A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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brunohitchhiker 24/03/2024

Clarice é como uma linguagem inventada para traduzir o que sinto ? quando muitas vezes nem eu mesmo sei o que digo? ela é minha melhor intérprete, que sabe decodificar até os meus mais complexos silêncios.

Nela, eu me encontro. Sinto como se eu estivesse em casa? e esse livro é o meu cômodo predileto. Em minha individualidade, tive uma das melhores experiências literárias até este momento de minha existência.

Onde quer que você esteja, Clarice, receba minha gratidão por me embriagar com sua empatia, com o seu entendimento e por me fazer pertencer, principalmente quando o mundo me olha torto ao tentar explicar o que é existir, para mim.

?A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então adoro.?
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CarolCaliopio 22/03/2024

?A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então adoro?
Sem dúvidas é o livro mais complexo da Clarice pra mim, uma vez que diante da enxurrada de reflexões e emoções de G.H., foi difícil me manter conectada a leitura em todos os momentos. Mas aí está a beleza do livro. Se eu me perdia nos devaneios da personagem, virava a página e me deparava com um trecho que falava alto comigo. E houve gritos, houve risos, houve nojo? impossível não ser um pouco transformada (ou transtornada) por esse livro.
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Caroline.Morgue 19/03/2024

Sem alma formada.
Vi que o livro vai ter uma adaptação para o cinema com a maravilhosa Maria Fernanda Cândido e por isso resolvi ler. Achei super audacioso e tô beeeem curiosa pra vê o que vai sair disso aí, levando em conta que achei o livro um tanto quanto abstrato.
Clarice diz que o livro é pra todos, mas que desejava que fosse lido por pessoas de alma formada. Fiquei pensando se tenho a alma já formada. Infelizmente acredito que não fiz uma boa escolha pra introduzir a Clarice nas minhas leituras. Mais profundo do que eu consegui acompanhar. Mas não deixa de ser uma grande obra. Vou reler depois.
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Neylane Naually 19/03/2024

"Minha luta primária pela vida"
Não é fácil se deparar com a matéria inumana de uma barata e a partir disso fazer o impossível (comer a barata, o "antipecado") enquanto passa por um processo de epifania, ainda mais difícil é escrever isso e mais difícil ainda é ler sem criar uma barreira entre o que está escrito e o leitor, talvez seja por isso que Clarice pede que A paixão segundo G. H. seja lido apenas por pessoas com "alma já formada".

G. H. tem uma boa vida e mora em uma cobertura no Rio de Janeiro. Um dia qualquer ela decide ir limpar o quarto da recém demitida empregada, mas se depara com um quarto já limpo e com desenhos estranhos na parede, feitos de carvão. Enquanto olha o quarto, ela se encontra com uma barata e o choque instantâneo desse momento faz com que ela esmague a barata com a porta do guarda roupa. Aí nós começamos a descer para o "inferno de vida crua".

Enquanto vê a barata morrendo, G. H. descobre um império. "Como chamar de outro modo aquilo horrível e cru, matéria-prima e plasma seco, que ali estava, enquanto eu recuava para dentro de mim em náusea seca, eu caindo séculos e séculos dentro de uma lama - era lama, e nem sequer lama já seca mas lama ainda úmida e ainda viva, era uma lama onde se remexiam com lentidão insuportável as raízes de minha identidade."

Ler uma página de Clarice equivale a 10 páginas de um livro comum, não pela dificuldade, mas pelo peso de quem conhece intimamente as palavras. E nesse livro ela usa esse conhecimento com maestria, mais uma vez. São menos de 200 páginas que contam a história de toda a existência, partindo do estopim de encontrar/matar/comer uma barata, de se deparar com a existência significativa da empregada demitida e com o "golpe da graça, que se chama paixão."

Enquanto lia até me questionei se eu estava devorando o livro ou se o livro estava me devorando. Os devaneios de G. H. nos levam por um labirinto de perguntas onde temos a respostas mas não sabemos exatamente de qual pergunta é essa resposta, só resta a esperança. Gostei muito da leitura.
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Lis 18/03/2024

Tsunami Clariceano
Por várias vezes me peguei refletindo acerca de mim, do mundo e de mim no mundo.
A dor no estômago também se fez presente? a riqueza de detalhes que Clarice traz é profunda.
Não é o meu livro preferido da autora, mas valeu demais a leitura.
A cada livro de Lispector, um novo tsunami de emoções toma conta de mim.
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Maria 17/03/2024

Primeira coisa que leio da Clarice. Ela atende a fama de "complicada". Não achei a linguagem complicada, mas isso porque sou uma pessoa com certo letramento e nível de escolaridade, mas definitivamente tem uma construção narrativa e uso de palavras que podem sim ser um pouco complexos se lidos de maneira desleixada. Vi que vai ter uma adaptação desse livro, estou curiosa para saber como vai ficar. Porque o livro pareceu BEM abstrato para mim, acompanhamos ali um tempo psicológico na cabeça da G.H. que é uma grande viagem, ela traz tantas reflexões e questões que eu tive que ler por partes para não ficar perdida ou sem entender. Aí ficamos entre os pensamentos dele e o momento ali da barata, que chega até a ser engraçado. Acho que esse livro exige um tempo pra ser digerido, porque ele é como algo que você precisa sentir para entender e não sei consegui sentir muita coisa... Talvez seja por isso que não gostei tanto assim.
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Tico Menezes 17/03/2024

"O divino para mim é o real"
Ah, Clarice... Você tem se tornado uma figura mais importante na minha vida com o passar dos anos. Antigamente era só um nome na aula de português, uma pontada de curiosidade num trecho lido na internet, uma mulher idolatrada que, em minha imaturidade literária, eu sonhava em entender o porquê. Hoje, é um dos nomes que mais me interessam nesse universo. Sua existência complexa e as marcas indeléveis deixadas em seus contemporâneos me fazem querer te ler, te estudar, aprender com sua eternidade. No meu eterno ler, o farei calmamente.

O que nos traz a essa pedrada que é A Paixão Segundo G.H. Uma reflexão dolorosamente honesta sobre existir numa sociedade repleta de opressões e expectativas. Os capítulos, embora curtos, são profundos, convidam a pensar sobre diversos temas, constroem G.H. como alguém que não aguenta mais ser humano e quer mais sendo menos. Mas o que é esse mais? E o que é esse menos? E quem vai decidir o que é o quê?

Numa entrevista para a TV Cultura em 1977, Clarice diz que um professor de português a abordou dizendo que leu quatro vezes esse livro e não sabia dizer sobre o que se tratava, no dia seguinte, uma jovem de 17 anos a abordou e disse que esse era o seu livro de cabeceira. Para mim, isso é A Paixão Segundo G.H. A subjetividade, a crise da incompreensão, a dor da compreensão, o amor pela literatura, a rejeição do proselitismo, o fascínio pelo que fazemos birra para entender e talvez nunca entendamos, a incerteza de compartilhar trechos e pensamentos com os quais nos identificamos sem saber se alguém mais vai entender como entendemos.

Seria ótimo poder dizer que é um livro sobre uma mulher que passa a refletir sobre sua vida após ver uma barata. Me faria dividir esse livro com muito mais gente. Mas é tão, tão mais, que simples recomendações não fazem jus. É preciso ter vivido essa leitura. É preciso deixar que ela te encontre. É preciso deixar que ela te viva.
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Juliana 15/03/2024

"Que sabia eu daquilo que obviamente viam em mim? como saberia se eu andava ou não com a barriga encostada na poeira do chão. A verdade não tem testemunha? ser é não saber? Se a pessoa não olha e não vê, mesmo assim a verdade existe? A verdade que não se
Esse livro tem todos os elementos clássicos de um livro da clarice, mas é diferente de todos os outros que já li dela. e eu te entendo g.h., eu tbm seria mais feliz se não pensasse

ps1: esse livro é exatamente o que a lila sempre quis dizer com desmarginação!!!!! rip raffaella cerullo vc amaria clarice lispector
ps2: difícil imaginar a adaptação desse livro kkkk
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Max 15/03/2024

Clarice? Não entendo tudo, mas amo!
Este é sem dúvida o melhor livro que li de minha eterna "crush".
Aqui a autora, em minha humilde opinião, alcança o ápice de sua capacidade provocativa acerca do humano. Sua ardilosa técnica de ir de mansinho, quase carinhosamente, levando-nos da mansidão ao desespero sem sentir...
Sua escrita cheia de aforismos, quase poesia, contendo um reunido de indagações puramente Kafkanianas, Drummondianas, Dostoievskinianas, ufa...
E de onde vem tudo isso?
Da cabeça de uma mulher, uma mulher como só o é Clarice Lispector!
Super recomendo!
Regis 15/03/2024minha estante
Que resenha instigante, Max! ????


Léo 15/03/2024minha estante
Adorei a resenha, Max, coloquei o livro na lista. Rsrs ?
Estou lendo um livro de contos dela e estou encantado pelo jeito que ela escreve...


Max 15/03/2024minha estante
Obrigado, querida Régis! ?
Culpa da Clarice! ?


Max 15/03/2024minha estante
Obrigado, amigo Léo!


Mel 16/03/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Max!! Sua escrita é divina, querido!! ?


Max 16/03/2024minha estante
Obrigado, Mel, pela generosidade! ?


priscyla.bellini2023 18/03/2024minha estante
Preciso ler, também amo dona Clarice. ?


Fabio.Nunes 19/03/2024minha estante
Clarice é incrível Max! Só li a hora da estrela e fiquei embasbacado. Agora com essa dica sua aí, já tô correndo atrás.




Maristela 13/03/2024

A POSSÍVEIS LEITORES
Este livro é como um livro qualquer.
Mas eu ficaria contente se fosse lido apenas
por pessoas de alma já formada.
Aquelas que sabem que a aproximação, do que quer que seja, se faz gradualmente e penosamente - atravessando inclusive o oposto daquilo que se vai aproximar.
Aquelas pessoas que, só elas, entenderão bem devagar que este livro
nada tira de ninguém.
A mim, por exemplo, o personagem G.H. foi dando pouco a pouco uma alegria dificil;
mas chama-se alegria.
C. L.
Página 05
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Erick 13/03/2024

Ah! A Clarice?
Como comentar qualquer coisa escrita por essa mulher? Ela consegue transformar situações simples em grandes reflexões. ?A Paixão Segundo G.H.? foi meu primeiro livro dela. Estou ansioso pelo que me aguarda em suas outras obras!
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Hegon Tavares 13/03/2024

Body Horror
Se um dia os extraterrestres vierem à Terra e perguntarem o que é a palavra "sentimento", que nós seres humanos falamos tanto; esse livro deve ser dado.
Esse livro deve ser lido quase que como um monólogo por dia. Pois você passa por ele e sua mente tenta filosofar junto com o que foi dito. Mas se você passar, você entrará na outra viagem.

Incrível, nós não sabemos nada sobre nós mesmos. E meu sentimento ao término é de tristeza. Pois eu jamais absorverei o que esse livro tem para me dar.
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Ringdingdong 12/03/2024

Tava chapadona
Não sei o que Clarice tomou para escrever esse livro, só sei que foi forte. Cheguei a conclusão que minha alma já não deve ser formada pois não cheguei a verdadeiramente compreender certas partes do livro. Talvez um dia eu releeia e perceba o que hoje não consegui.
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hemily 11/03/2024

? A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então adoro
Clarice não é resenhável.
Clarice não é resenhável, o sentimento em carne-nua exposto em 'a paixão segundo G.H' se torna algo amplo e comprimido ao mesmo minuto.
Nessa obra, G.H, (alguns teorizam como siglas para um conceito generalizado de 'Gênero Humano')é uma socialite que, após a demissão de sua empregada, é mergulhada em um nó sem fins da percepção de sua própria existência e lugar no universo.
Toda a questão envolvida na insignificância humana e todos os seus meios de insignificância são talvez os pontos altos do livro, afinal, quem nos deu o direito a sentirmos nojo de baratas? Quando as reais pragas somos nós.
Com um ótimo repertório cultural-científico, Clarice não é humilde em metáforas, concepções e percepções que moldam nossa leitura ao longo do romance. 

É um livro arrastado, porém inteligentíssimo.
Leiam Clarice Lispector!
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