O mapa do tempo

O mapa do tempo Félix J. Palma




Resenhas - O Mapa do Tempo


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Gláucia 03/12/2013

O Mapa do Tempo - Félix J. Palma
O livro parte de uma ideia interessante: um jovem apaixonado perde sua amada, assassinada por Jack, o estripador. Inconformado, procura retornar ao momento antes do crime para que possa salvar a moça, através de uma viagem no tempo.
Em vários momentos me senti ludibriada (quem leu, entende) pois o autor abusou de um certo expediente. São vários personagens e acabei tendo a impressão que faltou coesão entre as histórias.
Ponto alto: H.G.Wells é um dos personagens principais e fiquei tentada a ler "A Máquina do Tempo", obra muito citada no livro.

site: https://www.youtube.com/watch?v=odgkw1GVol4
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Vicente 31/08/2013

"O tempo é uma ilusão"
O Livro "O Mapa do Tempo" do espanhol Félix J. Palma se passa no final na Londres do final do século XIX e acompanhamos como a vida de alguns de seus moradores são afetadas após a publicação de "A Máquina do Tempo" clássico livro que deu fama ao escritor H.G. Wells.
O livro se divide em 3 partes, 3 diferentes histórias que estão ligadas pela presença do escritor H.G. Wells e a empresa Viagens Temporais Murray. Empresa essa que promete tornar realidade o que Wells tinha imaginado em seu livro, levar as pessoas ao futuro. No entanto, os viajantes não seriam transportados até o mundo dos Morlocks e Elois, e sim a um futuro mais próximo: 20 de maio de 2000, o dia em que uma guerra decisiva entre humanos e máquinas teria seu fim.
Na primeira parte acompanhamos o jovem Andrew Harrigton que busca retroceder 8 anos e salvar sua amada de uma tragédia ocorrida em 1888. Na segunda parte, acompanhamos uma história de amor entre um soldado do futuro do ano 2000 e uma singular jovem que habita a Londres de 1896. Por fim, na última parte do romance acompanhamos a busca por um viajante do futuro que teria viajado até Londres com o objetivo de roubar a autoria de romances clássicos de seus autores.
Mas não se deixe enganar(e aproveito para avisar que o autor vai tentar várias vezes, e provavelmente conseguirá) com o tema do livro. Felix J. Palma faz do tempo uma ilusão para contar uma história muito maior. Esse livro nos faz questionarmo-nos sobre diversos assuntos. "Qual deve ser o limite de uma mentira se tem o proposito de salvar uma vida"? é um exemplo dessas indagações que surgiu a mim ao longo da leitura. A Narração de Felix J. Palma é tão boa que às vezes parece poesia.
Por fim, O Mapa do Tempo é o tipo de livro que recomendo a todos. Diverte, surpreende e emociona!





site: http://viverouvirler.blogspot.com.br/
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Marlete 26/05/2013

Várias estórias e histórias que se entrelaçam e se distanciam, fascinante !
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Dave 26/04/2013

Surpresas
Esse livro me surpreendeu de diversas maneiras, primeiro porque ele apenas me custou R$10,00 na livraria e havia só achado a sinopse engraçadinha e não esperava muito dele.

Minha segunda surpresa: toda a metalinguagem utilizada pelo autor, carregada de ironia, que também é levada aos personagens com atitudes e desfechos mirabolantes. Gosto de classificá-los como cretinos, não no sentido ruim da palavra.

Minha terceira surpresa, veio com a utilização de personagens reais em meio a uma ficção (ou não-fantasia fantasiada de fantasia), com Wells, Jack, o Estripador, a próprias Marie Kelly (vítima de Jack e paixão de Andrew). Realmente não sei onde vai o alcance da existência desses personagens, quem existiu de verdade ou quem é mera invenção de Palma, cheguei a procurar, mas não achei nada de concreto.

E claro, não posso deixar de lado, todos os twists ao decorrer do livro, com a brincadeira do é viajante, não é; é máquina do tempo, não é.

Apesar de um pouco enfadonho nas partes em que narra as trajetórias de Murray e Wells logo no começo, o que quase me fez largar, já que no começo o que sustenta a história é o suicida Andrew, pois as surpresas começam a aparecer no meio. O livro consegue conquistar por personagens interessantes, uma narração cheia de reviravoltas, recorrendo sempre "ao olho que tudo vê".

"Podia ser um romance que narrasse a criação da empresa Viagens Temporais Murray, para a qual ele infelizmente tinha contribuído, e que surpreendesse os leitores na metade, quando descobrissem que o ano 2000 não passava de um cenário construído no presente com entulhos de demolição, mas isto só seria uma surpresa para os leitores de sua época, obviamente. Se o romance sobrevivesse à passagem do tempo e fosse lido por leitores de uma época posterior ao ano 2000, não haveria nenhum segredo a revelar, pois a própria realidade teria desmentido o futuro exposto na história"

Mais enaganado Wells não poderia estar. Muitas surpresas envolvem essa história.
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José Paulo 25/01/2013

Como um novelo
Ao título não me despus a pensar muito, porque já havia pensando, na verdade sentido. Entre as muitas sensações que podem ocorrer durante uma boa leitura, uma que me ocorreu e é um tanto pitoresca é ter me sentido um novelo, sim, um novelo onde o autor fez gato e sapato (aproveitando as referências felinas).
Volta e meia lá estava eu enredado e crendo em uma linha de raciocínio e de repente puff... me sentia um menino perdido. Não levem como uma crítica ao livro, pelo contrário, estou falando na capacidade que o autor dispôs de tais fatos e imaginação onde entrei também e virei um personagem.
Recomendo e muito a leitura! E antes de abrirem a primeira página, façam a transposição do tempo em que nós encontramos. A volta ao passado oferecerá uma leitura mais emocionando e verdadeira.
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Méafius 07/12/2012

O pendular do tempo
Algumas obras literárias são escritas com um simples intuito de entreter a maior parcela possível de leitores das mais variadas condições e personalidades. Conferindo à sua obra um carácter genérico que se formata e se adapta às impressões pessoais e à fluidez da leitura devido, principalmente à disponibilidade de tempo ao ato. Assim como uma noite de descanso em que nos deixamos arrastar para uma margem do inconsciente ainda desconhecida e despertamos na amnésia da lucidez. Mas há textos de vertiginosa vida pulsante contida nas entre linhas do volume, desembocando sua trama em um profundo mar de inventivas reflexões. O livro do autor espanhol Felix José Palma Macías " O Mapa do Tempo " ( 2010 ) é um bom representante dessa classe de livros interessada em propor um deslocamento do interlocutor através do próprio tema de seu livro, as viagens no tempo.
Um dos grandes desafios do autor na empreitada do texto que resultou em talvez a singular marca desse é a ambientação. É imprescindível reconhecer a importância e as dimensões da criatividade de diversos autores ao se prontificarem a imaginar o amanhã, o futuro e tentar alcançá-lo com sua escrita bem como a própria personagem e real autor H. G. Wells (1866-1946) com seu romance científico " A Máquina do Tempo " (1895). Contudo, reconstruir um passado com verossimilhança e retratar à projeção de uma possibilidade de futuro em um tempo posterior à idealização, indo mais longe e retratando outras épocas. No caso, a cronologia do romance se inicia em meados de 1888, saltando ao ano de 1896 e divagando entre outras datas como 1984 e finalizando do fictício ano 2000 e à guerra final entre as sobras da humanidade e os autômatos poderiam ser vistas como ingênuas pelos ávidos leitores do século XXI posterior à trama. Mas a maestria de seletos autores na condução de sua escrita pode quebrantar a linearidade do tempo e transportar a quem se permitir aos mais inimagináveis lugares em épocas envelhecidas ou que estão na espera de serem captadas elo fluxo inventivo dos escritores e passar a existir.
Ao contrário de etéreas imagens do cotidiano do século XIX, somos convidados a participar da dinâmica social vigente em uma sociedade marcada pela estratificação social, efervescência ideológica e científica e de transformações aceleradas nos campos privado e coletivo, político e econômico, tecnológico e social. É praticamente impossível não sentir os odores de uma Londres esfumaçada, do perfume dos narcisos nas residências burguesas, do calor baforado nas tabernas dos bairros pobres. A sinestesia presente no texto reconstrói o passado.
Além disso, não apenas se solidifica a máquina urbana mas também o combustível transformador dessa, por exemplo, o ideário e doutrinas são pincelados durante todo o romance. O pessimismo de Schopenhauer, também é possível depreender umas marcas do antropomorfismo do naturalismo e um determinismo, por parte do ambiente mesclados em uma obra de traços futurísticos das vanguardas da Belle Epoque.
Acompanhando os traços da escrita, nos deparamos com as constantes divagações do autor,devido, talvez, ao encadeamento das diversas personagens na história. Diferentemente de outros como Garret, Palma preza pela explicação e a sutil introjeção de ideias e conjecturas, assim como nos revela um conhecimento muito grande sobre diversos temas mas sem vangloriar-se.
Permitindo um deslocamento de experiências e, sobretudo, conduzindo com autoria a excelente história, Felix J. Palma nos provoca ansiedade e muitas quebras de expectativas próprias de um verdadeiro escritor
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Geanne.Darc 05/11/2012

O Mapa do Tempo
Conversando com leitor. É assim que Félix J. Palma conduz essa bela e surpreendente história.
Confesso que já faz algum tempo que uma trama consegue me deixar sem fôlego, em suspense, sem saber o que irá acontecer a seguir. Os personagens fictícios e as figuras históricas tem suas vidas entrelaçadas de tal forma que em certos momentos torna-se difícil distinguir quem é o personagem e quem é a figura histórica, onde começa a ficção e onde termina a verdade.
Um texto bem elaborado, mas nada cansativo, divertido até, que não apenas entretém como também nos leva a várias considerações, junto com H.G.Wells, com os personagens, o autor...
Adorei a leitura e recomendo a todos que gosta de um bom enredo que misture história, ficção científica, aventura e tanto de ação e romance.
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Marcia Lopes 28/10/2012

Uma viagem literária...
Difícil falar desse livro porque não se deve passar muito além do que está sinopse para não estragar as surpresas dessa viagem. Em uma narrativa bem humorada e interessante, o escritor conversa com o leitor, faz confidências e considerações a respeito dos personagens que te dá a sensação de fazer parte da história e estar ali do lado dele e se entretêm tanto com o enredo que é pego de surpresa no final, ou quase.O livro é composto por três partes e a cada começo um folhetim.
Andrew um rapaz rico, não trabalha e vive uma vida boêmia, tem como melhor amigo Charles que também é seu primo e companheiro de noitadas. Certo dia enquanto espera o primo Andrew se depara com um quadro, uma pintura de uma bela mulher que o deixa encantando, curioso e por que não? Apaixonado.
Charles explica que para fazer uma brincadeira com o pai esnobe , lhe dá de presente aquele quadro, que na verdade é de uma prostituta que vive no bairro mais pobre de Londres.
Obcecado por aquele rosto , parte a procura dela e acabam se tornando amantes e Andrew de tão apaixonado resolve enfrentar o pai, porém Jack "o estripador" acaba com seu sonho de construir uma vida ao lado de Mary Kelly a quinta vítima de Jack e uma das mais famosas por causa da carnificina, eu deixo os detalhes para vocês, quando lerem.
Foram oito anos de completo desalento e Andrews não aguenta mais e resolve se matar. Charles mesmo com a vida acertada, casado e homem de negócios, nunca deixou de vigiar o primo e para impedi-lo de tal loucura lhe fala de uma viagem no tempo, alguém depois de ter lido o livro de H.G.Wells conseguira criar uma máquina que levava até o ano de 2000 , ora mas o que Andrews queria era voltar ao passado e impedir a morte da amada, porém Charles o convence de que talvez se aquele empresário conseguiu viajar para o futuro poderia viajar ao passado. Charles havia feito essa viagem com sua esposa semanas antes, e relata como ficará a cidade de Londres depois da guerra entre autômatos e humanos, Andrews não estava muito interessado, porém era um fator a ser considerado,desiste por enquanto do suicídio e em seguida partem rumo a empresa Viagens Temporais Murray.
Agora começa a nossa viagem. Porém deixemos Andrews, seu primo e Wells em sua viagem ao passado e conheçamos Claire.
Claire sempre achou que vivia no século errado, ela queria ser independente, não sonhava casar ter filhos, enfim tudo que se esperava de uma mulher na época e quando comprou sua passagem para o futuro estava decidida ficar por lá, quase conseguira. Mas nessa viagem ela conheceu o Capitão Shakleton , o bravo soldado que destruíra os autômatos no futuro e esse encontro nos levará a Wells novamente.
Agora Wells tenta ajudar esse suposto viajante do tempo a não ser morto e com isso criam uma história para iludir a pobre Claire e com isso Wells que nunca viajara no tempo pela empresa Murray ( ele sabia da verdade ) e agora sim se vê em apuros com um viajante do tempo que quer matá-lo.
Nessa viagem com o Wells você leitor estará na mesma sala com três grandes escritores: Bran Stocker, Henry james e o próprio Wells, eles correm perigo, um viajante do tempo pretende matá-los e assim assinar suas obras como de autoria dele, Drácula, A Outra Volta do Parafuso e O Homem Invisível, porém Wells recebe uma carta dele mesmo em algum lugar do futuro e o previne ...
Bem Pessoal não dá para contar mais sem cometer spoillers. Vale a pena ler, o livro é envolvente e surpreendente, faz sonhar e com um toque de humor irônico e inteligente o autor realmente nos leva a uma extraordinária viagem. E nos faz filosofar e especular sobra o tão comentado universos paralelos.
http://mundoliterando.blogspot.com.br/
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Coruja 19/06/2012

Estava com grandes expectativas para esse livro desde que vi a notícia de sua publicação. Além dos inúmeros elogios e críticas mais que positivas, O Mapa do Tempo fazia bem o meu gênero: História alternativa, com uma boa pitada de mistério e outro tanto de ficção científica. Quando me deparei com ele na Bienal do Rio ano passado – e por menos de vinte dinheiros também... – fui meio que à loucura: coloquei-o sem piscar na cesta (a essa altura só os braços não eram o suficiente) e quando saiu a lista do DL 2012, ele foi o primeiro título a entrar na lista. E agora, cá estamos nós.

Serei sincera e direi que no começo, senti-me um pouco decepcionada. Eu tinha expectativas absurdas para ele e estava quase quicando pelas paredes para encontrar H. G. Wells e não para lidar com um maníaco suicida apaixonado por uma das prostitutas mortas por Jack, o estripador.

Nada de particular contra Andrew, mas eu não estava interessada no choramingar do rapaz, especialmente quando percebi que ele sempre chegaria tarde demais para fazer alguma diferença na linha do tempo original.

A coisa começou a mudar de figura quando Wells fez afinal sua aparição.

O livro é dividido em três partes, cada um com um foco: temos primeiro Andrew tentando voltar ao passado para mudar o destino da amada, temos depois a jovem Claire, que anseia por um futuro em que há algo mais para as mulheres além de bordar, cantar e ser uma esposa exemplar e temos os misteriosos crimes que só podem ter sido cometidos por alguém que veio de uma outra época.

Nessas três partes, Wells é mais ou menos a ponte, o fio condutor pela qual passa toda a história e é o único também que parece ter plena consciência do paradoxo das viagens no tempo, das conseqüências que elas podem ter na criação de novas dimensões a partir da alteração de determinados pontos da linha temporal.

A forma como Palma escolheu narrar a história – uma terceira pessoa onisciente que interpela de forma direta o leitor em muitos momentos – foi muito acertada. Ele te dá um vislumbre dos pensamentos e intenções dos personagens que, por vezes, nem os próprios personagens têm consciência, e te convida a se envolver na história como quem partilha um segredo.

Uma vez que o livro te conquista, que a história verdadeiramente engrena, é difícil largá-lo. Palma parece estar o tempo todo jogando com suas expectativas e subvertendo-as a cada novo capítulo. Você começa imaginando uma coisa, depois essa coisa é desmentida, daí a pouco tudo se inverte de novo e sua percepção da realidade vai para o brejo envolto em tantas reviravoltas.

São tantas idas e vindas, subidas e descidas quanto uma montanha-russa. O Mapa do Tempo te deixa quase que constantemente tentando adivinhar o que acontecerá a seguir... e falhando miseravelmente porque as coisas nunca são o que você espera ser. Ele é surpreendente de uma forma quase reflexiva – por vezes você tem a impressão que o autor filosofa em voz alta e te convida junto a esse exercício. Uma aventura, uma descoberta, uma surpresa – tudo isso é O Mapa do Tempo e ainda um pouco mais.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
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Angélica 19/03/2012

O Mapa do Tempo
A possibilidade de viajar no tempo é um tema que, desde o seu surgimento, encantou a humanidade. Afinal, quem não gostaria de ter a chance de corrigir os erros do passador, ou de viajar ao futuro para descobrir o que afinal nos espera? Mas apesar de ser um tema ainda muito sonhado e discutido, o auge da popularidade das viagens temporais foi certamente o século XIX. Com a ciência gerando novas descobertas a cada dia, o homem passou a sonhar cada vez mais longe, até que os romances de ficção científica o levaram a imaginar o que estaria esperando pela humanidade no futuro distante. Um dos principais estopins para esta discussão foi o livro “A Máquina do Tempo”, do escritor inglês H.G. Wells.
“O Mapa do Tempo”, romance que agora irei comentar, é, além de um ótimo livro de ficção histórica e científica, uma brilhante e original homenagem aos sonhos que a viagem temporal suscitou na mente dos homens e mulheres do século XIX, e também ao homem responsável pela obra que desencadeou este “sonho coletivo” (e que, aqui, passa de figura histórica a personagem).
Infelizmente, não poderei comentar muito sobre o conteúdo da história, nada que vá além do que a sinopse oficial já revela. O motivo é simples: este é um romance criado para surpreender o leitor. E, pode ter certeza, ele cumpre esta função tão bem quanto nenhum outro. O autor nos engana várias vezes ao longo do livro, e de maneira tão engenhosa que é praticamente impossível desconfiar quando estamos caindo em uma de suas armadilhas.
O romance é dividido em três partes. Cada parte é como se fosse uma história isolada, ligada às outras duas somente pelo universo comum que as cerca e por algumas personagens recorrentes. O cenário é a Londres de 1896. Nesta época o culto à ciência atingia seu auge, e tudo parecia possível. Assim, não era de se estranhar que, depois do furor causado pelo livro “A Máquina do Tempo”, surgisse em Londres a empresa “Viagens Temporais Murray”, que oferecia nada mais nada menos do que excursões através do tempo – no momento em que se passa a trama, a empresa estava oferecendo viagens ao pós-apocalíptico ano 2000. Todas as tramas estão ligadas à empresa de uma maneira ou de outra: Na primeira conhecemos Andrew Harrington, rapaz infeliz que desiste do suicídio ao descobrir a possibilidade de regressar ao passado, e assim evitar a morte de sua amada nas mãos de Jack, o estripador. Na segunda parte somos apresentados à Claire Haggerty, uma jovem audaciosa e com uma mente a frente de seu tempo, que após uma excursão ao ano 2000 acaba se apaixonando pelo capitão Derek Shackeleton, o salvador da humanidade naquele futuro devastado. Quanto à terceira história... Bem, essa eu deixo para que vocês mesmos descubram, já que falar muito sobre ela pode roubar parte de seu encanto.
A ambientação das histórias é muito bem feita. Os cenários, os hábitos e costumes das personagens são detalhadamente descritos, de modo que se torna uma tarefa simples para o leitor mergulhar na Londres vitoriana. A ambientação, porém, não se limita apenas à história do livro: em um divertido exercício de estilo, o autor aproveita o tema de sua história para empregar, ele também, vocabulário e estilo narrativo típicos dos romances do século XIX, sem deixar, no entanto, de mesclar a este “pseudo-estilo” o seu modo de escrita pessoal. Suas divertidas ironias, a maneira como nos conta os hábitos e pensamentos mais ocultos e embaraçosos de seus personagens, além do hábito de dirigir-se várias vez durante o livro diretamente ao leitor, me fez lembrar os momentos mais brilhantes de Machado de Assis. Mas não se preocupem, aqueles que não simpatizam com o escritor brasileiro não tem nada a temer: apesar de toda sua criatividade, a narrativa de Félix J. Palma é de fácil compreensão, e tem uma notável capacidade de envolver o leitor.
Outro traço narrativo que não deve ser esquecido é o humor, muito presente no romance. Ao invés de tentar criar cenas originalmente feitas para fazer rir, o autor optou por outro caminho: expor os pensamentos de seus personagens, mesmo nas situações mais constrangedoras e/ou embaraçosas. Isto, somado aos comentários irônicos do próprio autor em relação às várias situações da trama, cria um humor leve e eficiente, que em nenhum momento parece forçado.
Os personagens também são um ponto de destaque. Ricos ou pobres, virtuosos ou malandros, todos são descritos de maneira tão original que fica difícil não simpatizar com eles. H.G. Wells, que aqui aparece como personagem, é provavelmente um dos mais simpáticos de todo o romance: de início, ele surge na história através de breves aparições, mas sua importância vai crescendo à medida que a trama avança.
Comecei a ler este livro imaginando que encontraria um típico romance steampunk, mas “O Mapa do Tempo” vai muito além disso. Com um estilo original e uma trama que é, ao mesmo tempo, envolvente e surpreendente, este livro é uma ótima leitura não apenas para os fãs de viagens temporais, mas para todos aqueles que gostam de sonhar.
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Cláudia 13/02/2012

Esse livro foi uma surpresa para mim, primeiro por que nunca tinha ouvido falar nele até saber que seria lançado aqui e segundo por que a leitura não foi nada do que imaginei depois de ler a sinopse e o trecho cedido pela editora (valeu Intrínseca ;)) - então acho que o autor é genial. A narração toda gira em torno da ideia de viajar no tempo, a história é dividida em 3 partes.

Na 1ª parte conhecemos a história do jovem casal Andrew e Marie que se passa em 1800 e pouco em Londres, ele é rico e ela uma prostituta, ate aí tudo mal devido a época e como as coisas sempre podem piorar ela acaba sendo uma das vítimas do serial killer Jack O Estripador... isso não é spoiler desde o início acompanhamos a tristeza de Andrew, que vê uma luz no fim do túnel quando seu primo Charles lhe ao idealizador da agência Viagens Temporais Murray, sim como você pode imaginar essa agência vende viagens no tempo, o que é bem conveniente para Andrew. Além desse núcleo, também começa a ser apresentada a história de Murray (dono da agência) e de como ele entrou nesse ramo.

A 2ª parte conta a história de Claire, que não aceita ter como único caminho na vida o casamento, tudo de sua época a deixa muito aborrecida. Lucy - sua amiga conformada que se diverte em qualquer lugar, consegue vagas para as 2 no passeio inaugural da Viagens Temporais Murray ao ano 2000, lá os passageiros terão a chance de assistir a batalha dos humanos contra os autômatos. Até estava tudo tranquilo. as coisas começam a complicar quando Claire conhece Derek Shackleton - o líder dos humanos na guerra do ano 2000.

A 3ª a principio é sobre o Inspetor Colin Garrett que quando encontra um corpo perfurado de uma maneira que até então parecia humanamente impossível, decide viajar novamente ao ano 2000 pois apenas uma arma do futuro pode ter cometido o crime.

Bom espero ter deixado mais ou menos claro como é a história, se não deixei ... bem eu não queria estragar a leitura de ninguém contando demais, mas é assim mesmo as partes são apresentadas por pontos de vista diferentes. Posso dizer que é um dos melhores do ano, uma aventura fantástica que conta com a participação "em carne e osso" de personagens importantes da história, como o próprio H. G. Wells (autor de A Maquina do Tempo), Henry James, Bram Stoker ... além do Jack o Estripador e o Homem Elefante - e tudo foi super bem construído e desenvolvido - tem romance, história e mistério. O texto flui bem e o defini como poético e bem humorado, o narrador que tudo vê mas nem tudo nos conta é excelente, assim como o personagem Charlie (primo do Andrew), ele é a alma da festa, gostaria de ler um livro só sobre ele. Portanto se o leitor procura um livro que pode ser sério e engraçado, rômantico e cético, verdadeiro e mentiroso ... aí esta ele, afinal como o George Constanza (personagem do Seinfeld) diz:

- Não é mentira, se você acreditar.

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http://www.concentrofoba.com.br
Desativado por enquanto 10/07/2015minha estante
É... mas tem um detalhe.. ou nem tão detalhe assim, que me senti tão... Poh, decepcionante!!




Cibele 17/05/2011

Embora o livro seja divido em três partes distintas, a história não se torna cansativa. Sempre nos deparamos com personagens interessantíssimos e por vezes até com algumas celebridades como H.G. Wells e o homem elefante. Os dilemas dos personagens são facilmente compreendidos pelo leitor que poderia se identificar com seus conflitos. Todo o fator de viagens no tempo traz à tona questões como destino e a possibilidade de se mudar o passado e quem sabe até o futuro.

Um romance da era vitoriana com toques de aventura e ficção, mas apesar disso não poderia ser mais real. A forma como cada história se resolveu (principalmente a de Andrew) não poderia ter me agradado mais. Um romance que com certeza eu não vou me esquecer por muito, muito tempo.

Leia mais em: http://www.euleioeuconto.com/2010/11/o-mapa-do-tempo.html
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naniedias 08/03/2011

O Mapa do Tempo, de Félix J. Palma
Que tal um livro que o faça refletir sobre as consequências de uma viagem no tempo?!
Em O Mapa do Tempo o leitor irá se deparar com três histórias que são ao mesmo tempo completamente distintas e ainda assim uma mesma história que se intercala de várias maneiras!
As três partes contam com a ilustre participação do famoso escritor H. G. Wells, autor do famigerado romance A Máquina do Tempo. Em 1896, um ano após o lançamento de tão falada história - Londres se encontra em polvorosa! E assim, todas as histórias giram em torno de Wells e sua intrincada máquina do tempo.
Na primeira parte iremos conhecer Andrew Harrington, um jovem que perdeu a amada há oito anos e, após muito sofrimento, decide que é hora de acabar com a sua vida de uma vez por todas. Mas, salvo no último instante por seu primo, e induzido por esse a pensar na possibilidade de - através de uma viagem temporal - salvar sua amada das garras do terrível Jack, o Estripador, Andrew desiste dessa ideia.
Na segunda parte, Claire participa da tão falada viagem ao ano 2000 das empresas Murray. E se apaixona não apenas pelo mundo do ano 2000 - que se apresenta a ela como uma alternativa muito mais interessante do que a que ela vive em seu dia-a-dia - mas também pelo corajoso Capitão Shackleton, que ganha a guerra contra os autômatos, salvando a raça humana!
Na terceira e última parte, nos depararemos com um viajante no tempo que pretende roubar não apenas um dos romances de H. G. Wells, mas também os romances de Henry James e Bram Stoker.
Acompanhe esse narrador tão simpático - intrometido - e desconhecido que conta as histórias de H. G. Wells.

O que eu achei do livro:
Termino o livro com uma grande satisfação!
Decerto levei um longo tempo para lê-lo e, portanto, irei começar essa resenha pelos pontos negativos do livro - que infelizmente existem... A primeira coisa que me incomodou foi o tamanho das frases. De verdade, o autor faz frases muito longas, que, na minha opinião, tornam a leitura cansativa e, até mesmo, um tanto enfadonha e complicada. O outro ponto que me incomodou bastante foi a enrolação que o autor faz durante a história - parece-me que ele queria escrever um romance grande mais do que um romance interessante. Não posso deixar de dizer que adorei ler as histórias que ele contou, mas ainda assim não gosto quando se para a história principal para contar fatos do passado durante muitas páginas - tenho o sentimento de que o presente está congelado - e isso sempre me incomoda.
Mas, apesar desses pequenos pontos positivos, o livro é incrível! As descrições do autor são maravilhosas e eu pude me sentir em plena Londres do século XIX - dividindo sentimentos com personagens tão singulares!
Não posso deixar de mencionar por aqui também como foi incrível ler um romance em cujas páginas pude encontrar H. G. Wells, Conan Doyle, Jack, o Estripador, Bram Stoker, entre outros personagens da vida real que se encontravam nas páginas desse romance como personagens!
Félix J. Palma é sem dúvida muito talentoso! Monta personagens com uma perfeição extrema - todos parecem super realistas e condizentes com sua época, seus papéis, suas vidas!
As três histórias contadas também são muito boas e se relacionam de maneira simples, porém decisiva! Adorei quando encontrei fragmentos de diferentes histórias em cada uma delas - uma delícia!
Fiquei realmente impressionada com esse romance como um todo. Aliás, não foi à toa que ele ganhou o prêmio literário Ateneo de Servilla.
Enfim, recomendo e muito a leitura desse livro, embora já os deixe avisado que é uma leitura pesada, complicada e demorada! Mas vale a pena!

PS: Particularmente, eu acho que a leitura do livro O Mapa do Tempo não é completa se você não conhece o livro A Máquina do Tempo. Então, como dica, leia primeiramente A Máquina do Tempo, para aproveitar de forma satisfatória esse livro de Félix J. Palma.

PS: Eu não iria ler esse livro agora. Ainda não sabia quando o leria, mas ele não estava nas minhas prioridades. Entretanto, meu marido resolveu lê-lo e se apaixonou perdidamente pela história contada por Félix J. Palma. Eu gostei muito da história, mas não chega perto do que meu marido sentiu. E, mais do que isso, ele não concorda comigo quando digo que a leitura foi um tanto arrastada, complicada e enfadonha - esse foi um dos livros que ele leu mais rápido nos últimos tempos. Mesmo com muito trabalho, academia e esposa chata, ele devorou essa história em menos de uma semana (o que é muito rápido para os padrões dele). Portanto, eu decidi colocar esse relato aqui para dizer que eu gostei muito do livro, mas acreditem, ainda tem quem tenha gostado muito mais do que eu. Leia e se delicie com essa história super original, intensa e deliciosa!

Nota: 8
Dificuldade de Leitura: 8

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