridoce do trabalho de André Cardinali.

Por um lado, o desenvolvimento extremamente ágil e fluido da história mantém o leitor alerta e ansioso (quase - mais detalhes a frente) o tempo todo, e é difícil saber se um livro mais longo poderia sustentar tal ritmo. Por outro lado, é difícil não lamentar, ao final da história, que nas quase 300 páginas do romance tenhamos apenas arranhado a superfície das potencialidades do rico universo de Estátuas de Sal.

Até porque o início da jornada de Alice é um tanto lento, especialmente em contraste com as últimas páginas, onde a narrativa parece entrar em modo "turbo". Particularmente, teria preferido muito mais que o autor tivesse explorado um pouco mais da vida neste mundo pós-"nova Sodoma" antes de mergulhar sua protagonista nos caminhos tenebrosos de sua jornada para transformá-lo.

Além disso, por se tratar de um trabalho semi-independente, é impossível não notar um ou outro lapso na edição, assim como algumas passagens cuja prosa uma revisão mais apurada certamente refinaria.

Mas, fato é que comecei esta resenha listando propositalmente os pontos que desgostei em Estátuas de Sal, justamente para encerrar dizendo que nenhum deles é grande o bastante pra minar o poder que este primeiro trabalho de André Cardinali tem de instigar o leitor.

O grande mistério da trama prende a atenção desde o início, e a maneira orgânica como os vários enigmas vão se resolvendo ao longo da narrativa é de fazer inveja a muitos seriados e filmes de suspense famosos. O livro tem alguns momentos verdadeiramente geniais (como o inesperado flashback), como genial também é a reflexão final a respeito da natureza de Deus e a maneira como esta é corrompida pelo homem.

(Aqui, gostaria apenas que aquele desenvolvimento maior de enredo cuja ausência lamentei nos primeiros parágrafos levasse a uma catarse igualmente orgânica - e menos "didática", digamos assim - de Alice quanto a sua grande revelação)

Enfim, um excelente trabalho de estréia, que desde já alça este meu xará a condição de grande revelação da literatura nacional e nos deixa, como leitores, ansiosos pelo que ainda vem por aí!
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Sybylla 11/04/2011

Comprei o livro sem muita expectativa, mas o enredo começou a ganhar ares de um thriller, uma ação que não me fez largar o livro até o final, que eu achei que seria tão bom quanto o livro... e não foi. Eu esperava um final mais revelador e que de fato terminasse um livro tão bem escrito. Certamente, o autor escreve muito bem, num ritmo nobre e impecável. Apenas o fim deste livro me desapontou.
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Fabio Brust 10/04/2011

"Estátuas de Sal", de André Cardinali
São Paulo destruída por Deus.
Foi essa frase que me conquistou, no livro de estreia de André Cardinali. Um pergaminho antigo encontrado no Afeganistão revela três profecias, cumpridas rigorosamente: uma crise, uma doença e uma nova Sodoma e Gomorra. A maior cidade brasileira sofre com um grande terremoto e é dizimada, matando seus habitantes. Entre eles, a mãe de Alice, a personagem principal.
Com o suicídio de seu pai, Alice torna-se reclusa e pensa ela mesma em se matar. Incapaz de fazê-lo, no entanto, ela decide ir atrás de pistas pelas quais o pai acabou por se matar, levando-se em conta o clima amistoso e pacífico criado com a destruição da cidade de São Paulo e a prova definitiva da existência divina que isso significaria. Isso acaba a levando para dentro da cidade destruída, um local proibido, e ao descobrimento de coisas que sequer poderia imaginar.
Para começar, queria dizer que achei o prólogo do livro totalmente desnecessário. A cena dos meninos afegãos encontrando os pergaminhos das profecias ficou um pouco deslocada, e não adicionada nada, em essência, à história. Eu simplesmente cortaria essa parte sem pensar duas vezes.
Apesar disso, a história tem um ritmo invejável para qualquer texto que tenha mais de sua metade preenchido com procura por pistas e movimentação exacerbada do personagem. Alice passa a primeira metade da história investigando, andando para lá e para cá, entrando em casas, abrindo gavetas, pesquisando, procurando símbolos e referências. Poderia ser uma parte entediante ou chata da história, mas, pelo contrário, foi extremamente bem construída. A escrita é ótima e rápida. Os enigmas que a personagem desvenda são ótimos. Não são fáceis e ela realmente batalha para conseguir entendê-los. Tudo faz absoluto sentido.
Não gostei muito de quando aparece a mensagem cifrada "Libertadores de Almas" com as letras disfarçadas de números. Para mim, pelo menos, ficou na cara desde o começo o que estava escrito, então, apesar de não saber como poderia modificar isso, acho que poderia ficar melhor se fosse diferente.
A história realmente nos leva a uma grande reflexão. Imagino que essa seja a intenção dela, de qualquer maneira. O livro foi escrito com o propósito de nos fazer pensar, e ele realmente me fez pensar. Passei pelo menos uma noite rolando na cama e pensando em todos os mistérios que se estendem à nossa frente e que somos completamente incapazes de desvendar. O último capítulo, a mim, foi muito bem escrito e contém diversas verdades. Exprime exatamente o que eu penso e já pensava a respeito desse assunto.
A linguagem do livro é boa, mas os diálogos ficaram informais demais. Apesar de ninguém falar palavras como "estar", no lugar de "tá", ou "vamos", no lugar de "vamo", acho que a leitura fica muito mais agradável se as palavras estiverem certas. Dá pra deixar a fala mais informal que a narrativa, mas não em excesso. Acho que daria para dar uma pequena corrigida nesse aspecto. Ainda assim, nada que tenha atrapalhado o andamento da história ou sua compreensão.
Algo que me agradou muito foi o fato de eu até agora não ter a mínima ideia de o que o autor acha. André Cardinali é ateu, católico, espírita? É difícil escrever um livro com um assunto tão polêmico quanto religião e permanecer neutro a respeito. Ele dá uma pincelada em diversos aspectos dela, e, no final, não sei se dá para dizer qualquer coisa a respeito dele, apenas a respeito da história. Eu tenho um livro sobre religião, e simplesmente não consigo deixar minha opinião de fora... André Cardinali está de parabéns pelo livro, como um todo!
Mais do que recomendo!
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Psychobooks 18/03/2011

Achei o começo da história confuso, Alice, personagem principal parece estar num estado catatônico. Chove bastante, a TV está ligada e ela está no parapeito da sacada de seu apartamento e tenta se matar, ignorando a chuva o vento, ela contesta acontecimentos até então desconhecidos para o leitor.
Seu apartamento está um completo caos, (o quarto do meu irmão as vezes fica igual!) e há um tempo tempo ela não saia dali ou se quer via ou falava com alguém.
Só depois de avançar bem a leitura é que descobrimos a história de Pedro e Marina, os maiores pecadores e causadores da ira divina, que acabou resultando na destruição de São Paulo.
Depois de um forte tremor na capital paulista, em apenas 15 minutos, a cidade se transformou em ruínas. Grande parte da população morreu, e aqueles que foram resgatados com vida, não sobreviram, por estarem gravemente feridos.
Apesar da magnitude do tremor, nenhuma outra cidade foi prejudicada, não tanto como São Paulo. Osasco, Guarulhos e o ABC tiveram apenas alguns estragos, sendo a cidade de São Caetano a maior prejudicada.
Após o tremor, um estranho desenho surgiu no chão, entre os escombros: “um símbolo de Deus, feito por Ele mesmo sobre a superfície da cidade de São Paulo.” (pág. 44)
Tal símbolo passou a ser chamado de Aliança. “…O nome derivava de uma passagem da profecia que dizia que o Sinal Sagrado de Deus seria a prova de que existia uma aliança entre os homens e o Criador e que não devia nunca ser esquecida.” (pág. 64)
Depois do ocorrido, a cidade de São Paulo foi completamente cercada por muros e até onde se sabe ninguém mais ousou entrar na cidade.
Com o susposto suicídio do pai, Alice passa a investigar sozinha por meio de algumas pistas, sua morte e acaba se tornando obcecada pela história.
Ela passa a ter mania de perseguição e ouvir vozes, quanto mais investiga, maior a impressão de estar sendo seguida.
Há partes filosóficas que nos fazem refletir nossos atos e suas consequências.
O livro é bem escrito, muito bem diagramado e com algumas ilustrações dos símbolos criados pelo autor.
Os ganchos que ele faz, explicando acontecimentos bíblicos foram claros e objetivos.
O título é uma referência aos suicídas que consequentemente se refere “…à mulher do profeta Ló da história de Sodoma. Segundo a tradição judaico-cristã, Ló, sua mulher e suas duas filhas saíram da cidade com o aviso dos anjos de não olharem para trás. A mulher, no entando, no momento da destruição da cidade, virou-se e transformou-se em uma estátua de sal. Segundo a tradição muçulmana, entretanto, a mulher de Ló não chegou a sair da cidade. De qualquer forma, o sentido da expressão que os suicidas herdaram era clara: eles eram aqueles que se recusaram a se desapegar do mundo dos pecados e aceitas Deus.” (pág. 59)
A trilha sonora também é boa, mas o livro não prendeu muito minha atenção... Acho que eu inverteria a ordem de alguns acontecimentos, como disse acima, achei confuso a forma como o enredo começou e, algumas partes da investigação da Alice eram bem maçantes.


Acesse:
http://www.psychobooks.com.br/2011/03/resenha-estatuas-de-sal.html#comments
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Liêvin 31/01/2011

Estátuas de Sal - André CArdinali (originalmente postada em www.sobrelivros.com.br)
O dia 26 de abril está marcado na história mundial como o dia do desastre nuclear em chernobil, uma onda forte de terremotos na Califórnia, dia em que foi realizada a primeira missa no Brasil e dia em que foi aprovada a construção da Freedon Tower (no lugar das torres gêmeas).

A princípio você, leitor, deve estar se perguntando “mas o que diabos isso tem a ver com a resenha?” e eu lhe respondo: “TUDO”. De desastres a cataclismas, passando por religiosidades e finalizando com um “fiz minha parte” é como o livro de André Cardinali se apresenta ao leitor. O dia 26 de abril ficará marcado, na realidade alternativa criado pelo autor, como o dia da destruição de São Paulo.

André Cardinali, nascido em Piracicaba, interior de São Paulo, começou a escrever desde pequeno e já aos 7 anos de idade impressionava sua professora com a intensidade de suas redações. É formado em Rádio e TV, e além de escritor de romances atua como roteirista, repórter e músico compositor, transferindo suas experiências reais à ficção, exaltando que a vida imita a arte.

Estátuas de Sal foi finalizado após um ano e meio de dedicação e muitas pesquisas. Hoje, aos 24 anos, André já possui quatro romances escritos e muitas ideias fervilhando na cabeça. Estátuas de Sal é sua primeira publicação.

A história se passa há exatos 10 anos, onde a mega cidade de São Paulo é varrida do mapa por um “castigo divino”. Tido como a nova Sodoma e Gomorra, a cidade não deixa a desejar nos aspectos depravados e promíscuos que levaram suas antecessoras à ruínas.

O livro conta a saga de uma garota, chamada Alice, em busca de verdades sobre o desastre e um sentido para sua vida. Alice é órfã de pai e mãe, mora sozinha em um apartamento, não tem noticias do namorado e não sabe se resolve assumir o ateísmo. Complicado, né? Assim ela vai vivendo até receber uma carta endereçada a ela, mas de um remetente estranho e com um conteúdo mais estranho ainda.

"LI83R74DOR35DE4LM45"

A carta mudará a vida de Alice de forma frenética e a colocará em situações curiosas, fazendo com que rume à São Paulo (a cidade destruída e proibida) para encontrar as respostas que sempre buscou. Em São Paulo encontrará a verdade sobre Pedro e Mariana (verdadeiros culpados pela fúria divina sobre Sâo Paulo), deparará com as verdades por trás dos mitos e encarará a fé que duvidava ter. Tudo isso com doses apimentadas de mistérios, segredos milenares e religiosidades absurdas.

“Há mais coisas entre a pedra e o mar do que a maioria das pessoas pode ver”

O livro mostra que o trabalho de pesquisa foi muito eficaz e bem elaborado. Estátuas de Sal não fica atrás de livros que tratam o mesmo tema, como os de Dan Brown. Cardinali mostrou um excelente trabalho numa trama religiosa-suspense-dramática-enigmática. Achei muito interessante o que significam as estátuas de sal e tudo que envolve a contextualização em trazer o centro dos pecados para o Brasil. Todos os motivos e pregações por trás disso são especulações com muito sentido. O livre mexe com o leitor e o autor consegue mudar e moldar sua opinião no começo e no fim do livro.

Muitos autores que escrevem com a religião inserida na obra mostram suas posições (se estão dentro ou fora do muro). Cardinali não faz isso. Não é a toa que estou até agora sem saber qual vinculo religioso-espiritual dele. O livro dá nó em nossas cabeças e para entender o final é preciso ficar atento a toda história.

Indico o livro para todo tipo de leitor. Seja ele religioso ou não, cético ou não, mas que goste de duas coisas: De prestigiar autores nacionais e de ler livros que tragam uma realidade para nossas proximidades.
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