Drona Parva

Drona Parva Veda Vyasa




Resenhas - Drona Parva


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caio.lobo. 25/09/2023

Mate o mestre
Mais um dia sangrento de luta. Agora o conflito moral do Pandavas, depois de terem feito a dura e dolorosa tarefa de matar o avô Bhishma, agora é a triste obrigação de lutar contra o próprio mestre Drona. Lembrando que nem Bishma nem Drona são maus, mas estão obrigados a lutar contra parentes, discípulos e amigos. A guerra continua sangrenta. Com corpos decepados e membros decepados, animais mortos, vísceras, corações e sangue apara todo lado, fazendo um lamaçal com a mistura de sangue com terra, onde os guerreiros estão lutando, se sujando com toda essa imundície. Drona é obrigado pelos Kauravas a se tornar comandante, na esperança de que Arjuna e seus irmão não ousem atacar o próprio mestre, além do próprio Drona ser o melhor estrategista de guerra do mundo.

A excelência estrategista de Drona se manifesta em batalha principalmente quando coordena uma formação de batalha chamada ?Chakravyuha?, que consiste num labirinto formado pelos guerreiros, e o filho de Arjuna cai nesse labirinto e não podendo sair morre com os ataques. Arjuna fica inconsolável, só Krishna consegue reestabelecer seu humor, primeiramente contando diversas outras histórias de reis que perderam seus amados filhos (destaque para a hilária história de um rei cujo filho cagava ouro), mostrando que todos são suscetíveis a tudo. Após longas batalhas, Drona parece invencível, mas tem uma fraqueza: o filho.

Drona foi enganado por uma notícia falsa sobre a morte de seu filho Ashwatthama, que foi divulgada por Yudhishthira, o líder dos Pandavas. Drona, que estava profundamente apegado a seu filho, ficou devastado ao ouvir a notícia e perdeu a vontade de lutar, sentando em posição de lótus e aguardando a morte em meditação. Nesse momento, Dhrishtadyumna, o comandante dos Pandavas, aproveitou a oportunidade, pegou em seus cabelos, enquanto Arjuna griava para que poupasse a vida dele e o trouxesse como prisioneiro apenas, mas não foi ouvido e Drona tem a cabeça decepada. Então começa uma grande discussão entre Pandavas que demonstra ao mesmo tempo arrependimento de uns, vanglória de outros em orgulho de ter vencido um personagem tão poderoso, tristeza da forma como foi morto, arrependimento pela mentira e tristeza pelo modo humilhante como foi morto.

Nos instantes finais os Kauravas usam uma arma divina poderosíssima contra os Pandavas, uma espécie de míssil nuclear com capacidade de queimar tudo ao seu redor. Essa arma não poderia ser usada contra humanos, mas isso foi ignorado e os Kauravas tem a única chance de de usarem esta arma divina e destruírem os Pandavas. Entretanto Krishna conhece o segredo para vencer essa arma mística: prostrar-se humildemente diante do míssil quando estiver próximo de acertá-los, pois essa é uma arma do próprio Deus, Narayana. Todos fazem isso, menos o orgulhoso Bhima. Então Krishna corre ate ele em sua carruagem e o joga no chão, obrigando-o a ajoelhar.

Percebemos muitas semelhanças entre essa guerra e as guerras atuais, inclusive com armas ?nucleares? que podem incendiar o planeta. Os dilemas morais são os mesmos a milhares de anos, e o sofrimento é o mesmo.
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