Um homem só

Um homem só Christopher Isherwood




Resenhas - Um Homem Só


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Daniel 25/05/2012

Filme e livro
Eu gostei muito do filme A SINGLE MAN, dirigido pelo Tom Ford (que recebeu no Brasil o título ridículo de "Direito de Amar", completamente despropositado). Esta adaptação foi criticada por alguns pelo "excesso de beleza" - atores, figurantes, cenários, figurinos, etc - que causaria um certo ar artificial em tudo, apesar do trabalho excepcional de Colin Firth e Julianne Moore.

Fiquei curioso sobre o livro. Trata-se de um romance semiautobiográfico do britânico Christopher Isherwood, que causou alguma polemica quando foi lançado em 1964 (no Brasil só em 1985 pela Editora Record, e está fora de catálogo - atualizando: felizmente reeditado em 2021 pela editora Cia das Letras), por apresentar como protagonista um professor universitário homossexual que não se conforma com a morte de seu companheiro de longa data.

Isherwood descreve com maestria um dia na vida de George, desde o momento em que ele acorda e toma consciência de si mesmo até o adormecer. No meio da sua rotina de acordar, tomar café, se preparar para ir ao trabalho, dar aulas, fazer compras, visitar amigos, etc., há vários pensamentos e reflexões, sensações despertadas pelas mais variadas situações, principalmente as lembranças, a saudade imensa de seu companheiro que morreu. Seria um dia comum na vida dele, a não ser por um detalhe, revelado nas últimas linhas.

Em relação ao filme de Tom Ford há uma diferença crucial: além da glamourização exagerada, no filme o George parece profundamente infeliz, incapaz de continuar a viver com a falta de seu companheiro, e planeja meticulosamente seu suicídio. Não há isso no livro. Neste, George vive um dia comum, com seus momentos de tédio, frustração, desesperança, mas também como momentos de alegria (com sua amiga Charley e seu aluno Kenny), inclusive com planos para o futuro.

Claro que no livro há mais reflexões, divagações, e uma outra passagem diferente. Mas posso dizer que é um caso raro no qual o filme (deslumbrante) é quase tão bom quanto o livro (magnífico).
Xxxxxxxx1 05/11/2021minha estante
Eu adoro o filme, uma obra-prima subestimada. Quero ler o livro tb


Daniel 08/11/2021minha estante
Eu também adoro, principalmente do trabalho dos atores, primorosos, todos


Fabricio 10/02/2022minha estante
Revi o filme semana passada. Amei ainda mais, porque hoje dialoga muito mais comigo que na época do cinema (e olha que eu saí do cinema em êxtase há mais de uma década). Acho extremamente elegante, tudo ali é lindo pra mim. Há sim, um excesso de beleza, mas ah, a gente já vive rodeado de tanta feiura... quero comprar o livro, mas a Cia das Letras, como sempre, pirando nos preços, me recuso a compactuar com isso (aguardando promoções haha)


Daniel 11/02/2022minha estante
Fabricio, na nova edição (caríssima!) da Cia das Letras há um prefácio excelente assinado pelo João Silvério Trevisan, vale muito a pena ler (e é possível lê-lo na amostra do livro digital da amazon!) Ele faz considerações muito interessantes sobre o filme (ele não gostou!), mas eu concordo com vc, amei o filme, apesar, ou por causa!, do glamour


Fabricio 11/02/2022minha estante
Isso coloca sempre na gangorra aquela questão "o livro é sempre melhor que o filme". Eu amei o filme sem ter lido o livro, então será que quem leu o livro antes não gostou do filme por esperar fidelidade à obra ou esperar que fosse ali exatamente o que ele imaginou ao ler? Eu considero impossível, o nome já diz: adaptação. Até porque cada pessoa lê o livro de uma forma, imagina, interpreta e deduz com particularidades únicas o que se leu. Faz muito tempo que aprendi a separar filme/série do livro. E sempre evito dizer que o livro foi melhor, afinal nem todos que viram a adaptação leram o livro e não posso invalidar a experiência dessas pessoas baseado no fato de eu conhecer as duas versões. Inclusive, tem filmes que eu gostei mais que o livro, como Me chame pelo seu nome, Precisamos falar sobre Kevin, Animais noturnos... por isso vou procurar o prefácio do Trevisan pra ver qual foi a onda rs




Vinder 30/11/2022

Um dos melhores livros que li esse ano. O envelhecimento de um gay na década de 60, nos EUA, com todas as suas particularidades. Vale muito.
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Geu 20/01/2022

Um Homem Só?
Porque uma minoria só é considerada minoria quando constitui uma certa ameaça à mairoria, real ou imaginária."

Ser gay é ser minoria. É como ser eternamente um bandeirante na linha da vida. Você deve desbravar e descobrir cada segundo em que se vive. A partir do momento em que você se descobre gay, e aceita essa maravilhosa situação, você também ao mesmo tempo destrói todo um modelo social que lhe foi imposto e não recebe em troca nenhum outro modelo pronto. Agora é apenas você e você mesmo no mundo. E a cada situação desagradável a sofrer na vida, você terá que superar. E sozinho.
Em um dos maravilhosos diálogos do filme The Boys in the Band, Harold (Zachary Quinto) se dirige para Michael (Jim Parsons) e desvenda de forma sincera o que seria a vida dele naquele momento como homem gay e velho.
Pois bem, eu também estou envelhecendo. É a lei da vida. E como disse Jean Claude-Bernadet, a vida vai se afunilando. Os amigos vão diminuindo, os parentes vão morrendo, a saúde vai se esvaindo e a mente, açalarando.
Por isso quando li o livro Um homem só, do Christopher Isherwood, eu tive uma grande identificação por aquilo que me aguarda ou que já está a porta; a solitude do homem gay. George, no livro, um professor de meia-idade, que perdeu seu companheiro se depara com tal solitude. George está lúcido, a libido está presente e o desejo sexual ainda existe... Mas que fim ele escolheu pra ele?
George do livro Um Homem Só tem um final diferente do de Michael no filme The boys in the band. MAs ambos mostraram caminhos alternativos para nós; as "mariconas". (e não se iluda, gay, todos nós seremos mariconas um dia). E eu também, como homem gay, envelhecendo, terei que desbravar um novo caminho. Terei que entender o que eu quero. Estar em dia com as minhas decisões. Sorrir a cada nova experiêcia que surge e continuar assim como estou hoje; feliz e em paz comigo mesmo. ?
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João 06/04/2022

Apesar de ter terminado a leitura há alguns dias, esta noite sonhei com esse livro e decidi escrever sobre ele como forma de digerir um pouco a experiência.

Ainda que tenha sido curadoria de um clube de leitura que participo regularmente, o @leialgbt, eu não havia decidido lê-lo até ouvir falar da premissa, que me lembrou muito Mrs Dalloway ? não apenas pelo projeto estético de se passar em um dia e contar com um narrador onisciente, mas por um spoiler que acabou nem se concretizando (ou alguém falou errado ou eu entendi errado).

No fim das contas, o spoiler gerou uma expectativa que a história não correspondeu e nos últimos momentos da leitura eu acabei decepcionado. A nota não foi 5 estrelas só por causa dessa questão subjetiva mesmo.

O livro trás um homem cis-gay-branco-burguês-intelectual e de meia idade que vive um luto nos EUA dos anos 60. O autor trabalha muito o personagem dentro da tensão dos elementos da sua vida e é algo muito interessante de se ler.

Vou ser breve e arrisco ser vago nesta resenha por que não quero criar uma expectativa que frustre a leitura de outra pessoa.

Mas está recomendadíssimo pra quem gostou de livros como Mrs Dalloway, As Horas, A Redoma de Vidro, Cloro?
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Thi Acrisio 06/02/2022

Só. Monossílabo. Sozinho. Fim.
É incrível o poder de uma leitura na sua cabeça, como ela te emociona, te perturba e causa reflexões grandiosas.
Estava com um grande expectativa por ler esse livro, um romance com um protagonista gay, escrito na década de 60, e que se tornou um clássico contemporâneo. é um tempero que desperta muito interesse.
No inicio, há uma certa descrição, lentidão, porém tudo dentro da proposta da história, o livro descreve o dia de um homem experiente, com seus 60 anos, vivendo o luto da perda do grande amor da sua vida.
Eu me perguntava a todo momento, quão desafiadora foi essa historia, pelo momento de sua publicação, é resistência pura.
Lembro a todos, que a partir de 70% acontece um grande reviravolta na historia, um encontro, que molda o rumo de seu final, trágico e melancólico, entretanto, é critico, filosófico e inspirador.

Aproveite esse dia da vida de George.
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none 30/11/2021

"Nossa liberdade acaba quando se torna postiça"
O prefácio de João Silvério Trevisan nos entrega um dos melhores livros publicados neste ano. Direto e reto, um dia na vida de um professor de literatura, George, em busca de um sentido para seguir visitando a conterrânea da Inglaterra sua vizinha e amiga que restou, a outra - uma mulher doente terminal que tinha um caso com o amor da sua vida, Jim, morto em um acidente de carro e dar aula para os alunos de seu curso , a canção da banda Pretenders veio a minha mente durante a leitura ("Give me sense of purpose a real sense of purpose now"). O propósito e a liberdade são alcançados? Leia e releia essa obra prima da literatura. A vida não é clichê banal de um mar de rosas, aliás a analogia que o autor faz ao final com outros termos aquáticos faz mais sentido. Faz todo sentido.
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Tiago 15/04/2022

O livro, o filme
Há várias formas de contar uma história. Cada contador, em sua linguagem, haverá de contá-la a partir de seu próprio estilo. Embora João Silvério Trevisan, que assina o prefácio do livro, teça críticas duras sobre a adaptação cinematográfica da novela por Tom Ford, de 2009, acho importante não temer as marcas estilísticas de cada contador. A grandeza de quem conta uma história está aí. Há de fato diferenças notáveis na atmosfera do livro de Chistopher Isherwood e do filme de Tom Ford.

George é um homem que perdeu há oito meses o seu companheiro de vida, Jim. De antemão é necessário ter em mente que esse protagonista atravessa seu dia carregando consigo essa falta - expressa nas suas lembranças, no seu azedume, que é antes a expressão daquilo que sustentava uma outra vida possível de se viver enquanto tinha Jim.

A medida que lemos, temos algumas pistas do que George perdeu sem Jim: o homossexual, à época em que se passa a história, nos anos 60, vivia escondido, enclausurado em sua solidão muito mais do que hoje. Um laço amoroso poderia ajudar a suportá-la. Sem seu companheiro, George sente uma dor física. No próprio corpo há a marca da falta, e a marca é a dor. Presume-se também que se não podia viver abertamente sua sexualidade e sua relação, o espaço para expressar a dor do luto também não existia - quando o tio de seu companheiro liga para convidá-lo ao sepultamento, ele recusa o convite, supondo que os familiares concluíssem assim que “o amigo de Jim” não era assim tão próximo.

A história, por estar ambientada durante o período que correspondeu à Guerra Fria, Isherwood marca uma comparação simbólica entre a questão sexual de George e o mundo às voltas com uma possível guerra nuclear: a iminente bomba que destruiria e que nunca explodiu de fato está nas entrelinhas da fala de um protagonista que discursa sobre o medo ser sempre a maior ameaça. Esse mesmo medo, que é grande e tem diversas facetas, fez com que a família de seu companheiro o privassem de ir ao seu funeral.

Os ensaios de suicídio de George no filme, e que nunca chegam as vias de fato, é simbólico a uma guerra que também nunca chegou as vias de fato. A história contada em ambas às linguagens - na literatura e no cinema - se passa em um único dia, e Tom Ford, talvez tomando por referência Mrs. Dalloway, faz seu protagonista dizer como as primeira palavras do dia: “É hora de enfrentar mais um maldito dia”, como quem diz “Mrs. Dalloway vai ela mesma comprar as flores”.

Em ambas as obras, entretanto, são bem expressadas para o leitor e espectador o desamparo do protagonista.

Alguns artifícios cinematográficos são gostosos de ver: Kenny, aluno de George, por quem este sente atração, todas as vezes que aparece, o contraste das cores esquenta, e por alguns instantes o filme não tem mais a temperatura fria e melancólica.

Particularmente, este é um caso em que o filme se torna mais memorável, pelos artifícios e cenários emocionais que Tom Ford usa, do que pelo livro, que é belíssimo, fluido, de uma dor bruta, enquanto o filme tem uma dor mais melancólica.
João 16/04/2022minha estante
Onde você viu o filme, amigo? Cheguei a baixar 2x e ambos não tinham áudio ?


Tiago 17/04/2022minha estante
No Stremio, João! Ou então no RARGB: https://www.proxyrarbg.org/torrent/qmcis69


João 17/04/2022minha estante
Obrigadao!!!


Tiago 18/04/2022minha estante
Eu AMO o filme. Depois de assistir me manda um zap pra gente fazer a Isabela Boscov conversando sobre o que achou!


João 18/04/2022minha estante
Combinado ??




Luiz.Goulart 12/06/2022

Christopher Isherwood para todos
Terminei de ler o maravilhoso livro Um Homem Só, do escritor e dramaturgo inglês Christopher Isherwood, um clássico da literatura LGBT e muito relevante pela atemporalidade e universalidade do tema: a solidão de um homem gay mais velho na década de 1960. A questão tem ecos em qualquer época já que o ser humano continua a ser o mesmo de sempre, com as mesmas dores e questões e a solidão de um gay mais velho não é diferente.

O livro foi lançado no Brasil pela Cia das Letras e acompanha um dia na vida do professor George, cujo companheiro de toda a vida, Jim, morreu num acidente. A rotina e a falta de sentido na vida do protagonista se tornou algo tão avassalador e insuportável, que já sabemos de cara que ele decidiu que aquele será seu último dia de vida. Ele não aguenta mais a solidão. Se vai conseguir levar a intenção até o fim só lendo a obra para saber.

Um Homem Só tem uma introdução impecável do ativista João Silvério Trevisan, ele próprio um escritor gay de 78 anos e por isso mesmo extremamente relevante para acompanhar a leitura da obra. A história foi adaptada para o cinema com Colin Firth como o protagonista, indicado ao Oscar de melhor ator em 2010, e contou com atuações memoráveis de Julianne Moore e do jovem ator Nicholas Hoult que magnetiza o olhar nas cenas em que seduz o professor mais velho, ainda mais quando a gente se lembra dele como o menino do filme Um Grande Garoto, de 2002. Infelizmente, no Brasil o filme que tem o mesmo nome do livro, recebeu o pavoroso título de Direito de Amar.

No trecho a seguir o autor descreve a importância para ele da sua relação com o companheiro: “Seu livro está errado quando lhe afirma que Jim é o substituto que encontrei para um filho, uma mulher, um irmão caçula de verdade. Jim não era substituto de nada. E, permita-me dizê-lo, não existe substituto para Jim em lugar nenhum”.

Permita-me, então, divagar um pouco sobre o encanto que uma obra de arte (um livro) pode proporcionar ao abrir janelas para outras obras de arte (outros filmes, um musical, uma peça, uma pintura). Isso aconteceu comigo exatamente por conta de Christopher Isherwood.

Antes de conhecer o autor, eu já havia assistido ao filme Cabaret, de 1972, indicado a 10 prêmios Oscar inclusive para a atriz Liza Minelli e para o diretor Bob Fosse. Revi o filme várias vezes, tenho a trilha sonora premiada e, inclusive, tive o privilégio de assistir ao musical homônimo na Broadway, no icônico teatro Studio 54. Não me canso de ouvir as canções "Wilkommen", "Mein Herr", "Maybe This Time" e "Money, Money".

Eu não sabia então que Cabaret era baseado no livro Adeus Berlim, de 1939, que conta a história de um escritor inglês dos anos 30, se esbaldando na frenética Berlim de antes da 2ª Guerra Mundial, obra autobiográfica de Isherwood. Infelizmente ainda não li Adeus Berlim mas esta falha não durará muito tempo.

Só me atentei que havia uma ligação entre as histórias quando assisti a um outro filme sobre a vida do autor: "Chistopher and His Kind", drama romântico-biográfico britânico dirigido por Geoffrey Sax em 2011 que é a história das viagens do autor a Berlim, seus romances e aventuras, inclusive o namoro com o célebre poeta romântico inglês W. H. Auden.

Então temos aqui dois livros, três filmes, uma peça musical....que tal uma pintura?

Então entra em cena ninguém menos do que o pintor americano David Hockney, um dos maiores artistas plásticos modernos com inúmeras pinturas celebradas e que simplesmente pintou o quadro “Christopher Isherwood and Don Bachardy”, hoje no acervo do Museu Metropolitan de Nova Yorque, que retrata o escritor, já mais velho, na sua casa em Santa Monica na Califórnia, ao lado do seu companheiro da vida toda.

Don Bachardy, o grande amor da vida de Isherwood foi inspiração para o personagem Jim, do livro, mas ao contrário de Jim, Bachardy não morreu. Ele até faz uma ponta no filme Direito de Amar. A motivação da história foi uma breve separação que Isherwood e Bachardy tiveram. Mas a relação foi retomada até a morte de Isherwood em 1986, aos 82 anos.

A leitura de Um Homem Só é quase pedagógica para quem deseja compreender a marginalização da solidão de um gay mais velho, não fosse pela humanidade da questão em si, pela relevância dela para jovens e adultos LGBT que, graças ao hedonismo de uma geração que recém descobriu uma importante e duramente conquistada liberdade e um intrigante culto ao corpo belo e jovem, não concebem as questões inerentes à velhice e à solidão.

site: https://www.blogger.com/blog/post/edit/32639542/7956934347003712748
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arthur966 31/01/2022

agora o tempo deve ter se tornado um labirinto espelhado e estranho; e labirintos podem, a qualquer instante, deixar de ser engraçados para se tornar assustadores.
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Luciana 02/03/2022

Aqui acompanhamos um dia na vida de George, que está passando pelo luto devido a morte de um grande amor.
O livro é bem curtinho e impressiona pela quantidade de reflexões que entrega ao leitor sem que isso quebre o ritmo da leitura ou se torne algo enfadonho.
Particularmente amo livros em que as complexidades são exploradas de forma orgânica.
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Kah Moore 18/09/2011

Passagens que gostei
"Mas é tão raro a gente encontrar alguém que faça as perguntas certas. A Maioria das pessoas não é assim tão interessada".

"Os dois absortos em seus livros, ainda que tão completamente conscientes da presença um do outro".

"A tolice universalmente aceita que é pensar que os nossos melhores amigos tem a obrigação de nos entender melhor".

"Ouça, as coisas já andam de mal a pior hoje em dia. Estamos vivendo uma terrível confusão, semanticamente e em todas as outras formas, sem nos emaranharmos nessas rotulações idiotas. Quer dizer, para que se supõe que sirva esta nossa vida? E vamos gastá-la nos identificando uns aos outros por catálogos, como turistas num museu de arte? Ou vamos tentar trocar algum tipo de sinal, embora truncado, antes que seja tarde de mais?"

"Um livro não lê a si próprio para você. Nem mesmo sabe qual é o seu próprio conteúdo" (sobre a necessidade que as pessoas tem de se auto definir. Não cabe a gente dizer o que é, mas os outros descobrirem por eles mesmos!
Matheus Caixeta 01/07/2016minha estante
Muito obrigado por esse comentário, era o que eu precisava pra ir atrás desse livro o mais rápido possível.




Cristian Monteiro 03/05/2022

Lindo, triste, melancólico, o autor descreve um dia na vida do protagonista, um dia normal sobrevivendo (?) ao luto e ao limbo, naquele período inerte da depressão, onde quase nada surte muito efeito.

Tom Ford adaptou bem para o cinema, mas o livro tem contornos ainda mais profundos.
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Mateus.Lins 12/06/2022

Um Homem Só - Cristopher Isherwood
O contexto fático da obra de Isherwood de certa forma me aproximou com empatia do personagem George.

Ele traz uma bagagem de vivência estrangeira como quem foge pra longe para descobrir a maneira de amar. Fi-lo de certa forma em 2016 quando estive em Berlim, cidade igualmente escolhida por Isherwood para fugir do moralismo vigente na Inglaterra das décadas de 20 e 30.

Um Homem Só é segundo o próprio autor sua obra-prima, pois foi a única vez em que conseguiu a precisão para dizer exatamente o que pretendia.

Valendo-se de uma perspicácia ranzinza, uma tristeza contagiante, um enfadonho modo de passar os dias, George se insurge com acidez e humor contra sua própria história e tragédia, arrancando risos de situações comuns com aqueles que lhes circunda.

O fim do livro é como o mistério do teatro da vida, onde nós protagonistas, assumimos o papel de coadjuvantes e quem dirá os próximos passos é o narrador e não mais George, em primeira pessoa.
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