Adriana Scarpin 29/06/2016Rabelais era o James Joyce da renascença ou James Joyce era o Rabelais do modernismo? Essa edição da Itatiaia vem repleta de notas que ajudam a compreender toda a maravilhosa amplitude linguística de Rabelais, além de ser ricamente ilustrada por Gustave Doré. Fazendo parte dos meus estudos sobre Hilda Hilst e literatura obscena a leitura desta pentalogia me foi uma grata surpresa, não só pelo tipo de humor encontrado nela que convencionou-se ser chamado de rabelaisiano ou pantagruélico e que pelos cinéfilos também pode ser chamado de “brancaleônico”, mas principalmente a forma brilhante em que Rabelais faz uso das palavras.
O primeiro livro na verdade foi o segundo a ser escrito, trata da história de Gargântua, pai de Pantagruel, e a guerra das fogaças. O segundo livro, mas primeiro a ser escrito, trata-se da guerra dos Dipsodos. A partir do terceiro livro a saga se atêm ao melhor amigo de Pantagruel, Panúrgio, começando com uma infindável corrida para saber se acaso ele se casar será corno ou não, esgotados os meios filosóficos e divinatórios no terceiro livro, partem para uma viagem a partir do quarto livro conhecendo muitos povos e finalmente chegam ao seu destino ao final do quinto livro quando encontram a diva botelha.