A Jornada do Escritor

A Jornada do Escritor Christopher Vogler




Resenhas - A Jornada do Escritor


52 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Luiz Souza 19/02/2024

Dicas Valiosas
O livro trata de como contar uma boa história com ótimas dicas e explica o passo a passo da Jornada do Herói.
Um bom guia para quem quer se aventurar no mundo da escrita.

Ótima leitura.
comentários(0)comente



Fernando.Francisco 16/05/2021

Por trás da magia ficçional
Uma espécie de viagem guiada por um grande catálogo de ferramentas narrativas, fará refletir sobre as similaridades daquelas que tiveram mais alcançe e efetividade comercial.
É como se um traidor dos mágicos roteiristas viesse até você e... "Ei psiu, deixa te mostrar como eles fazem...".
comentários(0)comente



Luciana Viter 18/09/2009

Guia para escrever e para a Vida
Excelente estudo a partir das teorias de Joseph Campbell consubstanciadas em seu livro "O Herói de Mil Faces".
Muito do que o autor propõe não se aplica somente à autoria de
textos, notadamente de roteiros para cinema, mas podem ser
definitivamente aplicados à vida comum de cada um de nós.
Afinal somos os heróis de nossas próprias histórias.
andreluis.cia 28/11/2014minha estante
Luciana,

Preciso fazer uma prova amanhã de Roteiro e descobri que um dos filmes que vou analisar, Tudo ou Nada, tem nesse livro Jornada do Escritor, Não consegui achá-lo de última hora, pois só fiquei sabendo disso hoje. Vc tem como tirar uma foto da página que fala desse filme e me passar por e-mail?? Te agradeceria muitoooo!!! Meu e-mail é andre.cia@hotmail.com




Antonio Luiz 06/07/2015

A literatura precisa de heróis ou de mais Hakuna Matata?
Escrito em 1998 com a pretensão de ser não só um subsídio a roteiristas, mas também uma fórmula universal para a literatura e um quase místico manual de autoajuda para a vida, "A Jornada do Escritor: estrutura mítica para escritores", de Christopher Vogler, é republicado no Brasil pela Editora Aleph de acordo com a nova edição estadunidense de 2007, com nova introdução, mais ilustrações e análise de obras mais recentes (a versão anterior da obra fora traduzida em uma edição de 2006, esgotada, da Nova Fronteira).

O livro baseia-se, muito livremente, em "O Herói de Mil Faces", obra do mitólogo Joseph Campbell originalmente publicada em 1949 que ganhou grande popularidade a partir de 1977, quando George Lucas reconheceu ter baseado nela seu Star Wars e ainda mais em 1988, quando a rede pública estadunidense PBS divulgou o documentário O Poder do Mito, no qual Campbell (falecido no ano anterior), hospedado no Rancho Skywalker de Lucas, discutia o uso de suas ideias na trilogia do anfitrião.

Vogler é um consultor e executivo de Hollywood cujo currículo passa pela Disney, Fox e Warner. As primeiras versões de sua obra viraram uma febre nos estúdios desde 1992 e logo depois também entre aspirantes a escritores, principalmente nos gêneros da fantasia e da ficção científica. É discutível o quanto isso se deve à excelência do trabalho de Vogler e quanto à vontade de jovens autores e cineastas de seguir a moda e agradar a chefes e editores, mas o livro gerou um sem número de cursos e oficinas de escrita com a presunção de ensinar a fórmula única do sucesso na escrita e na vida.

Na nova introdução, o próprio Vogler admite, com certa relutância, que não é bem assim. A obra do mitólogo quis destilar o “monomito”, uma estrutura comum a mitos heroicos de tribos e civilizações antigas de cinco continentes, mas o livro do executivo, baseado em sucessos de Hollywood, oferece uma versão extremamente pasteurizada, descafeinada e padronizada de sua tese. É a concepção de heroísmo da cultura estadunidense de massas que, como ele mesmo veio a descobrir, é recebida de forma muito crítica em países como a Austrália e Alemanha.

Outra concessão, igualmente importante, foi o reconhecimento de que sua obra se adapta mal a histórias de mulheres. As civilizações antigas raramente as conceberam como heroínas épicas e a “americanização” do monomito por Vogler reduziu ainda mais seu papel. Ao se comparar sua versão com a de Campbell, salta à vista como mudança mais notável a revisão puritana do ápice da “jornada”.

Na obra do mitólogo, envolve “O Encontro com a Deusa” e “A Mulher como Tentação”, momentos nos quais o herói enfrenta os abismos da sexualidade, com seus prazeres e perigos, como um teste decisivo para merecer a vitória. Na versão de Vogler, essas etapas (mais “A Sintonia com o Pai”), são agrupadas numa assexuada fase de “Provação”, concebida como um encontro próximo com a morte. No seu guia, a mulher aparece mais como uma banal “Recompensa” (do herói), no lugar das etapas descritas por Campbell como “Apoteose” e “Bênção Última”, marcando sua elevação a um grau superior de consciência.

É de se perguntar se a influência de Vogler não foi uma das razões da redução do número de protagonistas femininas no cinema e tevê durante a última década. Em 2002, 16% dos papéis principais dos 100 filmes de maior bilheteria eram meninas ou mulheres, mas em 2014, apenas 12%, segundo o 'Center for the Study of Women in Television and Film', da Universidade de San Diego. Além de ter sido uma das causas da diminuição flagrante da criatividade e diversidade dos roteiros das grandes produções cinematográficas.

Mesmo as culturas tribais e antigas, deve-se lembrar, não viviam apenas de gestas heroicas. O “monomito” descrito por Campbell, cujo protagonista é tipicamente um herói civilizador que encarna os valores morais de seu povo, tem uma importância especial para a formação dos jovens guerreiros e para a sustentação ideológica da tribo, do Estado ou da religião, mas todos os povos também criaram histórias cômicas, eróticas, cínicas ou subversivas para explorar outros aspectos da condição humana e outros modos de ver a realidade. Querer reduzir tais histórias ao modelo da “Jornada do Herói” seria tirar delas sua essência ou, pelo contrário, reduzir a estrutura de Campbell a um esquema vazio de começo, meio e fim (se tanto). Não se ganha nada ao se tentar reduzir ao monomito um "Dom Casmurro" de Machado de Assis, um "Orlando" de Virgina Woolf ou uma "Metamorfose" de Franz Kafka, por exemplo.

O próprio Vogler nos dá, em sua obra, um exemplo inadvertido dos limites do seu trabalho. Em 1992, quando publicava a primeira versão de seu trabalho, um memorando corporativo de sete páginas intitulado "Um Guia Prático para o Herói de Mil Faces", era também consultor da Disney e revisava o roteiro de "O Rei Leão". Uma de suas sugestões aprovadas foi a mudança do papel do xamã-mandril Rafiki. Originalmente um personagem apenas cômico, recebeu uma das funções clássicas da “Jornada do Herói”, a de “mentor”, combinando sua irreverência original com um papel sério de guia e iniciador místico, tornando-o uma curiosa caricatura africana do mestre zen da tradição japonesa. Pode-se concordar com que isso foi uma melhora.

Por outro lado, o autor se queixa de não ter sido ouvido quanto ao segundo ato, no qual o pequeno Simba encontra os bem-humorados Timão e Pumba e é criado na sua picaresca filosofia. Na sua visão, o filme deveria nessa etapa submeter o herói a uma série “realista” de testes, receber ensinamentos sérios de Rafiki e passar pela famosa “Provação” descobrindo seu poder numa batalha com um crocodilo, um búfalo ou algum outro inimigo formidável, enquanto seus novos amigos seriam meros “alívios cômicos”.

Segundo ele, a opção da Disney enfraqueceu o filme. Mas para as plateias que fizeram desse desenho um dos maiores sucessos do estúdio, foi correta. Juntamente com a majestosa abertura, a canção "Hakuna Matata" é a cena mais lembrada. Foram Timão e Pumba, não Simba ou Kiara, que ganharam uma série própria. Essa animação tem muitos aspectos discutíveis, mas afastar-se um tantinho da totalitária camisa de força do monomito para valorizar esses plebeus e seu ponto de vista foi uma decisão correta, até para demonstrar que o herói defendia valores mais vitais e democráticos do que a sombria tirania de Scar. Fazer dele um brigão amargo e angustiado à maneira do Batman, de Rafiki um mestre austero e jogar Timão e Pumba para segundo plano tiraria da história a maior parte de sua originalidade e alegria.

Não é dizer que um escritor não tem nada a ganhar da leitura desse manual. Tem suas utilidades, desde que não seja levado tão a sério quanto pede. Um autor às voltas com uma história de tom ao menos parcialmente heroico pode tirar muitas sugestões de como enriquecer seus personagens e seus desafios. Transformar um mero palhaço colorido em um mentor incomum, por exemplo, foi certamente uma boa ideia. O problema é o escritor sentir-se obrigado a empobrecer seu enredo ou seus personagens e tirar deles o que tenham de mais criativo, peculiar e interessante para adequá-los ao modelo, como faria se seguisse a sugestão de Vogler para escantear o simpático par de ladinos. Por mais que espere obter sucesso e aprovação, o mais provável é que fabrique apenas mais uma obra banal e insignificante.

Além disso, mesmo o autor principiante deveria descartar a tese de que o monomito é a única história a ser contada. A vida e a arte não são feitas só de heróis épicos. Outros tipos de personagens – inclusive as heroínas – pedem outras abordagens. “Infeliz a nação que precisa de heróis”, diz o Galileu de Bertolt Brecht. Infeliz, também, o autor que não sabe escrever se não for sobre heróis.

site: http://www.cartacapital.com.br/cultura/a-literatura-precisa-de-herois-ou-de-mais-hakuna-matata-7110.html?utm_content=bufferee4c9&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer
Luiz.Salomao 11/06/2016minha estante
Fonte? Carta Capital! Só podia ser....




ToniBooks 03/05/2021

Há conflito? Há história!
A Jornada do Escritor é um paradigma acerca da invenção de histórias, mas não é uma forma nem um livro sagrado. Pode ser subvertido, invertido, cotejado, fragmentado, mas jamais desconsiderado, pois trás à luz um certo padrão encontrado nas narrativas que permeiam toda trajetória do ser humano.
comentários(0)comente



Deh 03/04/2020

Storytelling
Livro escrito por um consultor de roteiros de cinema. Baseia-se, principalmente, no livro ?O herói de mil faces?. Um pouco antigo, pois trata de muitos filmes dos anos 90. Mas, passa vários insights sobre os macetes de se escrever uma história, citando diversas figuras e atos que podem estar contidos na composição de um bom roteiro.
comentários(0)comente



César Ricardo Meneghin 18/04/2021

Muito interessante, porém redundante
O livro traz muitas dicas e muita informação boa. Mas por várias vezes as repete em capítulos diferentes.
Os exemplos que ele usa são bons, mas usa sempre os mesmos filmes e mesmos livros. Ou seja ele usa sempre a mesma fonte do exemplo durante todo o livro.
Mas vale a pena, muitas informações são relevantes e ajudam na formação do conhecimento.
comentários(0)comente



Will 06/02/2020

Um guia na arte de contar histórias
Só existem três histórias no mundo. Todas as outras são variaç?es delas.
A jornada do escritor não apenas te orienta sobre as características da jornada do herói, como te orienta e exemplifica cada uma delas.
Mas o mais importante desse livro é toda a inspiração e motivação que ele traz.
Como escritor amador, descobri inúmeras ferramentas que mal posso esperar para colocar em prática, lendo o livro todo de uma vez só para voltar esmiuçando cada parte a medida que for compondo a narrativa.
comentários(0)comente



Airechu0 19/02/2016

Um livro para escritores, leitores e por que não, heróis?
Quem nunca se perguntou quais os ingredientes certos para se contar uma boa história? O que ela precisa ter para tocar emocionalmente e de forma transcendente o seu público? O que faz de uma história um sucesso? Ou ainda se há certas similaridades inerentes a todas as histórias de sucesso?

Algumas pistas para se responder estas perguntas podem ser encontradas n'A Jornada do Escritor, de Christopher Vogler. Baseando-se em estudos anteriores de Joseph Campbell, Carl Jung entre outros, e também em sua própria experiência como consultor e analista de roteiros dos estúdios de cinema de Hollywood, Vogler conceitua e estrutura a Jornada do Herói, uma forma narrativa pautada numa sequência linear de eventos chave na história. Um modelo básico presente em inúmeros mitos das mais diversas culturas do mundo e que perpetua-se no nosso imaginário desde que o ser humano começou a criar e a contar as primeiras histórias.

Em seu cerne está o crescimento do Herói, a saída de um lugar cômodo, o enfrentamento de um perigo mortal, sua superação e a mudança infringida pela Jornada na própria figura do Herói. Por lidar com questões tão universais e comuns a todos os seres humanos, somos imediatamente fisgados por histórias deste tipo e rapidamente nos identificamos com elas e seus personagens. Simplesmente queremos aprender e ser como os heróis, queremos experimentar os perigos mortais aos quais eles se submetem, assim como também queremos triunfar e crescer, superando nossas fraquezas internas e externas a fim de nos tornar pessoas melhores.

Vale ressaltar que o modelo não se aplica somente a uma jornada mitológica ou física. Os nomes dos estágios precisam ser interpretados como conceitos de uma metáfora. Jornadas de cunho mais pessoal e íntimo como a descoberta do amor e a busca por felicidade ou reconhecimento também podem ser concebidas e analisadas sob o viés da Jornada do Herói. Outro ponto a se levar em conta é que os conceitos apresentados não são de forma alguma critérios definitivos e imutáveis e que precisem ser seguidos à risca o tempo todo. O modelo é extremamente versátil e da imensa margem para a criatividade e inovação por parte do escritor que venha a utilizá-lo.

A Jornada do Escritor é dividido em duas partes (Livro Um e Livro Dois) e mais um Apêndice ao final. Na primeira, somos apresentados rapidamente ao modelo da Jornada do Herói, temos uma definição dos estágios e como eles se organizam em Atos ao se contar uma história. Mas neste primeiro momento, o foco maior fica para a apresentação dos Arquétipos que representam os papéis desempenhados pelos personagens tanto pelo viés psicológico quanto pelas funções dramáticas que exercem na história. São oito tipos ao todo (Herói, Mentor, Guardião do Limiar, Arauto, Camaleão, Sombra, Aliado e Pícaro) e cada um deles é tratado em um capítulo próprio.

Descobrimos que todos os personagens podem apresentar, combinar, permutar e até se transformar em qualquer uma das facetas arquetípicas acima. Um Aliado pode assumir as rédeas da situação numa atitude esperada do Herói, um Mentor pode ser tão super protetor com o Herói a ponto de agir como um Guardião do Limiar ou ainda se deixar corromper pela ambição tornando-se uma Sombra e assim por diante...

Conhecendo os Arquétipos, as peças que vão se mover pelo tabuleiro da história, vamos à segunda parte, o Livro Dois. Nele Vogler discute detalhadamente cada um dos 12 estágios da Jornada do Herói. São eles:

- O Mundo Comum: no qual é apresentado o mundo e o cotidiano no qual o Herói vive.
- Chamado à Aventura: é o momento em que um problema, desafio ou jornada é proposta ao Herói.
- Recusa do Chamado: por medo ou desconforto o Herói reluta em aceitar o Chamado.
- Encontro Com o Mentor: quando surge uma figura experiente que treina, aconselha e encoraja o Herói à aceitar o Chamado e trilhar o caminho da Jornada.
- A Travessia do Primeiro Limiar: quando finalmente o herói sai do seu Mundo Comum, adentrando num Mundo Especial, mágico e diferente. É o momento sem volta da Jornada.
- Provas, Aliados e Inimigos: o Herói encontra aliados, faz inimigos, é testado e aprende as regras do Mundo Especial, agora a sua nova realidade.
- Aproximação da Caverna: após se adaptar ao Mundo Especial o Herói prossegue a busca do seu âmago e logo encontrará a surpresa e o terror supremo.
- A Provação: o Herói e sua vida são postos à prova, é o momento de maior conflito, da grande virada, aquele em que o herói experimenta o gosto da morte em sua forma mais intensa.
- Recompensa: após superar seu maior desafio, o Herói colhe sua recompensa, o elixir. Ela tanto pode ser física, um tesouro ou um item especial e específico ou simbólica como a superação de um trauma, um grande medo ou o aprendizado uma nova lição.
- O Caminho de Volta: trata da volta do Herói para o seu Mundo, uma fuga da Caverna Secreta.
- A Ressurreição: o Herói, agora transformado e renascido pela Jornada encara o desafio final e terá que fazer uso de tudo que aprendera até ali.
- Retorno com o Elixir: marca a volta do Herói portando o elixir para o Mundo Comum. Ele usará o que obteve na Jornada pelo Mundo Especial para enfim ajudar as pessoas do seu Mundo Comum.

Após nos apresentar o conceito mais básico e clichê de um estágio ou arquétipo o autor elenca mais outros tantos tópicos com as variações mais comuns desses mesmos clichês, fala dos modelos de cenas em que aparecem, as funções dramáticas e psicológicas que exercem e as características mais comuns esperadas deles. Por exemplo no capítulo sobre o arquétipo Herói há tópicos específicos para tratar da Identificação do Herói com o Público, do Sacrifício pelo outro, dos Heróis à Contragosto, dos Anti-heróis, de como o Herói Lida com a Morte e muito mais.

Toda a descrição tanto dos Arquétipos quanto das etapas da Jornada do Herói é feita tomando como referências e exemplos algumas das mais famosas histórias vistas em filmes, livros e na mitologia. Star Wars e O Mágico de Oz são presenças recorrentes e é delicioso reconhecer as referências feitas durante a leitura e acredite elas não não poucas!

Embora seja um livro de referência, o texto tem uma boa fluidez, o autor utiliza uma linguagem extremamente simples e instigante. A sensação que tive como leitor é a de também estar trilhando aqueles passos e me envolvendo numa jornada. Mas confesso que uma das melhores experiências que tive foi a de justa e propositalmente interromper a leitura para repensar algumas das obras que eu lera e vira buscando encontrar nelas as características narrativas que me eram apresentadas. Qual foi o Chamado à Aventura de Scarlett O'Hara em E O Vento Levou...? Qual foi a Provação Final de Bilbo Bolseiro n'O Hobbit? Quando o Esquadrão do Inferno adentra a Caverna Secreta em O Inimigo do Mundo? Qual a Recompensa obtida por Gretta James e Dan Mulligan na Jornada moderna de lançarem um álbum independente na internet no filme Mesmo Se Nada Der Certo? Perguntas como estas pipocaram na minha cabeça o tempo todo!

Ainda no Livro Dois, há um exercício semelhante a este feito pelo autor no Epílogo: A Recapitulação da Jornada, no qual ele analisa sob o viés da Jornada do Herói cinco obras cinematográficas distintas. Aqui podemos ver na prática a aplicação deste modelo. Seja na construção de um romance trágico de proporções épicas como em Titanic, numa animação da vida animal como em O Rei Leão, ou num roteiro vanguardista, pós-moderno e não linear como em Pulp Fiction, fica impossível não se surpreender com o quão dinâmica e versátil a Jornada do Herói pode ser. É a parte na qual aprendemos como observar a estrutura teórica pode fornecer pistas de como continuar uma história, perceber qual elemento pode estar faltando e assim aperfeiçoá-la. Também é a parte em que vemos como o conhecimento prévio da estrutura fornece ferramentas adequadas para se interpretar uma obra sob diversos aspectos. Particularmente eu fiquei impressionado com a quantidade de metáforas que Vogler conseguiu extrair de Titanic e quero rever o filme tão logo seja possível!

O último capítulo do Livro Dois, fala da Jornada do Escritor e resumidamente é a extrapolação da Jornada do Herói para a vida real com enfoque na arte de escrever. Se somos os protagonistas, os Heróis das nossas próprias jornadas de vida, podemos também reinterpretá-la com base na estrutura da Jornada do Herói. É um exercício bem inspirador e pode motivar e ajudar a lidar com alguns dos nossos problemas cotidianos ou com alguns daqueles que certamente teremos ao ousar contar nossas próprias histórias.

E por fim temos um Apêndice com cinco capítulos curtos nos quais o autor discorre temas variados ainda relacionados às histórias como a Polarização, a Catarse e A Sabedoria do Corpo. Tais temas acrescentam novas nuances que podem passar despercebidas na estrutura padrão da Jornada mas que inegavelmente contribuem tanto quanto ela para se contar e enriquecer uma história. Afinal, que escritor não quer deixar seu leitor arrepiado ou com o coração palpitando com sua história?

A Jornada do Escritor é uma fonte inesgotável de inspiração e idéias para escritores e roteiristas e aponta um caminho confiável a se trilhar na elaboração de histórias. De fato impressiona quantas delas podem ser contadas sem que nem ao menos suspeitemos de que todas bebem de uma mesma fonte! Do melodrama mais açucarado ao faroeste mais brutal, passando pela comédia, suspense, ação e fantasia, mesmo nas entrelinhas, lá estará presente a Jornada do Herói.

Esta terceira edição lançada pela editora Aleph inclui as Introduções e os Prefácios originais das edições anteriores, uma extensa Filmografia selecionada, um Índice Remissivo indispensável em qualquer obra de referência, além de trazer belas ilustrações de Michele Montez nas páginas de abertura dos capítulos e capa com acabamento emborrachado. É um livro altamente recomendado tanto para quem pretende contar suas próprias histórias ou para quem, como eu, quer entender e interpretar melhor todas aquelas que lê, vê e curte a fim de extrair o máximo delas. Seja você um Leitor, Escritor ou Herói, decerto terá valiosas lições a aprender com um Mentor como Vogler.

site: http://www.multiversox.com.br/2015/09/a-jornada-do-escritor-estrutura-mitica.html
comentários(0)comente



phendragon 09/09/2016

QUAL O LIMITE PARA A CAPACIDADE DE COMPREENSÃO DE LIVROS
Quando optei em fazer resenhas de quadrinhos, romances, ficção, terror, esotéricos, etc, fiz por entender que é preciso expor pra vocês, leitores do blog LER PARA DIVERTIR, uma variedade maior de opções de leitura. Normalmente nos acostumamos a uma só vertente de leitura e isso pode tornar os entendimentos mais limitados. Nada contra, mas é importante variar, sair da zona de conforto e experimentar coisas novas e ter novas opiniões.

O que dizer desse livro? Sensacional seria tão pouco... A Jornada do Escritor é uma daquelas obras que todos os viciados em livros deveriam ler e ter do lado da cama, simplesmente para usar como guia de consulta. O livro deveria ser um guia prático de como escrever livros e roteiros, mas é muito mais que isso. Para vocês entenderem melhor, demorei 30 dias para ler (normalmente gasto 7 dias com um livro, para ler, entender e depois escrever uma resenha). Mas, o que significa isso, demorar tanto tempo? O livro é incrível pois explica para o leitor todos os tipos de arquétipos encontrados nas obras de literatura, (herói, mentor, sombra, aliados, arauto, etc), explica cada um. Depois explica para você, detalhadamente, toda a jornada que deve estar contida em qualquer obra, para torna-la um sucesso. Tudo isso, com riqueza de exemplos. Impossível não ler e se pegar avaliando os ultimos livros que você leu, filmes que viu, seriados, etc. Incrível mesmo!! Eu terminava de ler um capitulo e passava horas pensando em todos os filmes e livros, questionando tudo e vendo todas as ligações. Que trabalho incrível.

O livro é extremamente agradável, quase temos a impressão de estar de frente para o Christopher, ouvindo seus argumentos e debatendo com ele. Parece que ele imagina qual pergunta faremos e logo já nos dá a resposta. Sério... eu ficava de boca aberta todo o tempo. E você pensa mais uma vez: Mas o livro chama "A JORNADA DO ESCRITOR", ele ensina você a escrever? Engraçado isso, ele diz que "oferece a você a FORMA, mas não a FÓRMULA". Não é um livro de regras para escrever um livro, mas um verdadeiro guia para este caminho.

Mas ele não serve apenas para aqueles que querem escrever um livro. Acho que, como resenhista, o livro me ofereceu um conhecimento incrível. Por compreender a JORNADA DO ESCRITOR e os arquétipos, agora posso ver mais claramente os objetivos que o escritor tem, ao nos presentear com suas obras. Posso fazer um julgamento mais preciso e melhorar ainda mais a qualidade das opiniões levadas a vocês.

Ponto positivo também para a editora Aleph, pela excelente escolha de lançamento. Edição impecável, com uma arte linda e com uma tradução ótima. Adorei tudo do começo ao fim e com certeza este é meu livro de cabeceira. Ainda há muito mais para reler nele e compreender melhor.

Se você me perguntar: "Então, devo comprar e ler o livro?", vou dizer: Não fez isso ainda??

MARCOS GRAMINHA é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite".
contato: marcos.graminha@gmail.com

site: http://www.lerparadivertir.com/2016/06/a-jornada-do-escritor-estrutura-mitica.html
comentários(0)comente



Hammer.Mariana 20/04/2023

Leitura obrigatória
Inspirado na Jornada do Herói de Joseph Campbell, Vogler simplifica a jornada e a explica passo a passo. Muito mais que um manual sobre a escrita, o livro possui ótimas dicas e reserva uma parte para a demonstração dos principais arquétipos que encontramos na literatura.
Leitura obrigatória para todos os escritores!
QUEIJO460 15/08/2023minha estante
Você se aventura na escrita?


Hammer.Mariana 17/08/2023minha estante
Tentando! ?
Estou na metade do meu primeiro livro.


QUEIJO460 17/08/2023minha estante
Qual é o gênero?


Hammer.Mariana 20/08/2023minha estante
Fantasia. Uma fantasia urbana envolvendo personagens folclóricos brasileiros. Não que eu espere muita coisa dele, mas estou achando a experiência divertida.
Você escreve?


QUEIJO460 20/08/2023minha estante
Sim, é bom exercitar a escrita. Mas não vou muito para a escrita fantástica, prefiro a escrita de poemas e textos opinativos.




Rain 01/02/2022

Não é sobre escrita, mas sobre a vida
Se você se sente meio perdido e sem perspectiva da vida, esse livro vai te ajudar. Porque ao ensinar a escrever uma história, ele ensina que sua vida é uma história e como lidar com os estágios dela. Simplesmente maravilhoso
comentários(0)comente



LimaJr 22/03/2022

A jornada do herói
Um bom livro sobre a jornada do herói e arquétipos. Bem completo, detalha cada etapa da jornada e ainda apresenta uma síntese, além de discutir tópicos complementares, a exemplo de polaridade e catarse. Penso que poderia ser mais objetivo, já que achei a leitura um pouco cansativa, difícil de levar adiante por muito tempo. Ainda assim, um livro essencial.
comentários(0)comente



Assis 01/03/2024

Conhecimento é o caminho...
Um livro que preciso ser lido por todo profissional de escrita, independe de ser oi não aspirante a escritor de romance.

Uma obra que, ainda que tenha seus enxertos para deixar o texto mais robusto, não é enfadonho e tão pouco descuidado ao passar seus ensinamentos.

Em suas páginas temos lições importantes e dicas e instruções que realmente nos norteiam a como trilhar a jornada da escrita.

O autor, inclusive, usa diversos exemplos para ensinar e/ou elucidar um mesmo aspecto, buscando ser o mais didático e claro possível.

Como trata-se de um livro técnico, acho válido lembrar que ele não deve ser seu único parâmetro de aprendizado. Mas sim, deve ser utilizado junto com outras obras que abordam esse mesmo tema instrutivo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



52 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR