Zoray 22/01/2024
Confuso e Profundo
A Paixão Segundo G.H. é... confuso.
Uma sucessão de hipérboles, mesclada à uma outra sucessão de devaneios tão prolixo quanto a própria mente pode ser, ironicamente, faz sentido com toda a ideia da obra.
Ao passo em que tudo o que é dito se faz desnecessário, à primeira vista, se mostra crucial para a construção de uma personagem que pode, ou tenta, ser qualquer um.
Ao mesmo tempo, em um segundo olhar, a medida em que o desenrolar de seus devaneios se exprimem um sobre o outro, conseguimos deslumbrar o que poderia ser essa figura.
No fim, tudo se faz profundo, mesmo que confuso. No fim, a confusão deliberada se afunda em profundidade.
Leitura não habitual.
Definitivamente não é algo a se ofertar para quem queria começar nesse mundo. Mas vale a leitura para quem busca sentido em algo tão desbaratinado.