Giovanna 09/06/2022
Uma dose de razão e sensibilidade
Este é um ótimo livro para se começar a se aprofundar na literatura inglesa de Jane Austen. Sua escrita não é difícil de se ler, mas talvez, até que você pegue o ritmo, ache um pouco cansativo e maçante as primeiras páginas. Mas vale lembrar que não devemos julgar uma autora dizendo " não gosto de ler nada de Jane Austen" sendo que leu apenas uma de suas obras. E digo, se você espera um romance como os atuais e não gosta de livros sem beijos, pare AGORA mesmo, pois irá se decepcionar. Jane trata muito além de carícias, ela se aprofunda no interior de seus personagens e conhecemos os seus sentimentos mais profundos. Jane é muito direta em tudo, já no começo vemos um turbilhão de coisas acontecendo e já nós é apresentado um dos interesses amorosos de uma das irmãs. É um livro para quem gosta de plot, aqui é reviravolta e surpresas do começo ao fim. Na minha opinião, a história é passada pela perspectiva de Elinor, mas as vezes sinto que é de um narrador onisciente, por que acho isso? Pois em alguns momentos nós não sabemos o que Marianne pensa ou o que ela faz, mas sempre sabemos o que Elinor pensa e faz.
Apresentação de personagens (CONTÉM SPOILER):
A história é voltada para uma família, sua matriarca Mrs. Dashwood e suas três filhas, a mais velha de 19 anos é Elinor; a do meio de apenas 17 anos é Marianne; e a caçula é Margaret (não consigo me recordar sua idade, talvez 14 anos).
Vamos acompanhar a descoberta amorosa e seus interesses de apenas duas das três irmãs, no caso Elinor e Marianne.
Elinor é a racional, a que pensa muito para tomar a melhor decisão, a que cuida e toma a frente de sua família, as vezes com muita frequência na verdade senti que Elinor fazia mais o papel da mãe do que a própria... Elinor sempre guardou seus sentimentos para si, afim de não fazer seus amigos e familiares se preocuparem.
Marianne é a sentimental, as vezes age por impulso e sempre se entrega por inteira a tudo que faz, é romântica a um nível extremo e se sofre, também se entrega ao sofrimento. As vezes fiquei com muita mais muita raiva dela com todo essa sensibilidade.
O melhor na minha opinião é que no final elas meio que trocam, Elinor fica um pouco sensibilizada e demonstra sentindo, e Marianne começa a dar maior valor a razão.
Xinguei muito quando o Willoughby apareceu no final para dar uma explicação a Elinor, mas depois entendi. Percebi que em todos os livros de Jane Austen sempre teremos um patife com carinha de gatinho abandonado. Coronel Brandon é perfeito em minha opinião, e antes que venham dizer que a Marianne só ficou com ele pois não tinha opção, eu vos digo que ela amadureceu entre os dois anos desde a desilusão e como ele fez parte do processo, acredito que ela realmente o ame. O Willoughby foi só paixão, primeiro amor, mas vamos concordar que nem só de amor vive o casal e coronel Brandon tinha todo o pacote para que ela pudesse ama-lo (respeito, amor, confiança, amizade, honrado, e rico kkk ).
Edward Ferrars também é perfeito, ele é caladão e sua única certeza era que queria Elinor, algumas pessoas o acham sem sal, sem vida...eu o acho discreto, nem todos são como Willoughby.
Mrs. Jennings e Mr. John perfeitos, Mrs. Middleton é na dela apenas, Mrs. Fanny Dashwood é uma quenga viu kkk, Lucy Stelle tive tanta raiva dela do começo ao fim...
Aliás, amei no final quando o Edward olha para Elinor e diz que ficou as vezes com ciúmes do Coronel Brandon kkkk, confesso que shippei um pouquinho ?
Enfim, muitas coisas para dizer ainda, mas não quero resenhar mais do que já resenhei.
Apenas dizer que essas duas irmãs me ensinaram muito. E levarei elas no meu coração com seus respectivos pares para sempre.