Felicidade demais

Felicidade demais Alice Munro




Resenhas - Felicidade Demais


17 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Na Tancredi 25/01/2024

Munro me ganhou
Tava pronta pra dar 5 estrela até chegar no último conto. Conto muito longo e nada interessante pra mim. Mas até terminar essa novela já tinha mudado de opinião e Munro me ganhou novamente. Contos geralmente centrados em mulheres bem diversas. As situações em que elas se encontram também são bem diversas. Comuns e peculiares. Tem de tudo um pouco.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Livia M. 11/06/2022

DIMENSÕES ampliam a FICÇÃO em WENLOCK EDGE abrindo BURACOS-PROFUNDOS cheios de RADICAIS LIVRES no ROSTO de ALGUMAS MULHERES.
A vida não é BRINCADEIRA DE CRIANÇA, então senta-lhe a MADEIRA.
FELICIDADE DEMAIS exige imaginação.

#voltaaomundoem50livros
4/50
Canadá
comentários(0)comente



Arruda 06/04/2021

Contos com finais confusos que me Obrigaram a uma releitura sem entretanto, trazer entendimento dos textos. O estilo da autora e diferente, o que deve ser a razão dos contos serem de difícil compreensão.
comentários(0)comente



Carolina 04/02/2021

Confesso que esperava um pouco mais dos contos da autora, mas pretendo tentar ler outros para ver se realmente não são para mim.

Meus contos favoritos (e mais chocantes) foram Dimensões e Brincadeira de Criança.
comentários(0)comente



Rafael.Montoito 19/07/2020

Esperava mais
Alice Munro, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2013, traz dez contos sobre mulheres que amadurecem com suas experiências, às vezes felizes, às vezes traumáticas - simbologia espetacular que se materializa na ideia dos anéis arbóreos, impressa na capa do livro.
.
A narrativa introspectiva e, muitas vezes, não linear, que mistura sonhos e realidade, primeira e terceira pessoa e outras técnicas narrativas pode pegar desavisado o leitor pouco acostumado com narrativas mais elaboradas. E, por isso, é um livro que precisa ser lido "na hora certa", senão pode ser facilmente rechaçado - este não foi o meu caso, mas confesso que alguns contos me desmotivaram, foram arrastados, talvez eu precise conhecer a autora em outra de suas obras...
.
O último conto é uma reconstituição dos últimos meses de vida da matemática russa Sophia Kovalevsky, a primeira mulher a obter um doutorado em matemática, a primeira a ser nomeada para a Academia de Ciências da Rússia, a terceira a conseguir um cargo acadêmico (como Professora na Universidade de Estocolmo) e uma das primeiras mulheres a trabalhar como editora em uma publicação científica. É interessante ler, de maneira romanceada, a vida daquela que fez contribuições notáveis para a teoria das equações diferenciais parciais, matemática analítica e mecânica e, além disso, era amiga de Weierstrass.
.
O conto fala também de suas relações familiares, dos seus dois maridos, e do que teve que enfrentar e superar para ser uma mulher dedicada à ciência, em sua época.
comentários(0)comente



edu basílio 18/03/2020

a arte de estacionar em vagas apertadas

imagino que escrever um bom romance seja uma empreitada que exige imensos talento, sutileza psicológica, e disciplina. entretanto, seria um reducionismo pueril imaginar que escrever um conto é mais fácil, por serem estes narrativas substancialmente mais curtas. muito ao contrário, um bom conto deve ter todas as qualidades literárias que se espera em um bom romance, só que em um número de páginas muito menor. é estacionar o mesmo carro em uma vaga muito mais apertada.

com o livro "felicidade demais", tive meu contato inicial com alice munro -- primeira escritora cuja obra literária se compõe essencialmente de contos a ser agraciada com o nobel de literatura. mesmo se em dois dos contos -- "wenlock edge" e "algumas mulheres" -- eu tive uma incômoda sensação de inutilidade (nem a razão de ser deles me ficou clara...), achei a maioria deles excelente: enredos intrigantes e personagens convincentes, por vezes com décadas de vida condensadas de maneira sublime em poucos parágrafos, e em alguns casos reviravoltas súbitas e espantosas. as grandes estrelas do livro para mim são "ficção", "dimensões", "radicais livres" e "buracos-profundos", nos quais todas essas virtudes literárias reluzem.

munro definitivamente consegue fazer baliza com um SUV em uma vaga apertadinha. com sua escrita límpida e sem rebuscamentos, ela nos apresenta, em 30 ou 40 páginas, dissecações da alma humana com uma profundidade que vários escritores, mesmo enchendo (e nos enchendo com) muitas centenas páginas, não atingem.

ao conceder-lhe o prêmio nobel, em 2013, o comitê justificou a honraria com o sucinto "master of the contemporary short story".

e eu, por ora, não teria mais o que acrescentar.

--
comentários(0)comente



Carla.Gomes 07/07/2018

Frustrante
Comparar a autora com Clarice Lispector é uma insanidade! Livro horrível, com escrita rasa, literatura vazia, contos sem sentidos, parecem textos do Reader's Digest. Que pobreza! Ainda tentei, li 4 contos, mas cada um pior que o outro, não acontece nada, cheio de detalhes que não acrescentam em nada à leitura, parece uma redação de adolescente de 15 anos de idade. Frustrante!!!
comentários(0)comente



Valério 18/08/2016

Prisma no cotidiano
Alice Munro traz neste livro dez contos. Todos eles sobre mulheres. Todas com idades e vidas bem distintas. Mas todas permeadas com envolvimento amoroso e uma tragédia que altera sua existência.
Todos fortes, densos. Mas ao mesmo tempo, parece não haver desperdício de palavras. Concisa, precisa, diz muito falando pouco.
Mostra a vida cotidiana de uma forma muito simples, mas ao mesmo tempo, a transforma em algo lírico.
Alice não ganhou o prêmio nobel à toa, podemos ver por esse livro. E também não é por acaso que é chamada de "A Tchekhov canadense"

comentários(0)comente



Rita.Zanetti 20/07/2016

Baque
Alice Munro está para a língua inglesa assim como Clarice Lispector para da língua portuguesa.
comentários(0)comente



GilbertoOrtegaJr 05/08/2015

Felicidade Demais- Alice Munro
O estilo de escrita da escritora canadense Alice Munro é muito interessante e belo, pelo fato de que a autora se debruça sobre cenas cotidianas mas nem por isso banal, das vidas dos seus personagens e a partir destes episódio aparentemente simples, ela mostra que compreende profundamente a alma humana, criando assim ao fim de seus contos uma sensação de simplicidade e extremo refinamento, e deixando claro o alcança da sua habilidade enquanto contista.

Dito isso sobre o estilo da autora vamos ao que me interessa – e quem me conhece sabe que por melhor que seja a técnica de um autor se a trama narrada não for interessante não tem como eu gostar. No Primeiro conto Dimensões uma mulher reflete diariamente sobre seu passado e as circunstâncias que fizeram com que ela, antes com um marido e dois filhos, agora esteja só sendo que neste conto temas como perdão, loucura e relacionamentos que sufocam grandes questões. Em Ficções uma professora de música é abandonada pelo marido, que decide ficar com sua ajudante na marcenaria, e passa a viver com este mulher e sua filha, de outro relacionamento, mais tarde esta professora de música será personagem de um dos contos da filha desta outra mulher, e este conto fará com que ela lembre de coisas a muito esquecida por ela, mas não pela garota. Já no conto Wenlock Edge ao dividir o quarto alugado com uma nova hóspede a personagem principal se vê envolvida na vida desta nova moradora que mantém uma relação no mínimo extravagante com um homem anos mais velho que ela, e a personagem principal acaba indo participar de um jantar totalmente inusitado na casa desta homem. No quarto conto Buracos- profundos ao ir fazer piquenique em uma montanha, com seu marido e filhos, um dos da personagem central do conto acaba cindo em um buraco mas logo é resgatado pelos pais, aparentemente isso moldará as relações desta família por muitos anos quando este mesmo filho decidi sumir do mapa.

Mas nem todos os contos são protagonizados por mulheres adultas em alguns outros contos Alice mostrará cenas do assado que acabam por moldar o presente das vidas de suas personagens como é o caso do conto Rosto onde ao tentar conseguir uma marca de nascença igual ao de seu amigo uma menina acaba por cortar sua própria bochecha com uma navalha. Ou como no caso da personagem que ao cuidar de um senhor à beira da morte acaba presenciando uma luta pela preferência desta homem entre a mulher dele a uma massagista sempre entusiasmada, no conto Algumas Mulheres. Em Brincadeira de criança temos uma mulher que anos depois se vê assombrada pelo assassinato que juntamente com sua amiga cometeu, quando ainda eram adolescentes, matando afogada uma deficiente mental.

Já em contos como Radicais livres, onde a personagem principal pouco tempo após ficar viúva vê sua casa invadida por um criminoso, sendo talvez este o conto com final mais inusitado. Ou Madeira que mostra uma homem com grande interesse em madeiras, que ao sair um dia para cortar algumas árvores se vê envolvido em um acidente. É por fim no conto mais longo e que dá nome ao livro Felicidade Demais a autora se debruça sobre a vida de Sophia Kovalevsky, tendo como fofo os últimos dias da vida desta mulher que foi uma matemática e escritora russa, enquanto por meio de lembranças fragmentadas ela vai contando cenas importantes da vida desta mulher.

Ironicamente ao contrário do nome deste livro Felicidade Demais é um livro trespassado pelo sentimento de profunda melancolia que se apodera da vida dos seus personagens, seja ao relembrarem cenas passadas de suas vidas, seja ao perceberem que onde chegaram não é de muito formas totalmente satisfatório. É sobretudo por meio deste segundo livro da autora que fico convencido da sua capacidade de usar a literatura como fonte de compreensão e reflexão da vida e da mente humana.

site: https://lerateaexaustao.wordpress.com/2015/08/05/felicidade-demais-alice-munro/
comentários(0)comente



Eduardo 16/02/2015

A BRUTALIDADE DE UM CORAÇÃO TRANQUILO
O que torna alguém genial? Talvez algo que entre a perfeição da massa encefálica e batidas compassadas de um músculo vital, gerando um diferencial chamado poesia?!
Talvez não seja essa a explicação de muitos especialistas, mas foi o que pensei sobre uma senhorazinha canadense, ao ler suas narrativas, tão simples e densas; pacíficas e violentas; ordinárias e extraordinárias.
Numa entrevista Munro disse: “Penso que qualquer história pode ser interessante.”. Foi assim, exalando humildade, que vi a escritora octogenária falar sobre a escrita; uma voz lenta a qual os anos conferiram um tom trêmulo e característico, roupas simples para se proteger do frio, e um sorriso constante o qual substituí qualquer adereço que realce vaidades.
Conheci um pouco de sua história através de seu ultimo e derradeiro livro “Dear life - Vida querida”. Ela expôs algumas de suas experiências desde a infância até a adolescência. A pobreza, a silenciosa relação conturbada com a mãe e alguns episódios marcantes desses tempos.
Era tudo divido em contos, que ela nomeou como seu “Finale”. Antes disso haviam outros tantos contos, “Cascalhos”, “Que chegue ao japão”, “orgulho”...
Resumindo... textos belos, marcados por dramas familiares e relacionais, realistas em sua essência, mas fantásticos pela disposição de suas palavras.
Mas, precisamente, o primeiro contato que tive com Munro não foi este livro; alguns passos foram dados até chegar a ele. Acompanho, como de costume, os laureados pelo Nobel, ano-a-ano. É sempre um prazer descobrir novo e inventivos escritores. E em dois mil e treze foi a vez dela surgir como o nome da academia. Naquele momento, Munro passou a existir para mim.
O segundo contato com o seu mundo, foi uma frase “Too much happiness”. Era o título de um dos seus últimos trabalhos. Fiquei amarrado a frase, pensando melhor, fiquei amarrado mesmo a contradição que esta gerou em mim. Felicidade é demais?
Mesmo lendo Vida querida – Um dos melhores trabalhos literários contemporâneos que já lí, diga-se de passagem –, não consegui me desvencilhar do desejo pessoal por aquele título, mas permaneci por um bom tempo até adquiri-lo.
Ao obtê-lo, ficou mais alguns meses na prateleira, eu olhava para a lombada, desejando-o, mas sem conhecer totalmente esse desejar, quase como um presença não percebida.
As férias chegaram e construí metas. Ler alguns títulos que a tanto queria saber, para discutir com os seus elogiadores. Um desejo tolo para um leitor, mas genuíno. Afinal, não a nada como partilhar uma leitura. No entanto, ele não estava na meta. E algo me incomodava enquanto lia as outras obras, como um chamado silencioso para completar uma tarefa.
Ao terminar um caro livro, passei instintivamente para ele, ou era o que imaginava ser... instinto.
Algumas palavras me vieram durante a leitura: cru, brutal, voraz e poético. Apesar de sentir uma ausência desta ultima de modo concreto. Mas ela estava lá, por trás, como um contrarregra selecionando qual melhor expressão para entrar em cena.
Notei uma falta. Onde estava toda aquela felicidade. Parecia não ser felicidade que fazia parte das histórias. Suas personagens pareciam buscá-la também, mas parecia mais um sonho impossível. Num lugar ao menos a via, era o título da ultima história, uma homenagem à primeira mulher acadêmica Sophia Kovalevsky; um breve relato sobre seu último ano.
Mas era tudo muito irônico. A felicidade parecia estar apenas num lugar. O narrador de todos os contos parecia ser este sentimento tão buscado. Eu ao menos me sentia feliz ao ler obra tão magistral, felicitava-me por ter pego o livro, via que estava cumprindo minha tarefa.
Ao invés de enxergar a felicidade em demasia, como o título denunciava. Lia-se a insanidade, a perversão, a angústia, a morte, a perda, a obsessão, a tristeza, o sonho não concluído...
Enfim, humanidades, nada mais.
Contudo, pensei... o que será a felicidade se não um momento. Acho que autora estava querendo dizer isso nas entrelinhas; a felicidade talvez esteve em algum momento daquelas vidas, e talvez estaria novamente algum dia, ao menos para algumas personagens.
Deixando as digressões um pouco de lado, voltemos ao começo. O que torna alguém genial? Em verdade vos digo: Não sei. Mas Alice Munro é uma gênia para mim. Ela tem aquilo que encontra-se em poucos de seus colegas, um olhar singular. Com uma escrita pacífica e tranquila, em felicidade demais a escritora descobre a brutal crueldade que o existir pode se tornar.

comentários(0)comente



Grazi Marchezin 08/09/2014

Completa admiração
Alice Munro não me surpreendeu com as histórias super interessantes que ela contou nesse livro, histórias que não são nada previsíveis. Eu já havia lido algo sobre ela, falando que era ótima e que, inclusive, ganhou prêmios pelo ótimo trabalho. O que me surpreendeu, foi a forma como ela escreve, que é exatamente a forma que eu gostaria de escrever. Bateu inclusive uma pontinha de inveja, percebe? Tenho a criatividade mas não tenho o dom que ela tem... a vida é assim, ou não. Se ela for a autora da minha história, isso pode mudar a qualquer momento.
comentários(0)comente



Renata CCS 05/09/2014

O conto como arte.

"A complexidade das coisas - coisas dentro de coisas - simplesmente parece sem fim. Quero dizer, nada é fácil, nada é simples." Alice Munro

FELICIDADE DEMAIS, livro de contos da escritora canadense Alice Munro, é uma obra impressionante. São dez contos, não apenas escritos por uma mulher, as histórias são narradas e protagonizadas por mulheres complexas, variadas e intrigantes.

É no cotidiano, nos pequenos momentos do dia a dia que a autora eleva o mundano, a mais maçante rotina, ao surpreendente. Nada de frases empoladas, expressões imponentes ou heroínas românticas. São apenas pessoas comuns, que vivem suas vidas, como nós. Seus personagens são pessoas que vivem o previsível dentro de uma narrativa que toma rumos imprevisíveis, terminando, quase sempre, de uma forma reflexiva, inesperada, impactante.

Munro posiciona seus personagens diante do não convencional, explorando os conflitos que suas protagonistas vivenciam em sua busca de alegrias, de auto-realização, ao mesmo tempo que flertam com infortúnios, com violência, com ruínas em suas vidas.

Os contos são conduzidos como fragmentos de memória. E são memórias que resultam em histórias fortes, de envolvente prazer na leitura. Mas isto está longe de ser uma fórmula, pois tal estratégia não compromete a narrativa. Seu domínio do cotidiano e a grande variedade de sutilezas chegam a ser assombrosos. Munro consegue transformar algo simples em incrível!

Muitos críticos já disseram que Alice Munro é capaz de conceber uma vida inteira em poucas páginas. Concordo. Através da simplicidade cotidiana ela nos apresenta um universo cheio de enigmas, emoções, ideias e resoluções. A minha agora é ler mais Alice Munro!
comentários(0)comente



Arsenio Meira 03/02/2014

A arte e o espelho da vida

São dez contos. Pela ordem: 1 - Dimensões; 2- Ficção; 3 - Wenlock Edge; 4 - Buracos-profundos; 5 - Radicais livres; 6- Rosto;7 - Algumas mulheres; 8 - Brincadeira de criança; 9 - Madeira e 10 - Felicidade demais.

Gostei visceralmente de todos. Não vou eleger um; seria uma injustiça suprema aos meus olhos de leitor. Dez diamantes. A dor humana, a miséria, e a solidão das pessoas (sim, são pessoas de carne e osso os personagens de munro) imprimem às narrativas uma elasticidade concreta. Como se fosse possível alongar ou distender um muro. E é. Tchekov não está só.

Alice Munro trabalha artesanalmente, sem estardalhaços, com a verossimilhança, e o faz sob a égide de um estilo aparentemente econômico, corrosivo e direto. Uma prosa que esfaqueia qualquer possibilidade de fuga e penetra no mais fundo pântano que há nos personagens/pessoas, através de diálogos primorosamente belos e corriqueiros, tão triviais que fica impossível não divisar no espelho das tramas um facho de sombra semelhante ao itinerário que, não raro, traçamos. Aqui não residem as descrições estáticas. A fatalidade, como um felino, fica à espreita invisível e palpável como o muro distorcido.

A violência (aqui entendida como o urro de uma criança em sério apuro, ou a lágrima reprimida de alguém que morre à espera de uma mão acolhedora que se ausenta para sempre) estabelece o contato com a realidade cotidiana. Os personagens-pessoas nascem dessa experiência dinâmica e comovedora. Incontornável e aflita.

A sensação é redentora e, ao mesmo tempo angustiante. Se sairmos para dar uma espiada na janela, paira sobre nosso mover-se a certeza de que estaremos perdidos. Eis o cardápio da angústia. Nos contos de Munro, a catarse ocorre por meio de situações que conhecemos: o abandono, o desespero de fugir de uma relação fracassada, um passado em ruínas, esperançoso do futuro; os laços familiares que repercutem às limitações provocadas pela doença ou pelo envelhecimento. O impulso que Munro cria é de identificação, concretização ou repulsa de fantasias. A verossimilhança e a originalidade dos contos advêm da extrema dedicação com que Alice tece pequenos pormenores (lembranças, palavras ou fatos), que desencadeiam e iluminam a compreensão do universo de cada personagem ou pessoa.

É um livro imenso. Os contos, tremeluzentes e autônomos, provocam picos de dor em certos lugares que pensávamos mortos. As pessoas que Munro descreve são imensamente iguais a nós, e dramaticamente diferentes. Elas ressuscitam em meio ao nosso olhar, que se reconhece e se esgarça ante o silêncio desta dor compartilhada.
Renata CCS 04/02/2014minha estante
Arsenio,
Com um título que promete e suas impressões magistralmente compartilhadas, só me resta ir atrás desta felicidade também!
Abraços!


Keli 04/07/2014minha estante
já estava interessada agora então...muito obrigada


Arsenio Meira 04/07/2014minha estante
Oi Keli,

Espero que você sinta o mesmo que senti ou mais, ao ler a Alice Munro.
Eu é que lhe agradeço!
Abraços




17 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR