Paulo.Victor 25/05/2023
Um ótimo livro, porém decadente.
Três novelas de Leão Tolstói conta com pequenos textos: A Felicidade Conjugal (1859), A Morte de Ivan Ilitch (1886) & Sonata a Kreutzer (1889). O autor, Tolstói, tem um fluxo narrativo intenso, descreve bem as ações e os pensamentos das personagens (como é o caso de Ivã Ilitch, quando o narrador é onisciente). O livro como um todo, em minha opinião, é decadente, ou seja, vai do melhor para o pior. O fio de ligação entre os textos são as relações conjugais entre um homem e uma mulher e de como estas são tensionadas em situações diversas.
Felicidade conjugal foi o texto que mais me cativou, pois o drama prende o leitor para se resolver ao final do texto. Maria é uma personagem marcante, que mesmo tendo-se casado tão nova e apaixonada pelo marido, sofre às rédeas matrimoniais, tendo que abrir mão de muito do seu ser para se dedicar à sua paz rotineira.
Ivã Ilitch tem uma leitura mais maçante, muito ligado ao cotidiano. Logo nas primeiras páginas o personagem principal morre e logo algumas pessoas comentam acerca de como aquele fato vai impactar nas suas próprias vidas sociais. Pouco depois disso narrado, começa-se a narração do sofrimento de Ilitch, dia após dia sem saber o que o mata, além da sua depressão e falta de vitalidade. Um texto sombrio e penoso.
A Sonata a Kreutzer é um ponto fora da curva, trazendo apenas um pequeno recorte temporal de uma conversa dentro de um trem. Me faltam palavras para descrever o quão desconfortável é lê-lo. Apesar de o drama ser pouco explorado, o texto descreve o quão doente pode se fazer uma mente humana. Algumas coisas não são tão bem explicadas pois logo o livro acaba, reforçando a relação superficial entre dois estranhos que apenas se encontram e travam um diálogo extenso.