Lili Machado 17/08/2011No relato frenético de Patrícia Cornwell, os personagem principais da trama não falam, não ouvem e não pensam, mas dizem muita coisa, através de seus corpos: os mortos.O fio da meada em que a Dra. Kay Scarpetta, sua sobrinha gênio da informática Lucy Farinelli, seu amante consultor de perfis psicológicos do FBI Benton Wesley e o capitão Pete Marino, estão enrolados, perpassa seitas de fanáticos, terroristas, dramas pessoais e políticos, sob as águas escuras de um velho cemitério de navios da marinha.
Na época desse livro 7, Marino ainda estava na fase apaixonado platônico, por Kay – “Nesses anos todos de convivência com ele, aprendera que Marino jamais confessaria seus sentimentos por mim, por mais que fossem óbvios.” – Kay Scarpetta
No relato frenético de Patrícia Cornwell, os personagem principais da trama não falam, não ouvem e não pensam, mas dizem muita coisa, através de seus corpos: os mortos. Sua prosa é recheada de tecnicidades pesquisasadas à exaustão, como a identificação de balística, que fazem a alegria dos leitores mais detalhistas e exigentes. – ficamos sabendo até mesmo que a capacidade de sentir o cheiro do cianureto é uma característica feminina recessiva, herdada por menos de trinta por cento da população.
Patrícia Cornwell deixou de ser repórter policial para se tornar escritora. Mas ela faz o leitor esquecer que está diante das páginas de uma obra de ficção, tal se assemelham suas estórias à realidade nua e crua das páginas policiais.
Devo confessar que, apesar de ser viciada em Scarpetta, este livro, em especial, não me tocou. Não sei se o tema espionagem não é meu favorito, submarinos nucleares não são meus cenários ideais, nenhum personagem me chamou a atenção. Como já li outros livros de Patrícia Cornwell, depois desse, da mesma série – aliás, li todos – posso dizer que ela não perdeu a mão, mas escorregou feio.