Terra Virgem

Terra Virgem Philippa Gregory




Resenhas - Terra Virgem


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Isabella.Wenderros 07/11/2022

Uma das pérolas de 2022.
Em 1638, John Tradescant é filho do mais importante jardineiro real da Inglaterra. Lidando com o luto pela esposa, ele embarca rumo à Virgínia para fugir da dor enquanto recolhe plantas e objetos que possam ser expostos na coleção de curiosidades que sua família mantém. Na colônia, ele recebe como guia uma jovem índia, Suckahanna, com quem vai descobrir a rica vida que existe dentro daquelas florestas deslumbrantes. Na hora de ir para casa, ele parte já com a esperança de voltar para se casar com aquela menina, mas ao chegar, descobre que sua vida mudou drasticamente: seu pai faleceu deixando para trás dívidas e uma mulher desconhecida para ser sua nova companheira e mãe para seus filhos pequenos. Apesar das dúvidas, John e Hester se casam. A tensão política que controla o país cresce com rapidez surpreendente e uma guerra civil explode entre o rei Carlos I e o Parlamento. Dividido entre deveres e desejos, lealdade ou liberdade, John precisa descobrir quem realmente é e em que acredita conforme é puxado em duas direções totalmente opostas.

Philippa Gregory para mim é sempre um acerto. Nunca peguei um de seus livros e saí decepcionada, mas todas as minhas outras experiências foram com narrativas baseadas em personagens históricos e que já tinham chamado minha atenção por algum motivo. Em “Terra Virgem”, embora tenha a forte presença de algumas pessoas que existiram de fato, o protagonismo é dado ao responsável pelos jardins mais belos dos castelos e palácios ingleses, não um nobre.

Apesar de sua vivência na Virgínia e sua relação com Suckahanna influenciarem seu caráter, a maior parte de sua vida acontece em solo inglês. Os capítulos além-mar foram interessantes principalmente por poder observar como os índios viviam, em que acreditavam e quais os caminhos percorridos até serem expulsos de seu próprio território – como John convive por alguns anos com eles, dá para ter uma visão mais aprofundada através dele. A forma como a natureza era respeitada simplesmente me deixava encantada. Entretanto, era quando o foco voltava para Lambeth que a leitura realmente me animava.

De todos os personagens, Hester foi quem mais se destacou – uma mulher leal, corajosa e que adotou totalmente aquela família. Enquanto o marido lutava com as várias contradições que viviam dentro de si, ela sabia muito bem onde suas raízes estavam. Por boa parte das mais de 600 páginas, é através dela que a autora mostra a confusão política e social que abalou a Inglaterra em meados do século 17. Aliás, esse foi um dos pontos altos da leitura: a construção desse cenário de caos.

Fiquei com receio de que os detalhes sobre jardinagem me cansassem, mas não aconteceu. O final me deixou esperando por mais, acredito que um epílogo faria toda a diferença, principalmente porque muitos personagens que cruzam seus caminhos com os Tradescant me cativaram. Quando fui fazer algumas pesquisas sobre o livro, descobri que existe um anterior falando sobre o primeiro John Tradescant – pai do nosso protagonista –, mas, até onde vi, não foi publicado no Brasil; confesso que não acho que fez falta, sinto que consegui aproveitar bem sem essa outra leitura.

“Terra Virgem” fala muito sobre a batalha constante por autoconhecimento, a força de convicções pessoais – ou a válida vontade de sobreviver independente de qualquer coisa –, privilégios e sobre a necessidade de liberdade e justiça de um povo.

Para quem gosta de História, considero um prato cheio. Adorei o protagonista falho, indeciso e humano. Definitivamente, é uma das melhores coisas que li esse ano.
Luiza 10/11/2022minha estante
Nossa esse livro está na minha lista faz tantos anos e eu fico postergando toda vez. A sua resenha me fez ter vontade de ler finalmente ?


Isabella.Wenderros 10/11/2022minha estante
Também ficou muitos anos na minha! Foi uma ótima leitura, me surpreendeu.




Bruno Malini 21/09/2020

Amei
Primeiro livro que leio da autora e, simplesmente, amei a história e a escrita. E que final foi esse? ?
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Dominique 20/01/2011

Esplêndido!
"Passava longas horas no jardim, só entrando em casa na hora do lento crepúsculo do começo do verão, e percebeu que enquanto estava cavando, capinando e transplantando as mudas da Virgínia, refletia sobre os diferentes tipos de amor que um homem pode ter: por seu trabalho, pela garota com quem se casou por amor, pelos filhos que ela lhe deu, pela mulher com quem se casou por conveniência, e pela mulher que ele amou sem esperança, impotentemente, completamente."

1638 - John Tradescant Filho é um homem devastado pelo infortúnio que se abateu sobre sua família. Pai amoroso, esposo fiel e apaixonado, vê-se perdido quando perde a querida esposa Jane para a peste. Herdeiro de um dos jardins mais imponentes da Inglaterra e da exótica Arca Tradescant, um museu de objetos raros e curiosos, John é também jardineiro real de Carlos I, sua família serve à coroa a três gerações.
Conhecidos por ter um jardim repletos de plantas do mundo todo, além de vender mudas para ricas famílias inglesas, a família Tradescant é conhecida por embarcar em aventuras por terras estranhas e desconhecidas atrás de objetos e plantas raras.
Movido pelo desejo de apagar a dor da perda, com a desculpa de que deseja colher novas mudas de plantas, John embarca para o Novo Mundo, onde conhecerá uma terra rica em beleza natural e intocada pelo homem.
Ao chegar em Jamestown, na Virgínia, depara-se com um mundo desprovido do luxo habitual em que vive, onde homens lutam arduamente todos os dias para conquistar um pedacinho de terra e para vencer as intempéries do tempo. Além do clima, os novos habitantes, possuem um inimigo a quem desejam expulsar de vez do local, os índios, tratados como escravos e usurpadores dos direitos ingleses, são considerados seres selvagens, preguiçosos e pagãos.
Para colher as mudas das quais precisa para levar para casa, John procura um habitante local para guiar-lhe pela floresta. Indicão-lhe, então, uma menina índia, que como todos de sua raça, conhece a floresta e seus segredos como a palma de sua mão.
A partir desse primeiro contato com uma índia, embreinhado no meio da floresta por um mês, John começa a aprender seus costumes e também a respeitar seu modo de vida. Percebe que diferente do que pensam os índios não são selvagens, muito menos preguiçosos, apenas respeitam a natureza e sabem da importância dela para a manutenção da vida local.
É nesse contexto que John apaixona-se pela doce Suckahanna e encanta-se por sua beleza. Tendo prometido ao pai voltar a sua casa para levar-lhe as mudas, John parte rumo à Inglaterra, mas deixa uma nova promessa, endereçada a jovem índia. Que Suckahanna o esperasse, pois ele voltaria para casar-se com ela e constituir uma família no Novo Mundo.

Mais uma vez o destino prova não estar a favor das decisões de John e quando chega em casa encontra uma surpresa que abalará de vez seu universo. Seu pai acabara de falecer, tornando-o oficialmente dono da riqueza Tradescant, mas antes lhe deixara a incumbência de casar-se novamente, indicando-lhe, inclusive uma moça, que já passara da hora de casar.
Obrigado pela fidelidade ao pai, a cumprir seu desejo de cuidar de tudo que lhe deixou, John também é obrigado a pensar em seus filhos, que precisam sobretudo de cuidados e de uma mãe que lhes dê atenção. Assim, John desposa Hester, uma mulher com um caráter inquestionável e com uma fibra moral incomparável.

1642 - O parlamento decreta guerra contra o rei Carlos I, que aconselhado por sua esposa papista, quer transformar a Inglaterra novamente em um país católico. Contra os preceitos do rei, o parlamento quer fazer-lhe recuar na decisão de governar sozinho o reino. O país está dividido, quem está a favor do rei, está automaticamente contra o parlamento, e quem está a favor do parlamento está contra o rei. Uma guerra é travada e John sente-se incapaz de escolher um lado.
Se por um lado, por toda a sua vida ele serviu ao rei, por outro, não acha que Carlos I, seja dono de sua decisões e pensamentos e que por ele, deve sacrificar a vida em uma guerra com a qual não concorda. Incapaz de tomar uma decisão, John volta a Virgínia com o coração mais uma vez sobrecarregado pela culpa por ter deixado sua família sozinha em meio a guerra, mas feliz por sentir-se mais uma vez livre para fazer o que quiser de sua vida, sem as rígidas regras da sociedade para controlar-lhe os passos.

Confesso que foi extremamente difícil resenhar "Terra Virgem", o livro é tão recheado de acontecimentos e fatos históricos importantes, que é impossível de se contado em apenas uma resenha. Phillipa Gregory constrói de forma sublime seus personagens e os fatos que desencadeiam os acontecimentos ao longo da história. Tudo é tão detalhado e explicado, que ao final da leitura, ficamos com a sensação de déjà vu, como se nós mesmo tivessemos participado da história.


É impossível não se encantar com a floresta de Suckahanna, com seus costumes e com seu povo leal, de caráter tão forte. É impossível não desejar ardentemente, que eles consigam proteger a terra deles e que consigam viver em paz novamente. Suas reinvidicações são tão reais e tão cheias de razão, já que por ordem de chegada, eles é que deviam ser os donos daquelas terras, que a cada virada de página, nosso coração morre um pouco com o povo powhatan, o leitor descobre-se sofrendo junto a eles.

Uma personagem digna de se destacar é a Hester, segunda esposa de John. Ela tem uma fibra moral e um coração tão grande, que encanta o leitor com seus gestos e jeito de amar incondicionalmente, mesmo os filhos que não são seus e, sim, emprestados pelo casamento. Sua dedicação ao tesouro Tradescant e aos filhos de John a transformam na grande horoína do livro. Se há uma personagem inesquecível nessa história, com certeza, é Hester.

E John, o que dizer de um homem com um coração tão dividido? Ora pelo dever imposto pela tradição de servir ao rei, ora pelo desejo de seguir seu coração e seus ideais. Ora apaixonado pela bela índia, ora dividido pela lealdade e carinho que guarda pela esposa Hester. Ser fiel ao povo powhatan, que lhe abraçou com um dos seus, ou ser fiel aos irmãos ingleses? Somente no fim da leitura, que podemos compreender um pouco melhor o que se passa na cabeça de John e de seus questionamentos. Há momentos em que torcemos para que ele se decida logo, mas quando nós colocamos no lugar dele, percebemos que nem sempre tomar uma decisão é tão simples, e que o mais fácil é fugir mesmo, por mais covarde que seja o ato.

Enfim, "Terra Virgem" é um livro maravilhoso, que possui os ingredientes certos para um romance histórico repleto de detalhes vívidos e inesquecíveis. O mais gostoso, porém, foi dividir a leitura com meu esposo, que foi meu fiel ouvinte das partes que eu mais gostava. Assim como eu, Cristiano adora história, principalmente, se for da história Inglesa ou da 2ª guerra mundial. Contei-lhe dos embates políticos e do desenrolamento dos fatos e no final, ficamos com o desejo imenso de assistir esse importante período em um filme. Acrescento, porém, que como o livro é extremamente detalhista, talvez alguns leitores tenham dificuldade em se adaptar ao ritmo da trama, mas se persistirem e deixarem-se levar pela leitura, terão uma grata surpresa. Se um dia você puder lê-lo, tenho certeza de que não se arrependerá. Recomendo!

Veja mais: http://www.livrosfilmesemusicas.com.br/2011/01/terra-virgem-de-phillipa-gregory.html
Naty Dark Side 30/09/2015minha estante
Adorei a leitura do livro, pois é rica, detalhista e diversificada. A autora sabe levar muito bem as emoções dos leitores. Embora seja um romance, ela não conta com nossas expectativas para decidir sobre o rumo dos personagens. Chorei bastante em algumas partes e fiquei desolada com o fim de certa personagem. Já comprei outros livros da mesma e espero comprar também a saga que ela escreveu e se tornou um seriado. 'The White Queen' parece ser maravilhosa. 'Terra Virgem' me deixou entristecida. t-t




Adriana 16/01/2012

Muito Bom
O livro, como a própria sinopse diz, conta a história de John Tradescant, jardineiro do rei Carlos I da Inglaterra. A princípio não gostei muito desse personagem, me pareceu alguém fraco, indeciso e sem convicções. Mas, a medida que a vida de John e a história da Inglaterra vão se descortinando para o leitor, passamos a entendê-lo, e é claro, o personagem também amadurece e passei a gostar dele. Quem me cativou de imediato foi Hester, uma mulher forte e decidida...
http://hobbyecletico.blogspot.com/2012/01/terra-virgem-philippa-gregory.html
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Patty 13/04/2012

Muito bom para quem gosta de História
O livro relata um período durante os anos de 1638 a 1660 no qual a Inglaterra enfrentou uma guerra civil, causas e consequências. Neste contexto a autora apresenta a família Tradescant que na sua 2ª geração trabalha para a monarquia inglesa prestando serviço de jardinagem. John Tradescant é um homem com muitos conflitos e dúvidas, e acha que não seguiu seu próprio caminho e sim o que impôs seu pai. Em sua visita à Virgínia acaba se deparando com as dificuldades que tanto ingleses como indígenas, enfrentam para sobreviver no local dividindo a mesma terra.

O foco principal do livro é realmente os conflitos ingleses x ingleses na Inglaterra e ingleses x indígenas na Virgínia. Através dos personagens a autora demonstra os sentimentos diversos como fuga, imparcialidade, insegurança, força e coragem, que retratam toda uma nação. É recomendável para quem gosta de História. Mas se estiver esperando personagens muito apaixonados, cruzando um oceano em busca de um grande amor e que fariam qualquer coisa pelo ser amado, esse livro não é a melhor opção.


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Adrya_Daewen 11/01/2011

Nada empolgante...
Sou fã incondicional de Philippa Gregory, mas esse livro da autora realmente me decepcionou bastante. Não tem nada do brilho das outras obras dela. É chato, monótono e quase não termino de ler. Ela cria um personagem principal cheio de indecisõese falhas. Se perde sobre o que o Jonh Tradescant quer da vida, se viver na América um romance à la Pocahontas com a india Suckahanna ou voltar para a Inglaterra mergulhada na crise da monarquia de Carlos I. Para mim a única coisa válida na obra foi visualisar um pouco o que foi a Revolução Inglesa e a vida na inglaterra sem a figura de um rei, ou seja, a idéia de uma República na Inglaterra. No mais, a obra é muito enfadonha.
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Roseli Camargo 28/01/2011minha estante
Tbm adoro Philippa..... pena que esse livro seja chato, pois estava louca pra ler outro dela
:(.....




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