Shaka Rodrigues 13/10/2011
Paul Hoffman tornou tudo MUITO mais intenso!
Quando fiz o review de "A Mão Esquerda de Deus", do escritor (apenas uma de suas áreas) Paull Hoffman, fiquei imaginando o quanto de toda a história e de toda a "terra" poderiam ser melhorados. Não que o primeir tenha sido ruim, muito pelo contrário. Foi tão legal, que não consegui imaginar um rumo melhor para a trilogia, do que aquele que fora apresentado.
Nesses casos, é tão bom estar errado! hehe...
Além de melhorar, é muito bom ver a evolução dos personagens de acordo com o passar do tempo.
Paul Hoffman tratou de alterar todos os aspectos da história.
Quando conhecemos Thomas Cale, o menino que foi maltratado e treinado para ser uma máquina de ressentimento e malícia, não poderíamos acreditar no fato de que ele seria a Fúria de Deus enviada ao plano físico para destruir a humanidade e marcar um novo início dos tempos.
Pois em "As Últimas Quatro Coisas", Cale não somente toma ciência disso, como também "abraça" seu destino. O menino, antes considerado maduro demais para sua idade, já deve estar com seus 15 ou 16 anos, e agora era considerado muito mais do que um simples homem. Reconhecido e temido graças as campanhas lideradas por ele a mando do Redentor Bosco, sua reputação precedia seu nome.
Amargurado por conta da "traição" de seu grande amor, Arbell "Pescoço de Cisne" Materazzi, aquela que o ensinou muito mais que ele sequer imaginaria existir, ele se entrega de vez a sua tarefa.
Seu amigo, Henri Embromador, e Kleist (nem tão amigo rs), também se separam.
Agora, os três personagens que viveram toda a aventura do primeiro livro juntos, se encontram em locais e situações diferentes.
O local mais importante deste livro é, sem dúvida, Chartres. A cidade é praticamente um Vaticano para os Redentores. E é nela, que uma imensa e macabra guerra política é travada em busca do poder.
O Redentor Bosco, muito distante do poder, porém muito influente no meio, precisa colocar Thomas Cale a frente do exército dos Redentores para iniciar o plano de "purificação" da humanidade. Mas em sua atual posição política, não teria como executar tal plano.
Mas Cale não é uma pessoa qualquer, e não pode ser simplesmente controlado. Dentro de si, a Fúria de Deus possui tanto uma grande raiva (que pode levar todos à morte, conforme a mensagem que Bosco teria recebido em sonho), quanto um grande amor e uma grande compaixão.
Kleist agora está entre os cleptos, um povo que vive do roubo dos pertences de outro povo, os muçulmanos. Ele está lá porque salvou Daisy de uma cena de estupro e tortura. Não vou entrar em detalhes do porque, mas agora, Kleist tem uma enorme responsabilidade para com a menina por conta de algo que os dois possuem em comum.
Henri Embromador tem seus primeiros envolvimentos com mulheres, depois que reencontra Cale. Mas, apesar de gostar do que tem sentido, a intenção é convencer Cale e fugir pra bem longe dos Redentores.
Devo dizer, que as cenas de guerra estão absurdamente mais bem elaboradas e descritas. Paul Hoffman agora aborda todas as questões e situações de forma muito mais intensa. As morte são mais "feias", o sexo é explorado de forma muito mais aberta, a raiva e o amor são muito mais evidentes.
Sinceramente, é praticamente uma versão do livro voltada para outro público.
E isso foi, na minha opinião, sensacional. Isso porque nós podemos amadurecer junto com o arco de histórias. O intervalo de um livro para o outro, pode fazer com que queiramos algo mais elaborado. E é isso que Paul Hoffman nos apresenta.
Bom, não vou dar mais detalhes para não estragar a ótima surpresa que "As Últimas Quatro Coisas" foi para mim.
Como eu sempre digo, leiÃO!! \o/
Também disponível em:
http://www.manjaki.com.br/index.php?/Geral/ManjaBooKi/review-as-ultimas-quatro-coisas.html