Resenhas - As Três Marias

Lafayette! 20/07/2022

"Mata-se em razão mesmo dessa sua obscura aspiração de morte, mata-se porque uma coisa chama, porque sofre uma atração violenta e invencível.
    É idêntico ao amor. Por que se deseja apaixonadamente determinado homem, por que a carne da gente estremece a um toque dele, a um roçar de mãos, à simples sugestão de uma carícia? Talvez o amor da morte seja como o amor por homem, e a gente só o satisfaça, só se console e se cure depois de possuída e externuada"

Essa foi a parte que mais me marcou no livro inteiro. O livro narra a história de uma garotinha, a qual companhamos o crescimento. Vemos ela passar pelas mais diversas experiências, sejam elas de perda, depressivas ou amorosas. Observamos sua mudança de crença, opiniões e pensamentos. E o livro narra isso de uma forma tão envolvente que fica difícil parar de ler. Uma palavra que descreve esse livro: Magnífico.

escrivadocaos 14/07/2022

A viagem pelo cotidiano
Tinha finalizado a leitura de "O Quinze" e como já tinha esse livro em mãos quis continuar conhecendo a escrita da autora que nesse livro demonstra um lado mais reflexivo.

A personagem Guta incia sua narrativa no dia que chega ao colégio interno e ao longo de uma adaptação por vezes dolorosa, conhece suas melhores amigas (que levará para toda a vida): Glória e Maria José.

O livro é uma viagem pelo cotidiano. Passeamos pela vida de Guta sem maiores alerdes, com suas mesmices e até mesmo viradas trágicas e inesperadas. É interessante que nesse narrativa, como a personagem principal também é a narradora, conhecemos o profundo de seus pensamentos, reflexões acerca de sentimentos, da sociedade, da religião.

Esses paragrafos são construídos de modo simples, mas com tamanha grandeza, que por vezes me peguei repetindo muitas e muitas vezes o mesmo paragrafos apenas para apreciar a estrutura e sonoridade ??

Biblioteca Álvaro Guerra 06/07/2022

O romance é narrado por Maria Augusta (Guta), uma das protagonistas da história e começa quando esta vai para um internato em Fortaleza no Ceará aos 27 anos, lá ela conhece Maria José e Maria da Glória, e se inicia uma amizade profunda entre as três. Ficaram conhecidas como As Três Marias porque uma freira que assim as chamou, por conta dos seus nomes: Maria Augusta, Maria José e Maria da Glória e por viverem sempre juntinhas, como a constelação de Órion. Juntas, ajudavam as outras amigas a solucionar seus problemas. O tempo passa e o estudo no internato acaba, agora já adultas cada uma segue um rumo, mas a amizade prevalece.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788503013239

Yuririn 12/06/2022

achei a história legal, a construção/desenvolvimento da protagonista através das coisas pelas quais ela passa é interessante de ver, apesar de não ter gostado muito dela sempre ter insatisfações, no estilo fiz aquilo, mas na vdd sinto isso, e pela forma como, as vezes, ela põe a culpa das coisas nos outros ao invés dela tbm fazer algo. Embora entenda que isso compõe sua personalidade, ainda assim não gosto muito de ler esse tipo de personagem, pq no geral elas tendem a me irritar um pouco hahaha. Este é o segundo livro que leio da Raquel de Queiroz, ainda gosto mais de "Dôra, Doralina", principalmente por causa da protagonista e achei a história com mais conteúdo, porém o "as três Marias" não deixou de ser bacana de ler, pois a escrita é boa, clara e traça bem as marcas de cada personagem.

ChloA0 15/04/2022

3 Marias
Que livro...
Quando ganhei na escola achei que seria uma coisa e quando li foi uma totalmente diferente.
Leia é mto bom

LER ETERNO PRAZER 29/03/2022

"As três Marias" é o segundo livro que leio de Rachel de Queiroz e pela segunda vez, uma leitura maravilhosa! Esse é seu quarto romance e aqui ela se aprofunda bastante em um tema bastante presente em sua obra que é o papel da mulher na sociedade.
O livro se inicia nos pátios e salas de aula de um colégio interno dirigido por freiras. Vamos acompanhar Maria Augusta, María da Glória e Maria José partindo da pré adolescência das três. As três seguem suas vidas dentro do internato, cada uma com personalidades diferentes, com passar dos anos transformam-se em mulheres adultas com suas particularidades. Maria da Glória se transforma em uma dedicada mãe de família, Maria José se entrega completamente a religião. Já Maria Augusta, não se sente capaz de acompanhar os passos de nenhuma de suas velhas amigas. Apesar de sua formação conservadora e rígida, ela sempre desejou ir muito além dos portões e muros daquele internato. Sua personalidade a levava a buscar novos horizontes, novos sentimentos, assim, ao finalizar o colégio corre em busca de sua liberdade, sua independência. Busca um lugar seu, seguir seu próprio caminho.
Mesmo com título de "As três Marias, basicamente vamos acompanhar em sua maior parte a vida de Maria Augusta e vamos acompanhar tudo pelos olhos da própria, temos uma narração em primeira pessoa, na voz de Maria Augusta.
Rachel de Queiroz construiu a personagem de uma forma muito real e ao mesmo tempo muito delicada. Não é o tipo de livro no qual a narração em primeira pessoa serve para ver o personagem obcecado consigo mesmo e com seus pensamentos esquizofrênicos. Guta é extraordinariamente sincera consigo mesma e é capaz de enxergar as situações alheias com um certo distanciamento, de narrá-los sem que haja aquela ideia da possibilidade de distorção.
Podemos notar, em uma leitura mais atenta,que a autora quis nos proporcionar detalhes íntimos de sua vida através desse livro, e até mesmo honrar e homenagear suas amigas devotas, que permanecerem junto a si até que a morte as separasse. Outro fator que te enlaça ao livro é a presença de uma linguagem simples, mas não menos bonita, e até mesmo poética, além de capítulos curtos, com finais que te deixam com aquela horrível pulga atrás da orelha para saber qual o próximo passo dado pelas protagonistas. Uma forma bem interessante de levar o enredo, com isso a leitura não se torna enfadonha, mesmo sendo um livro onde a ação não é um ponto primordial, aqui nos vamos navegar por pensamentos e palavras. Diria meio psicológica.
Bom, para finalizar, diria a todos os leitores (as) que "As três Marias é uma obra imprescindível para qualquer leitor!

Josielle 29/03/2022

Gostei bastante da leitura, é o segundo livro que eu leio da autora e recomendo. A história me pegou logo no início com a narração de Guta de suas vivências na infância e das experiências no internato onde conhece as outras Marias. Essa edição traz ao final algumas críticas literárias sobre a obra nas quais podemos entender melhor as nuances autobiográficas do romance.

Rafael 16/03/2022

Machado ou Clarice?
Conhecer uma famosa escritora por meio de sua obra não tão popular é uma faca de dois gumes. Ou você se surpreende e fica ansioso para ler mais livros escritos por ela, ou você não gosta e desiste de conhecê-la mais a fundo. Portanto, foi um risco muito grande (ou não) ser apresentado a Rachel de Queiroz lendo "As três Marias", livro aparentemente pouco conhecido do público por não ser "O quinze" ou "Memorial de Maria Moura", sendo esses os que, pelo que sei, a consagraram como uma escritora de talento. No entanto, foi uma grata surpresa ter o primeiro contato com Rachel por meio de "As três Marias". O livro é fantástico e merece todos os elogios que diversos críticos de peso lhe dedicaram. As comparações com o estilo machadiano de perceber a realidade têm, decerto, o seu lugar, mas, para mim, faltou comparar Rachel (nessa obra, pois não li as demais) com Clarice Lispector. A agudeza de raciocínio, a demasiada dimensão humana das personagens, a ironia ferina acerca da vida e das relações humanas, a intimidade devassada e a escrita fabulosa me deram, por vezes, a sensação de estar lendo Clarice e não Rachel. Não é a toa que Heloísa Buarque de Hollanda, em carta aberta à Rachel, indaga: como uma escritora (Rachel) que se diz não adepta do feminismo foi capaz de escrever um livro tão feminista (As três Marias)? Só esse paradoxo, digno de Clarice, já me diz que minha comparação não é desmotivada. Enfim, me encantou a forma como pude conhecer Rachel e espero que isso me motive a ler mais obras dessa escritora tão controvertida.

Ferreira 01/03/2022

O primeiro livro que li da Rachel de Queiroz
Esse é o meu primeiro contato com a obra dessa importante escritora brasileira, essa primeira experiência com a autora foi muito positiva, Rachel tem uma escrita sensacional bem fluida e com partes bem poéticas que me fizeram refletir, cheios de personagens bem marcantes em tão poucas páginas. Maria Augusta a personagem principal (e provavelmente um alter ego de Rachel de Queiroz, principalmente pelas semelhanças entre as duas) é a narradora do livro que vai conta a sua história e a de suas duas melhores amigas, Maria José e Maria da glória, elas se conheceram em um internato em Fortaleza no Ceará, e lá formam um grande laço de amizade. Todas com histórias tristes envolvendo a família, e com personalidades distintas e complexas dentro
de suas simplicidades.
Tive uma certa dificuldade na leitura pois é um livro com uma perspectiva muito feminina e em certas partes me vi entrando em um universo que não era o meu, mas acho isso importante, saí da própria cabeça e explora outros mundos, e isso torna essa leitura ainda mais interessante.

Lucas.Alvares 24/02/2022

Mais um clássico lido
Tem algumas partes profundas, que realmente me fez refletir e pembrar de situações. A Guta é bastante inteligente e fico triste dela nào ter vivido como desejava.

Fabiana.Amorim 14/02/2022

Vale quanto pesa
Olha... Eu procuro um defeito na obra de Rachel de Queiroz e não acho. Delícia de ler a vida destas 3 Marias. A religiosa, a casadoira e a feminista em potencial. Li pensamentos de Guta que representam muito o que é a vida da mulher. Somente através da escrita feminina a gente consegue este nível de identificação. Gostei muito.

Kecia.Viana 31/01/2022

Quando olhar para o céu... Sempre lembrarei.
3 estrelas! Cada uma com sua característica... Com sua dor, sua origem e personalidade.

3 Marias!

Guta sempre estará em meu coração. Me emocionei muito com os relatos de infância com convívio com a mãe. Duas almas livres!

Alan Bruno 27/01/2022

Leitura leve e envolvente.
Primeiro livro da Rachel de Queiroz que eu li, gostei bastante. Os capítulos foram quase todos curtinhos, e a escrita é bonita, leve, e sem detalhes em excesso, o que tornou a leitura tranquila e rápida de avançar.

A história sobre a vida das três personagens é envolvente, ainda mais por acompanharmos desde a infância. Dependendo de quem lê, dá para se identificar com os acontecimentos e, dessa forma, se sensibilizar ainda mais.

Confesso que comecei a leitura sem saber que a protagonista e sua história foram bastante inspirada na autora. Depois de saber sobre isso, se tornou ainda mais interessante acompanhar a amizade do trio, e o rumo que a vida das personagens tomou.

Vou buscar conhecer os outros livros da autora depois. Recomendo As Três Marias para quem se interessar pela história e quer uma leitura rápida.

@limasamara__ 17/01/2022

Interessante
Confesso que no começo da leitura pensei em desistir pois simplesmente não fluía, mas depois fui me apegando a Maria Augusta, Guta para os íntimos e começou um leve romance com Isaac, Guta foi descobrindo novos lugares e vivências.
" Olho as Três-Marias, juntas, brilhando. Glória reluz, impassível, num raio seguro e azul. Maria José, pequenina fulge tremendo, modesta e inquieta como sempre. E eu, ai de mim, brilho também, hei de brilhar ainda por muito tem po - e parece que a minha luz tem um fulgor molhado e ardente de olhos chorando.

E nem sei quanto tempo hei de ficar ainda, sozinha e desamparada, brilhando na escuridão, até que minha luz se apague."

Laura 13/01/2022

Rachel de Queiroz
Demorei um certo tempo para terminar de ler esse livro, isso se dá pelo fato de que eu só o lia nas manhãs de domingo. O embalar prosaico de Rachel de Queiroz me lembra uma manhã de domingo, um navegar que te embala e te leva suavemente, que ainda que lento te faz querer que a viagem seja ainda mais lenta, que faz querer que o entardecer não chegue, não pelo tempo, mas para aproveitar e experienciar a sensação dos raios de sol do amanhecer na pele que acabou de despertar do sono, os sons do mar, o olhar curioso pelos quatro cantos.