Resenhas -

Isabel 08/07/2020

Sul da fronteira, oeste do sol foi meu primeiro contato com o autor. Detalhe: eu já possuía em minha estante outros dois livros dele mas nunca os li, então, esse livro da TAG veio em boa hora, pois finalmente saí dessa inércia em relação à obra de Murakami.
Agora, minha opinião sobre o livro: basta dizer que comecei num domingo à noite, já pronta para dormir e pretendia ler apenas algumas páginas; só que me senti tão envolvida pelo livro que, de cara, li 25%. A narrativa do autor e fluida e nos sentimos envolvidos por sua história. Sei lá. Simplesmente queremos saber mais sobre a vida do personagem principal.
O autor escreve de forma direta e simples mas os personagens tem uma densidade psicológica bem interessante, o que faz com que avancemos de forma rápida na leitura.
Também adorei o climinha de chuva e as músicas que aparecem ao longo da narrativa, tanto que meu único arrependimento é ter lido o livro sem a trilha sonora da vida de Hajime. Imagino que lê-lo, escutando-as seria uma experiência mais completa.
Só não dei nota máxima ao livro porque o final me decepcionou um pouco; acho que esperava mais explicações mas entendo que isso possa ser simplesmente o estilo do autor e devo respeitar sua escolha.

Diego Lima 23/08/2022

A história é sobre o personagem Hajime, um japonês sem qualquer tipo de destaque, mas, filho único (guardem essa informação). Algo que para o Japão da década de 50 era algo de extrema preocupação, pois poderia ser anuncio de problemas entre os pais, ou poderia acarretar problemas sociais para o filho.

Vamos acompanhar várias fases da vida do protagonista: desde a infância, onde ele terá apenas uma amizade forte; sua mudança de cidade e ingresso no ensino médio; um pouco da sua vida universitária e, finalmente, o período adulto. Saberemos de todos seus pobres e, com isso, veremos que ele não é nenhum guardião de virtudes, até que uma noite chuvosa ...

O livro é curto, com um enredo bem simples ligado apenas ao protagonista, porém com muitas reflexões e mistérios. Apesar de simplório, acredito não agradar a todos os leitores, pois, se você já leu os livros do Murakami sabe que o autor não tem muitas preocupação em fechar pontos, deixando-os por isso mesmo, podendo desapontar os mais curiosos por detalhes, o que me leva a pensar ser uma obra a qual imita a vida porque nem sempre temos as respostas para tudo, não vamos saber detalhes de determinados acontecimentos conosco ou com próximos, e a vida continuará mesmo assim, mesmo sem sabermos o que aconteceu.

Matheus 06/04/2024

O final, pra mim, salva
É um livro com uma história simples: a relação de duas pessoas.

O meu erro foi achar que a grandiosidade desse livro era o desenrolar, mas é muito sobre o final. É o primeiro livro que me deixou mais de dois dias pensativo em cada palavra dos trechos finais e como o personagem reiniciou um ciclo que culminou em várias consequências.

O começo é sem sal, o meio é arrastado porque a personagem da Shimamoto (na minha opinião) é horrenda, misteriosa em momentos excessivos beirando ao forçado, e não me passava uma ideia sedutora que o protagonista descreve. Mas o fim, meus amigos, as reflexões do fim são maravilhosas.

JAlia372 24/02/2024

Um livro sobre o início da vida adulta...
O livro acompanha Hajime desde a adolescência até seus 37 anos, retratando a vida do personagem em uma cidade interiorana do Japão e em Tóquio. Hajime é um personagem muito bem construído, imperfeito, em nenhum ponto do livro se pretende retrata-lo como alguém perfeito, ele é apenas um homem comum que comete muitos erros e tem muitos defeitos. O livro retrata bem essa entrada na vida adulta e a sensação de se estar perdido ou ter um vazio, se sentir atrasado ou inadequado. O desenvolvimento do livro é maravilhoso, muito envolvente, porém esperava um melhor desenvolvimento da personagem secundária, Shinamoto, entendo a ideia do autor de que o livro era autonarrado por Hajime e contava as suas percepções da vida, porém Shinamoto surge e some do nada, deixando essa ponta desatada de qual teria sido sua vida, mesmo pequenos detalhes são deixados de lado, perdendo assim um potencial enorme de passar também um pouco da percepção dela da passagem da adolescência para a vida adulta.

isa.dantas 15/08/2020

Um livro que aborda o vazio e é um verdadeiro passeio depois de alguns livros densos enviados pela TAG esse ano. Ótimo para ler num dia preguiçoso, com cenas bastante poéticas e até uma pegada de romance policial.

Adonai 16/06/2021

Lendo Murakami
Reencontrar, após tantos anos, uma pessoa que marcou sua vida pode ser destrutivo? E se essa marca agita uma sombra de solidão, cresce uma angústia e faz parecer que vivemos uma farsa?

Às vezes a vida é levada em uma roda mecânica e automática, sem refletir muito sobre nossos desejos, nossas vontades, em sermos quem somos ou mudarmos o que pensamos. E pode ser muito complexo nos depararmos com esses fragmentos de entendimento, quando compreendemos que podemos ser outros possíveis e talvez estejamos desperdiçando vida.

É um livro que me despertou melancolia, solidão, mas também me fez ver como podemos focar erroneamente em algumas "buscas" pelo ápice do gozo, do prazer.

Mari Pereira 02/08/2020

Meu 1° Murakami
A leitura é bem fácil e envolvente. A história pode parecer banal, mas traz consigo uma profunda reflexão sobre o vazio da vida, esse sentimento de incompletude e de não pertencimento que persegue muitos de nós. Achei uma ótima leitura, em edição primorosa.

cmvies 25/03/2024

Essa falta é quem eu sou
Estou completamente rendida a escrita do Murakami! Sinto que não poderia ter escolhido livro melhor pra começar. Ele é belíssimo, a escrita fluía de uma maneira tão natural que era quase impossível parar de ler.

Fiquei aterrorizada em diversos momentos por me identificar bastante com o Hajime. Essa falta que ele sentia, a vontade insuportável de se tornar outra pessoa. De se livrar do fardo de ser quem se é.
Se eu não estivesse lendo o livro a partir da perspectiva dele é óbvio que seria muito mais difícil de entender o personagem. Mas esse livro não é sobre certo ou errado. É sobre simplesmente ser. E na vida podemos fazer coisas das quais não nos orgulharemos, e quando questionados sobre nossos motivos talvez nem saibamos responder.

Esse é um daqueles livros que a gente não lê esperando que algo grandioso aconteça, porque a grandiosidade está ali nos dias que se passam naturalmente um após o outro. E assim continuará sendo até que deixe de ser.

Luiza 09/08/2023

Sul da fronteira, oeste do sol
Um dos melhores livros do Murakami, em minha opinião. Apesar de quase não sentir empatia pelo personagem principal e suas atitudes estupidas, torci para que achasse a mulher que tanto procurava. Há uma loucura cotidiana típica das histórias de Murakami e achei que neste livro ficou ainda melhor. Uma leitura muito prazerosa.

José Cláudio 07/07/2021

Pra mim foi um bom livro, com diversos elementos que caracterizam a obra do autor, porém depois de ler quase toda a obra dele lançada no Brasil (só falta os volumes de Assassinato do comendador), sinto que estou um pouco enjoado da fórmula dele, ademais, isso não me impede de reconhecer a qualidade da obra e do autor.

brunadutracosta 13/12/2023

Fascinante
Um dos melhores livros que já li! Gostei bastante do drama, do mistério. Confesso que fiquei angustiada junto com o personagem principal e ainda me fez questionar muitas situações da minha vida! O final foi um pouco decepcionante porque queria que fosse da minha forma kkk mas adorei! Muito melancólica com sabor de terapia!

Cinara... 05/07/2021

Escolhas...
"Naquele momento eu não sabia. Não sabia que eu era capaz de, um dia, magoar alguém de maneira irreparável. Que, apenas por existir, as pessoas podem magoar profundamente umas às outras."

Ah mas seu tivesse feito daquele jeito eu teria sido mais feliz, ah mas se eu tivesse escolhido aquela pessoa eu teria sido mais feliz, ah mas se meu trabalho fosse outro eu seria mais feliz... Em sul da fronteira, oeste do sol Murakami mostra bem isso, que achamos que nossa felicidade pode ter ficado lá atrás com uma escolha que não fizemos e todo resto se torna uma escolha mal feita. Sempre buscando os "E se".
Meu primeiro contato com o autor, logo o último livro dele lançando aqui no Brasil, gostei muito! Com ar meio fantasmagórico e irreal de loucura e obsessão do personagem, adorei!
"Naquele momento eu não sabia. Não sabia que eu era capaz de, um dia, magoar alguém de maneira irreparável. Que, apenas por existir, as pessoas podem magoar profundamente umas às outras."

Ah mas seu tivesse feito daquele jeito eu teria sido mais feliz, ah mas se eu tivesse escolhido aquela pessoa eu teria sido mais feliz, ah mas se meu trabalho fosse outro eu seria mais feliz... Em sul da fronteira, oeste do sol Murakami mostra bem isso, que achamos que nossa felicidade pode ter ficado lá atrás com uma escolha que não fizemos e todo resto se torna uma escolha mal feita. Sempre buscando os "E se".
Meu primeiro contato com o autor, logo o último livro dele lançando aqui no Brasil, gostei muito! Com ar meio fantasmagórico e irreal de loucura e obsessão do personagem, adorei!
Não dei 5 estrelas, algumas coisas ficam sem respostas, respostas pelas quais você se pergunta o livro todo. Depois só fica o conformismo, como muitas pessoas realmente vivem suas vidas, conformadas com o que têm, é assim que termina o livro, conformado!

Luana.Abreu 24/08/2020

Deve ser o quarto ou quinto livro que leio do Murakami. O estilo entre eles é sempre muito parecido e, pro meu gosto, sempre maravilhoso

cris.leal 14/04/2023

A oeste do Sol é um lugar impossível de alcançar...
Hajime, o narrador, conta sua história desde a infância até os seus quase quarenta anos. Nascido em 1951, filho único, quando havia poucos filhos únicos no Japão daquela época, ele era um menino solitário e introspectivo, que gostava de ler e ouvir música. Sua vizinha Shimamoto, também uma solitária filha única, era sua única amiga. Uma forte conexão os unia, mas se separaram no final do Primário, quando tinham 12 anos. A partir daí um grande vazio tomou conta do coração de Hajime..

O tempo passou, ele concluiu os estudos, conheceu outras garotas, mas nunca se esqueceu da amiga de infância. Sempre pensava nela com carinho e essa memória serviu-lhe de incentivo e conforto muitas vezes. A história avança até os 37 anos de Hajime, quando ele já está casado, pai de duas filhas e dono de dois bem-sucedidos bares de jazz. Nessa altura da vida, ele não se sente nem infeliz nem solitário, contudo há uma incompletude que o sufoca, um vazio que o persegue. Mesmo passados vinte e cinco anos, ele ainda se lembra de Shimamoto e imagina que se sentiria menos incompleto se a visse de novo e, para sua grande felicidade, o reencontro aconteceu.

Em um dia chuvoso, ele reencontra Shimamoto em um de seus badalados bares. A partir daí vamos acompanhar algumas situações misteriosas, pois pouco se sabe sobre a Shimamoto adulta. A vida dela é um mistério e sua presença na vida de Hajime é inconstante, pois ela vem e vai sem deixar rastros. Quando ele, tomado pelo delírio do amor idealizado, decide abandonar tudo para viver com ela, Shimamoto desaparece de vez, e muita coisa fica sem ser dita ou explicada. É claro, que fiquei chocada com o sumiço repentino, mas o choque me fez questionar se a Shimamoto adulta realmente existiu, e a ficha de que a história se moveu entre a realidade e a fantasia, caiu. Começou a fazer sentido a ideia de que ela foi uma ilusão, uma invenção de Hajime. Um meio que sua mente perturbada encontrou para exorcizar o passado e, finalmente, dar um novo rumo à sua vida, começando por valorizar quem nunca o abandonou: sua esposa e filhas. Gostei da história porque me envolveu em uma viagem introspectiva repleta de emoções.