Limite Branco

Limite Branco Caio Fernando Abreu




Resenhas - Limite Branco


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carlosmanoelt 24/04/2024

?A solidão é uma droga dura de engolir.?
?Limite Branco? foi o primeiro romance do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu, escrito em 1967 e publicado pela primeira vez em 1970. O autor tinha dezenove anos à época em que escreveu tal obra, que contém referências autobiográficas. A narrativa se passa no Brasil do final da década de 1960, marcado pelo AI-5 e pelas transformações culturais, narrando os dramas vividos por Maurício, um adolescente do interior do Rio Grande do Sul, através de trechos do diário e de flashbacks do protagonista. Maurício, considerado o alter ego de Caio Fernando Abreu, é um jovem atormentado e vive uma ambiguidade sexual e o medo de se tornar adulto. O livro apresenta uma série de narrativas curtas e intensas que exploram temas como solidão, amor, sexualidade e a busca por identidade em meio a uma sociedade muitas vezes opressora. A escrita de Abreu é marcada por sua sensibilidade e sua capacidade de capturar a essência da experiência humana. Ele usa uma linguagem poética e evocativa para criar atmosferas envolventes que transportam o leitor para os universos fictícios que ele cria. Em suma, ?Limite Branco" é uma obra interessante da literatura brasileira, que merece ser lida e apreciada tanto por sua beleza estilística quanto por sua riqueza temática. O tom da obra nos faz retornar à nossa própria adolescência, às nossas próprias questões, à nossa própria passagem de um mundo infantil a um mundo grande demais para caber no nosso colo. Caio Fernando Abreu, em seu primeiro romance, apresenta magistralmente sua capacidade de simbolizar em tantas palavras os horrores que podem acontecer em um segundo.
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Let Carvalho 09/04/2024

Amei esse livro. Me identifiquei em diversos momentos e amei refletir a vida com q visão do Caio. Foi muito bom
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Felipe1503 28/02/2024

Pra entender o fenômeno literário que é Caio desde o inicio
De cara, fico impressionado com o fato de ser o primeiro livro de Caio Fernando Abreu e também dele ter apenas 19 anos e escrever de forma tão marcante e precisa.

Me chama atenção também que um livro de 1971 não é datado (não que essa seja uma característica ruim).

O livro, como estruturado (hora em primeira pessoa, outra com um terceiro narrando e também com anotações do diário de Maurício) da tons diferentes o que impede o livro de ser cansativo.

No mais, a vida inocente na infância e interior, com as descobertas, as viagens e criatividade e os medos de uma criança partindo pra adolescência. Depois a mudança do interior pra capital no mesmo momento que se inicia a vida adulta com seus dilemas e crises existenciais, questionamentos que a gente entende que não vão parar por ali, muitas daquelas dúvidas vão permanecer pela vida, assim como as inseguranças e a incerteza dos motivos pelos quais estamos aqui fazendo seja lá o que for.

Sensacional e necessário.
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_Leticia_ 10/02/2024

Me fez pensar na vida.
O livro já começa com o personagem tendo uma sensação que assim como ele, eu também tenho e a partir desse primeiro capítulo o personagem já gerou uma espécie de identificação comigo mesma. Ao decorrer dos capítulos o livro vai se alternando em partes da história sendo narradas e a parte do diário do Maurício - que foi oque eu mais gostei e até me perguntava enquanto lia: será que o autor leu a minha mente?. Eu tenho a mesma idade do personagem e estou em um momento delicado da minha vida, então todo esses pensamentos dele de: não se conhecer (mas querer e ao mesmo tempo não saber como), da ambiguidade sexual, de querer conhecer novas pessoas e encontrar uma conexão rara, são coisas que sempre passam pela minha mente e que eu nunca digo a ninguém, então ler isso e ver que não é apenas eu que me sinto assim foi interessante (digo isso pois tem traços autobiográficos do autor do livro). Aqui irei deixar alguns trechos do livro que mais me marcaram:

"Então, do fundo da consciência, brotou uma frase: "Não tenho o tempo todo tanta pena de si mesmo."

"O cheiro de café entrava por baixo da porta. Era escuro e bom, mas não ia ser fácil, ele sabia. Haveria muitas quedas, e sucessivos impulsos para levantar-se".

(Resenha escrita na data 10/02/2024).
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Gabriel Varizi 09/01/2024

Tempo de descoberta
Enquanto lia, encontrei um diário meu de cerca de quatro anos atrás, no auge dos meus vinte anos. Interessante como, a esse momento da vida, tudo parace tão complexo, desajustado e aterrorizante. Tanto para o Gabriel do início da pandemia como para o Caio do início da ditadura. Caio F. traduziu todo esse sentimento de descobertas e angústias em "Limite Branco". A descoberta social, a descoberta sexual e, principalmente, a descoberta de si. O romance gerou em mim uma identificação tão grande que também me senti descoberto, em todos os sentidos da palavra.
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eclipsedocometa 13/11/2023

Que livro sensacional. Parece que o caio fernando abreu ficou me observando antes de escrever. Queria ler mais, muito muito mais desse livro.
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Pedro Matias 25/05/2023

Caio aos 19 levanto sabe-se lá quando
Maurício está no limiar entre adolescência e vida adulta e não consegue se sentir ele mesmo, já que ele não sabe ainda quem é. A partir de memórias e páginas de diário, fazemos a investigação desse personagem, sobretudo de seu medo de ser só.

Considerando que foi escrito por Caio Fernando Abreu aos 19 anos, é uma obra bastante impressionante. Merece ser lida.
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Biblioteca Álvaro Guerra 10/05/2023

Limite branco foi o primeiro romance escrito por Caio Fernando Abreu. Nessa obra, é estabelecida uma relação entre a mudança de cidade e a passagem de tempo para o protagonista. A passagem da infância para a adolescência está relacionada com a mudança de Passo da Guanxuma para Porto Alegre. A ruptura com a cidade pequena, associada ao abandono do ambiente familiar, permite o ingresso em outra atmosfera, menos ingênua e, pretensamente, adulta marcada pela ida para a cidade grande. A idade adulta, assim, está vinculada ao ingresso na grande metrópole: o Rio de Janeiro, destacando mais uma fase de amadurecimento do protagonista. Nesse trabalho, abordou-se a questão do estrangeiro, daquele que se desloca de um lugar para outro e que apresenta dificuldades para adaptar-se ao novo espaço, e a representação que a cidade de Passo da Guanxuma assume no romance analisado, enquanto cidade pequena associada à infância.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559212262
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Bruna 09/05/2023

Limite Branco
Gosto muito da escrita do Caio, mas infelizmente não me conectei muito com essas história.
Minhas partes favoritas eram os capítulos do diário, que aí sim consegui sentir muitas coisas.
Uma leitura agradável.
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Luan Araújo 03/11/2022

Caio para jovens
Leio Caio desde minha adolescência, embora Limite Branco não tenha sido contemplado nesse período. Apesar de ser um romance de estreia, é visível os traços que o autor mais tarde levaria para sua escrita: reflexões, melancolia, não pertencimento - características e momentos que exalam na fase mais jovial de nossas vidas.

Embora muito bem escrito para um jovem autor, a história é um espelho da imaturidade, revolta e da ansiedade pueril, ou seja, difícil cativar o público adulto. Esse é um dos livros que gostaria de ter lido quando mais novo.

Índico a leitura sem criar grandes expectativas.
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Tiago 03/09/2022

À espera de um desejo, nem que seja o desejo de ouvir o tic tac de um relógio.
Um dia se é criança; outro, alguém paralisado diante da vida, deitado e imóvel, sem forças ou impulsos. Assim está Caio no primeiro capítulo, imerso em um vazio sem precedentes, a espera de um desejo, nem que seja o desejo de ouvir o tic tac de um relógio.

A vida assusta. A vida deixa de ser uma brincadeira e se apresenta com toda a sua dureza. As marcas, as lágrimas, as obrigações, contradições, medos, angústias. Entre a nova vida e antiga, um limite. Um limite branco onde não se enxerga muita coisa.

Desejos confusos e escassos, medos atrozes e dores antigas se ressignificam. Tudo se torna catastrófico e a vida, grande demais para um menino carregar. Tantas inquietações não poderiam deixar Caio em paz. E é nos meandros e voltas destas que a narrativa acontece. Passado, presente e futuro se cruzam, se misturam entre reminiscências, previsões, desejos, projeções.

O tom de Limite Branco nos faz retornar à nossa própria adolescência, às nossas próprias questões, à nossa própria passagem de um mundo infantil a um mundo grande demais para caber no nosso colo.

Caio Fernando Abreu, em seu primeiro romance, apresenta magistralmente sua capacidade de simbolizar em tantas palavras os horrores que podem acontecer em um segundo.

ABREU, C. F. Limite Branco. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
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@thereader2408 08/08/2022

A jornada de Maurício para o doloroso mundo dos adultos
Se estivesse vivo o escritor Caio Fernando Abreu teria hoje 73 anos, infelizmente o autor morreu em 1996, aos 47 anos deixando um legado de obras premiadas e atemporais. Começou sua vida na literatura muito cedo, em 1966 publicou o conto “O príncipe sapo” e com 18 anos, em 1971, esreveu seu primeiro romance: “Limite Branco”. Suas inspirações são evidentes em sua escrita: Hilda Hilst, Clarice Lispector, Gabriel García Márquez e Julio Cortázar.

Caio apresenta uma linguagem simples, fluida e pouco convencional e escreveu contos, crônicas, romances, novelas, poemas, literatura infantil, peças teatrais, cartas, crítica literária, etc., sendo que seus contos são seu ponto forte. É a primeira vez que eu leio Caio, e ele é o tipo de autor que você se pergunta: "Porque demorei tanto para te encontrar?" e nada faz mais sentido do que iniciar com o seu primeiro livro.

"Limite Branco" vai além de convencionalismos e desafia o leitor de diferentes faixas etárias e gostos literários. O autor nos introduz a vida de Maurício, o narrador-personagem, que é muito jovem assim como o autor. A história se passa no final da década de 1960 e aborda a adolescência e o amadurecimento de Maurício, é como se fosse um adeus a essa fase da vida, tanto do autor quanto do personagem, e por ser baseado nas vivências do Caio o enredo é tão esteticamente bonito.

Há duas vozes que alternam o foco narrativo apresentando pontos de vistas diferentes, mas que se completam: Há um narrador onisciente que conta a vida do Maurício em alguns flashbacks e também há no início dos capítulos entradas do diário do protagonista focando no tempo presente apontando suas angústias, medos, carências, início da puberdade, a descoberta da sua sexualidade e alterações de humor. Assim conheceremos Maurício e as mudanças externas e internas pelas quais ele vai passar, conhecemos também os outros personagens relacionados a vida do rapaz.

Uma coisa interessante do livro é que vemos a formação do Maurício e passagem deste para vida adulta, ao mesmo tempo que vemos também nascer um novo autor Caio F Abreu que hoje sabemos que é um nome de grande importância para nossa literatura.

@thereader2408
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Bárbara 27/05/2022

Pequena companhia na solidão
"E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim" (p.71)

Sobre o amargo que é crescer, ser e se tornar. Não sei bem o que dizer sobre o livro, porque parece uma leitura das minhas próprias angústias, como se o livro me lesse, e não o contrário. Decerto, é de uma crueza fantástica e infantil maturidade marcantes, esse jeito melancólico que o Caio tem de narrar a vida, como se tudo fosse tragédia, até as maravilhas - como se tudo chorasse. Envolve-me por ter muito do olhar que coloco sobre tudo, ainda que eu me sinta mais gentil do que o Maurício agora. Mas lembro-me da minha adolescência que ardia e o desconsolo por me achar só e tão distante de todos por estranhismo de espírito.

E essa solidão que se arrasta e escorre como a mancha de vinho na toalha da mesa, que reluta em se espalhar, mas o faz paulatinamente. Esse desejo que dói na pele de um carinho nos cabelos, um alguém para nos olhar e ver e nos sorrir e presenciar - essa frustração solitária que assola o narrador e a raiva de se ver tão desejante de autencidade e tão enjoado dos lugares-comuns, das pessoas que são lugares-comuns e daquelas que aceitam serem comodismo diante de si e da vida. Essa busca por se conectar pelo profundo e a dor de ter que ficar na superficialidade: solidão molhada e insípida.

Sinto-me feliz por ter sido encontrada por este livro. Por um momento, Caio, me senti menos e mais sozinha lendo os diários de Maurício. Menos porque me senti compreendida e mais porque, ao terminar, tive que fechar o livro. Na busca por se definir, o narrador narrou um pouco de mim e me levou ao encontro de uma definição em que me caiba por um momento. Parece até que ele veio até mim, lá na estante do sebo, fora da ordem alfabética, esperando. Ou talvez eu só goste de pensar assim. Meu companheiro de viagem.

E acho que terminarei assim mesmo, sem dar de fato para o texto um fim.
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Sandra.Pogalski 11/06/2021

Da infância até a adolescência Caio nos enreda em sua palpável angústia e dúvida sobre a vida. Muito intimista. ??
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