Barbara Sant 16/12/2010Oie Gente,
A resenha de hoje ficou enooorrrmeee!! Mas com tanta coisa que esse livro causou e com tanta coisa que ele tem, não dava pra deixar menor hehehehe
Quando eu recebi o release dele fiquei super empolgada com a ideia do livro.
Quando ele chegou estava super atribulada no trabalho e com vários livros para resenhar. Ainda assim, larguei tudo e comecei a ler. Porém, o estilo diferente de narrativa me desanimou bastante e acabei deixando o livro parado durante várias semanas.
O narrador, além de falar com você durante os relatos em terceira pessoa, faz incursões rápidas para a primeira, descrevendo situações novas, sentimentos de terceiros e passagens pelo passado, presente ou futuro dos personagens.
Não sei se foi meu momento pessoal que causou a dificuldade em manter a atenção no livro ou se foi o TDA, mas essas mudanças foram desanimadoras.
Como eu sou brasileira e não desisto nunca e a Carlinha disse que o livro ia melhorar e muito depois das primeiras páginas eu resolvi continuar a leitura.
As páginas foram passando e, a cada mudança, eu realmente me interessava mais pela história contada e pelos passeios na história do mundo, mas também continuava com a dificuldade de me concentrar no livro e conseguir entender quem estava fazendo o que, aonde e quando estavam fazendo...
Também me desanimei um pouco porque o Andrew, nas 105 páginas iniciais, não me ganhou. O "homem" me parece superficial e fútil e, apesar de dizer que amava e muito sua Mary Kelly, foi fraco e não teve coragem de enfrentar os outros em busca de sua própria felicidade. Talvez você diga que isso só o torna humano, já que poucos seriam capazes de largar tudo em prol de um amor que poderia ou não dar certo.
O autor também conta algumas aventuras de autores consagrados, dando um "Q" de realidade a ficção.
Apesar de todas as dificuldades, continuei lendo e me deparei com uma passagem no livro que lembrou de uma conversa que tive com uma amiga sobre resenhas de livros.
Wells estava farto de saber que as resenhas desfavoráveis causavam apenas danos morais, não passavam de ventos incômodos, mas fracos, que não perturbavam o percurso do livro. (...) No entanto, as feridas infligidas à auto-estima de um autor podiam ter consequências fatais a longo prazo, pois a arma mais poderosa de um escritor, aquilo que lhe dava forças, era sua intuição, e se a crítica se unia para desprestigiar seu faro, esse escritor, tivesse ou não talento, ficaria reduzido a uma criatura insegura desempenhando seu papel com uma cautela insensata, uma absurda prudência que terminaria reprimindo seu possível gênio. Os que labutam nos jornais e suplementos literários deveriam lembrar que toda obra é, em geral, uma união de esforço e esperança, a encarnação de um empenho solitário, de um sonho às vezes longamente incubado, quando não uma aposta desesperada destinada a dar sentido à existência, antes de nela cuspirem sem dó nem piedade, instalados em suas confortáveis atalaias.(...)
Isso me lembrou alguns resenhas onde autores são xingados desnecessariamente pelo blogueiro. O fato de eu não gostar de um livro ou ter tido dificuldade em me agradar pelo estilo de um autor não deve determinar a opinião de ninguém. Muito pelo contrário. Quando digo o que senti em uma resenha, espero apenas que meu leitor tenha uma ideia do que poderá encontrar no livro e que venha aqui dizer se concorda ou não com ela.
Mas não espere me ver dizendo que o livro é simplesmente ruim, porque mesmo em algo que não nos agrade todo o tempo, sempre encontramos um pequeno segundo de prazer.
O Mapa do Tempo é um livro enorme, que conta várias histórias interligadas a nossa história, mostrando um futuro fictício que, mesmo sabendo que não é verídico, vai aguçar sua curiosidade e testar sua concentração.
Quem for ler o livro, depois lembre de dar um pulinho aqui pra dizer o que achou!
Até a próxima!