Ana Júlia Coelho 11/11/2023Jude tem passado por muitas coisas em casa depois do divórcio de seus pais. Adiando ao máximo seu sonho de ir estudar fora do Brasil para dar suporte à sua mãe, agora chegou a hora de embarcar nessa aventura. O que ela não esperava é um atraso surreal no voo e, de quebra, ficar “presa” no aeroporto. Mas a espera não é tão ruim assim, já que ela acaba conhecendo Paul (uhum, livro brasileiro que adora enfiar nome gringo). Nesse tempo que passam aguardando o embarque, eles se apaixonam perdidamente um pelo outro, vivem um romance meteórico e prometem manter contato quando os voos voltam a ser liberados. Mas não conseguem cumprir a promessa.
Podia ter narrado a vida de Jude estudando na Inglaterra? Claro, a história ficaria mais rica. Mas a autora escolheu cortar para 9 anos depois, Jude de volta ao Brasil, morando com sua melhor amiga Nora e tendo que aguentar os surtos da mãe.
Esse tempo todo, Jude ficou PRESA AO CARINHA VISTO APENAS UMA VEZ NA VIDAAAAAA!!! Como uma boa louca apaixonada, ela desabafa escrevendo cartas pra ele – cartas que ele nunca lerá, diga-se de passagem. Nunca conseguiu engatar em um relacionamento porque ainda se lembra daquele jovem de 18 anos que roubou seu coração tanto tempo atrás. Sério?
Nora, que é uma blogueira que mostra como o que divulgamos na internet é pura mentira (relacionamento tóxico, oi), tem uma ideia genial: que tal Jude gravar um vídeo implorando por um sinal de fumaça do garoto do aeroporto? Bem no estilo surtada ao limite, mesmo.
Enquanto tenta encontrar o adolescente da vida dela, mesmo já estando com 27 anos, Jude ainda dá suporte emocional à Nora, por conta do relacionamento horroroso que ela tem, e à própria mãe, que, desde o divórcio, é só ladeira abaixo.
Acho que já ficou clara a minha indignação com a vida empacada da Jude porque não tira o cara da cabeça. Sabe, viu ele por 1 dia, 9 anos antes, quando ainda eram jovenzinhos descobrindo a vida. É um absurdo essa fixação dela por Paul, sendo que ele NÃO É MAIS AQUELE ADOLESCENTEEEE!!!! Ela ficou idealizando o cara com o pouco de informação que trocaram, e acha que ele é o homem da vida dela. O plot é mais do que óbvio, mas achei legal o jeito que ela percebe como é idiota, e o final me surpreendeu, por isso a nota mais alta. Deveria ter abordado muito mais coisa interessante, a história é bem superficial, fica nesse drama do ‘nunca esqueci o cara’ (ranço) e não desenvolve outras partes da história.
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