Na Companhia da Cortesã

Na Companhia da Cortesã Sarah Dunant




Resenhas - Na Companhia da Cortesã


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Desi Gusson 15/12/2011

Poesia em prosa.
Enquanto você lê essa resenha estou indo na Madre Superiora Wikipedia descobrir mais sobre o pintor Ticiano, o escritor Arentino e o figurino da moda em 1530.

Quem se imaginaria lendo uma história contada por um anão ranzinza, cafetão de uma famosa cortesã, na Veneza da Renascença? E ainda por cima enrolar, deliberadamente, a leitura para aproveitar melhor cada página? Não sei vocês, mas eu não imaginava.

Já disse que amo ser surpreendida?

Comecei ‘Na companhia da Cortesã’ sem grandes expectativas, pois, mesmo amando romances históricos, sempre tive em mente que eles são isso, livros escritos por não-historiadores com uma atmosfera do passado. Acontece que esse é um romance tão rico em detalhes, pesquisa e esmero que se torna um complemento para outros livros não-ficção da vida privada renascentista.

Tenho lido muitos YAs ultimamente e às vezes me esqueço do poder que uma estória escrita não sobre acontecimentos, mas sobre personagens, tem. Well, depois dessa não me esqueço jamais! Na verdade estou quase me enroscando num canto com uma pilha de todos os livros desse tipo que tenho, lidos ou não.

Amei a precisão dos diálogos de Bucino (le anão) com os outros e com ele mesmo. Fiammetta (la cortesã) é o retrato da sedução feminina e me lembra Fernando Pessoa dizendo:

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

No seu eterno jogo de simulação ela pode ir da mais arguta perspicácia direto para a vaidade infantil. Há também La Draga, uma mulher que apesar de suas deformidades vai te tragar em seu mistério.

Outra coisa que me chamou atenção foi a forma como a amizade é representada. Bucino e Fiammetta são sócios, mas acima de tudo são amigos. Quando li, tive a impressão de que, enquanto estivessem apoiando um ao outro, o caldo nunca entornaria.

Apesar de tudo o que tem de passar.

Assim que Roma cai, Fiammetta perde seus preciosos cabelos e praticamente todo o dinheiro para os luteranos, os dois tem a opção de separarem-se e para assim conseguir sobreviver, mas ficam juntos. Vão para Veneza, lugar que Bucino detesta, e tem que começar praticamente do zero, enfrentando os vizinhos fofoqueiros e até a empregada da casa (herança da mãe de Fiammetta).

Pelos olhos ‘baixos’ de Bucino, eu passeei pelas gondolas luxuriantes, os canais malcheirosos, as igrejas das cortesãs e me apaixonei por cada lugar. Cada palavra é tão bem pensada para te envolver quanto cada dobra das vestes de Fiammetta é ajeitada para seduzir. Eu nunca mais vou ter a mesma ideia sobre cortesãs, cafetões e bruxas, não depois de ter entrado tão fundo na vida deles.

Se você achar que não tem paciência para um livro tão não-sobrenatural assim, te digo ‘Jovem padawan, onde menos se espera, a satisfação está’.

Ah, você diz que detesta esse lixo todo e que história só serve pra te deixar de recuperação no colégio? Tudo bem cara, tudo bem. Cada um tem um gosto, né?

Né?

Well, Sarah Dunant misturou personagens históricos com fictícios e outros não tão fictícios assim e, fazendo uma coisa incrível, conduziu a história praticamente no mesmo ritmo sem deixar a peteca cair! Cara, ela ganhou uma fã de carteirinha! Vou até mudar os livros dela pro lado da Philippa Gregory aqui na estante…

Não preciso dizer que esse é um livro mais que recomendado, heim?

P.S.: Não, aborrecentes, esse livro não tem putaria. Só expressões de baixo calão. xD
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Marina 08/01/2010

O livro conta a história de uma cortesã e um anão na Veneza renascentista. A história é narrada em primeira pessoa pelo anão Bucino e mantém-se o tempo todo mais ou menos no mesmo ritmo, sem nunca ficar chata. Apesar do tema, o trabalho da cortesã é tratado de maneira sutil, sem entrar em detalhes dos pormenores dos encontros. Esse foi um livro que li sem saber o que esperar e que simplesmente amei! Recomendo para quem gosta de Veneza, do Renascimento e também de romances históricos, pois retrata muito bem a Veneza da época e seus personagens.
Silvia 04/07/2014minha estante
Interessante!




Wilton 04/05/2015

O livro prende a atenção do leitor. Sua linguagem simples e poética cativa. Percebe-se que houve intenso trabalho de pesquisa. Embora as personagens principais sejam fictícias, o cenário e a época descritos são rigorosamente reais. Obra recomendada aos apreciadores de romances históricos.
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