spoiler visualizarAna 04/10/2020
Luta constante contra a própria natureza
Nesse livro autobiográfico de Mishima, o autor nos coloca a par de seus desejos e impressões mais íntimos desde a infância no lar confortável em que cresceu, passando pela escola com seus primeiros amores (por outros meninos), até o momento em que entrou para a universidade, e quando conheceu a jovem Sonoko por quem teve um amor sem desejo, quase uma espécie de amizade platônica.
Quase ficou noivo dela, porém não levou adiante o projeto de se casar para ser como um homem normal, entre aspas.
O jovem vivia, a julgar pela sua escrita, uma batalha entre as convenções, a máscara de rapaz japonês de classe média-alta comum que ostentava, e entre seus desejos secretos, carnais, bizarros, proibidos e de certa forma, depravados. Ora, ele não era apenas um jovem homossexual que tinha de fingir ser o que não era: sua escrita nos revela também um indivíduo que desejava possuir a carne, o sangue de jovens, fortes e incultos efebos; ele se masturbava e se excitava imaginando jovens e fortes homens feridos, seminus, e quase à beira da morte. É um livro que causa fortes impressões em quem o lê. Já quero filme dele.