Cley 08/02/2021Dizem que depois da tempestade vem a calmaria, mas não é isso que acontece. Quando a tempestade passa, o que sobra é o caos e destruição. Foi assim para Jersey Cameron que teve sua vida completamente posta de cabeça para baixo depois que um tornado atingiu sua cidade.
Jersey sempre admirou as tempestades, ver as nuvens se aproximarem, a ventania, e sentir a chuva, mas dessa vez a tempestade foi se tornando algo maior, e toda admiração que Jersey tinha se esvai.
"Em vez disso, eu estava tremendo, o coração disparado, meus olhos observando o céu com preocupação, tentando me lembrar de como ele era antes do tornado, se era parecido com o jeito que estava agora. Desejei ter prestado mais atenção antes."
Sempre gostei de filmes que mostram desastres naturais, ver a força da natureza é algo que sempre me fascinou, mas sei que ela é irredutível, e não se importa com quem esteja em sua frente.
Apesar de ter vistos vários filmes com essa temática, nunca li nenhuma obra que falasse sobre, e eis que foi uma grata surpresa quando encontrei o tema numa das obras de uma autora que admiro o trabalho.
Narrado em primeira pessoa, observamos o quanto a Jersey perdeu e ainda vai perder com o tornado que destruiu sua casa e sua cidade. Foi bastante doloroso ver seu sofrimento diante de algo que nos perguntamos o porquê daquilo está acontecendo, e nos frustramos mais ainda quando não chegamos às respostas.
A escrita da autora continua fluida e através da Jersey, pude perceber que coisas que antes eu não prestava atenção, como o simples fato de admirar algo que está ali todos os dias.
Me emocionei ao ler a obra, e tive raiva devido às atitudes de vários personagens que só mostra que algumas pessoas são egoístas e mesquinhas.
Por ser narrado em primeira pessoa, não tive um feedback melhor do que se passava na mente de outros personagens, não pude entender suas motivações e isso acaba limitando muita coisa. Porém, a obra é um convite para nos ajudar a ressignificar aquilo que chamamos de tudo.