Mari Canan 07/08/2020
Surpreendente
Bem, adoro quando começo uma história nova e ela chega a um ponto em que não consigo parar enquanto não vejo o fim e com essa não foi diferente.
Islay nos apresenta em Princesa Cativa, um mundo totalmente diferente do que estou acostumada. Sim, essa leitura me tirou da minha zona de conforto.
Áster é o filho mais velho da rainha Zahara e do Faraó Radamés, sendo assim o sucessor natural ao trono. Cresceu vendo seu pai se dedicar cada vez mais em sua missão em ser um ótimo governante, adorado por todo o seu povo, mas em contrapartida, isso fez com que cada vez mais se afastasse da família. Foi desde muito cedo preparado para se sentar ao trono, teve muitas responsabilidades, sendo que uma delas, imposta por ele mesmo, que era não deixar com que seus irmãos sofressem ainda mais por serem sempre a opção não disponível do faraó.
Sendo assim, jurou para si mesmo que não queria esta vida para si, que jamais se casaria e traria filhos para o inferno que era sua vida. E assim se manteve por muito tempo, sendo o rei das orgias e da devassidão.
Mesmo em meio ao caos que era a sua alma, Áster por longos sete anos sonhou com uma mulher misteriosa, de longos cabelos negros e olhos cor de mercúrio e esse seria o seu segredo, até que sua mãe resolvera colocar fim a solteirice do filho e percorresse as mais longínquas terras de todo o Egito para encontrar a mulher certa, aquela que domaria a alma e o coração do príncipe.
Zaya, a única filha mulher de um mercador de tecidos, que com sua beleza exuberante chamou a atenção de seu irmão mais velho, fazendo com isso, que seu pai a exilasse entre as esposas de Amon-Rá, no oásis de Astarte, um templo tão distante e tão esquecido de tudo.
Zahara já estava quase desistindo, quando em meio a imundice provinda do chiqueiro, bateu os olhos em uma moça tão boca dura, tão altiva e tão insolente ao insultá-la e teve a certeza de que ela seria a esposa que seu filho precisa.
E realmente, Zaya era tão teimosa e tão dura na queda quanto Áster, que estava disposto a tudo para afastar mais uma pretendente. O que ele não esperava era que quanto mais tentava espantar a noiva, mais ela se colocava disposta a enfrentá-lo e ele mal podia acreditar que finalmente estava diante daquela que perpetuou seu sonho por longos anos, mas que nem ela poderia afastá-lo daquilo que julgava ser uma maldição em sua vida.
Foram longos embates até que Áster parasse de lutar contra aquilo que certamente seria seu destino, mas o casamento não foi suficiente para que ambos se rendessem àquilo que sentiam, àquilo que realmente queriam um do outro.
As paredes do enorme palacete escondiam mais segredos do que qualquer pessoa, inclusive Zaya poderia imaginar e ela mesma escondia um.
Foram necessários meses de distância, uma guerra eminente, supostas perdas, para que cada um dos segredos fossem revelados e enfim nosso casal de príncipes pudessem viverem seu felizes para sempre.
Ah e como foi lindo quando isso aconteceu, quando finalmente entenderam que eram destinados um ao outro e que a cura para suas feridas seria estarem um nos braços do outro.
Como falei, esta leitura me tirou da minha zona de conforto. A autora nos apresenta uma história incrivelmente bem escrita, com todos elementos que o contexto em que está inserida exige, apresentando-nos costumes da cultura e da mitologia egípcia, introduzindo um pouco da cultura cigana. Cenas de embates épicos dos personagens principais que me tiraram boas gargalhadas, assim como meu coração se apertava com cada desencontro dos dois, com cenas hot. na medida certa, descritas conforme o contexto temporal pedia.
Enfim, torci a cada momento para que Zaya e Áster se entendessem, para que Darwish e Ramessés também pudessem mesmo que tardiamente se entenderem com o pai, assim como o irmão mais velho, para que Zahara conseguisse enfim perdoar Radamés e ter de volta todo amor que deixaram de lados por doze anos, para que Radamés conseguisse enxergar tudo o que perdeu e tenho cá com os meus botões que essa é uma história para a posteridade, que Darissa e Norvina encontrem seus caminhos e que Kamilah possa também ter uma vida feliz ao lado de Aslan.
Á autora, só me resta parabenizar pela emocionante história.