Resenhas -

Laris 24/04/2021

Dá para julgar a história de outra pessoa?
Kim Gordon era a baterista/vocalista do Sonic Youth, uma banda "pós-punk" do final dos anos 80.
E começou bem, eu estava gostando... e aí começou a ficar chato. A Kim teve uma adolescência bem classe média, pais universitários, graduação em artes, se casou com o colega de banda e, aparentemente, o Sonic Youth não teve grandes envolvimentos com polêmicas. As maiores polêmicas são o fim de um casamento por traição e uma rixa (estranha) com a Courtney Love. E a Kim gosta de jogar nomes aleatórios - de produtores, empresários, donos de boates, amigos anônimos - e tudo meio sem contexto, como se ela estivesse contando a história para alguém que conhece essas pessoas. E isso pra mim pesou a leitura, porque se eu não conheço a pessoa e nem ao menos tenho um contexto minimamente interessante de qual é a importância dela, eu não quero saber a história por trás.
Um dos pontos altos do livro pra mim foi justamente o começo, que ela conta sobre o último show do Sonic Youth (que foi, pasmem, no Brasil), e de como ela parecia abalada pelo fim do seu casamento e como isso influencia no seu jeito de tocar. Ou de como ela se sentiu tocando com os membros remanescentes do Nirvana no Rock and Roll Hall of Fame. É incrível ver a descrição e depois assistir à apresentação no Youtube (embora eu deifnitivamente não goste das músicas do Sonic Youth).
São relatos assim que eu gosto de ler em biografias, porque são familiares, ou eu consigo sentir como se fossem. São perguntas que eu faria a um ídolo: "você gostou?", "qual foi a sensação?", "como é ser uma garota em uma banda?".
Infelizmente, esses momentos no livro são escassos. Uma pena.