Annie60 25/02/2024
"Mors irrumat omnia"
"? Mors irrumat omnia ? sussurrou Alex. A morte fode a todos nós."
O livro atendeu minhas expectativas. Em alguns pontos menos, outros mais. Gosto da ambientação, da apresentação dos personagens, das explicações de mundo etc.
O início é confuso, são muitos nomes, apelidos, detalhes e referências, o que torna a leitura densa, um tanto necessário, e depois a ação e o suspense tomam conta da narrativa.
Temos uma protagonista com muitas camadas.
Alex Stern, ou Galaxy, sempre almejou uma vida tranquila e normal, onde fantasmas não estivessem por todos os cantos que olhasse. Infelizmente, sua vida desceu ladeira abaixo de uma forma que ela nem podia imaginar.
Depois de tantos trágicos acontecimentos, ela acorda em uma cama de hospital com uma proposta: servir uma sociedade chamada Lethe, viver mais profundamente no meio dos que ela descobriu serem chamados de "Cinzentos", conhecer sobre magia e ter Yale no currículo.
Daniel Arlington será seu guia nesse mundo novo-não-tão-novo, preparando-a para tomar seu lugar quando estiver pronta. Os dois acabam desenvolvendo uma amizade antes que tudo desande.
Os pov's variam entre os dois; narrado em terceira pessoa, Alex conta sobre o presente e Daniel sobre o passado.
Nona Casa é um livro sobre magia, e como não é exatamente boa ou má. Sobre pessoas ricas que encontraram um novo meio de explorar outros para seu próprio benefício. Sobre uma moça de descendência latina nos Estados Unidos tentando sobreviver a mais um dia. Sobre o que é justiça. Sobre luto. Sobre como as minorias são usadas e descartadas.
Referente a uma resenha que li, em nenhum momento senti que a autora banalizava os assuntos tratados, principalmente os sobre abuso sexual.
Faltou a autora/editora colocar um aviso sobre gatilhos, pois o livro aborda uso de substâncias ilícitas, abuso sexual ? incluindo o de menores, violência explícita, entre outros.
A construção dos personagens, as amizades, a magia e as atitudes da protagonista me conquistaram. Ela tenta se encaixar por um momento entre pessoas as quais não pertence ? e nem quer, na realidade ?, mas depois percebe que é tempo perdido, que já não precisa mais ser "apenas" uma sobrevivente, e é aí que eu gritei "QUEBRA A PAU!".
Dei quatro de cinco estrelas porque a leitura inicial foi mais difícil e teve um tanto de confusão com as informações.
Ansiosa pelo próximo livro e pelo desenvolvimento das habilidades da protagonista.