Prim 09/12/2022
A vida de Doris
É um livro especial, sem dúvida.
Senti que a autora se perdeu um pouco já perto do final, tentou colocar mais do que a história comportava. A parte sobre a mãe da Jenny foi tão apressada e superficial que eu fiquei sem entender qual a necessidade de estar ali.
Apesar dos problemas já na parte final, acho que o começo, a forma como as emoções foram descritas, como a narradora-personagem Doris conta a sua vida ao escrever para a sobrinha-neta, Jenny, foi muito bem feita. As emoções estão ali. Não compra a empatia do leitor, ela surge naturalmente diante da história bem contada.
É um livro que faz refletir sobre quando se tiver tempo demais para pensar e tempo de menos para viver. Quais as lembranças que você quer ter? Quais arrependimentos lhe comoverão?
A personagem viveu uma vida longa e cheia de altos e baixos. Sofrimentos terríveis, desde cedo, mas também teve bons momentos. Amou e foi amada. Teve amores correspondidos, como os de Gösta e de Jenny, e amores eternos e desencontrados, como o de Allan. Foi feliz e foi triste. Foi forte e foi ao fundo do poço. Teve muitas lembranças para escrever e uma herança inalienável.
No fim, a mensagem que fica é: Não se preocupe tanto com o futuro, as coisas acontecerão de um modo ou de outro. Viva, sofra, erga-se e viva mais um pouco. Lembranças para o passado, Coragem para o presente, Sorte para o futuro.