Confissões de uma leitora 09/11/2020
Essa leitura está em espera há algum tempo. Não gosto de ler lançamentos, tirando algumas raras exceções, prefiro esperar passar o furor do momento para ler com calma.
Não é exatamente o meu primeiro contato com a escrita de Sue, mas é, definitivamente, a obra onde pude, de fato, conhecer seu trabalho numa perspectiva mais focal.
Não preciso dizer que a escritora tem uma escrita madura e inteligente, com diálogos consistentes e uma trama bem amarrada. Percebe-se o cuidado que houve na pesquisa para embasar as temáticas abordadas, sobretudo, o plot policial que é o ponto central da trama ladeado pela sexualidade com enfoque no feminino e o romance do casal protagonista.
MANSÃO HEDONÊ traz um romance policial permeado de mistério e investigação, há também uma aura de mistério em torno da própria mansão e dos serviços ofertados, que aos poucos vamos desvendando e nos inteirando de conhecimentos importantes para a saúde da mulher. Há um certo velamento tal qual é o assunto em si em nossa sociedade. No entanto, entendo que seja necessário e muito real, devo acrescentar, quando a sexualidade feminina ainda que estejamos no século 21 seja considerada tabu, ser tratado de forma sensível para que haja engajamento por parte das interessadas. Um método, por sinal, muito inteligente.
O romance é construído gradualmente, o que eu particularmente gosto.
A tensão sexual, a atração magnética está lá, embalando os protagonistas. Mas não se engane, embora haja uma neblina erótica e instigante, não há uma explosão hot em cada capítulo. Este é, antes de mais nada, um romance policial que faz jus a seu gênero.
Outra coisa que curti bastante, é a inclusão da família homoafetiva.
No que diz respeito ao mistério, confesso que saquei antes da revelação. Não que comprometesse a história. Sou do time que se interessa pelas motivações.
Há uma ressalva em relação ao excesso de detalhes.
No mais, leitura recomendada.