nivylarue 08/04/2024
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A protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação. G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio. A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem.
Como poderia eu, uma mera mortal sem entendimento de nada, alegar qualquer coisa sobre essa obra? Eu não poderia.
Não sabia muito sobre o livro e muito menos sobre como funcionava a escrita de Clarice Lispector, mas podia imaginar coisas que iria me deparar em suas obras, mas nem os meus pensamentos mais profundos e mórbidos seriam capaz de chegar a grandiosidade de reflexões viscerais que são os livros dessa mulher.
Não se pode ler Clarice Lispector, pois suas palavras não iram lhe entregar as respostas da reflexão da vida ou as resoluções para qualquer coisa. Você necessita sentir suas palavras, pois é isso que Clarice faz.
A paixão segundo G.H apenas vai te causar mais questionamentos e devaneios. O livro é esplêndido e esta alem de uma compreensão ou interpretação textual. Não se da para ter uma mísera perspectiva do que Clarice quis dizer com esse livro.
A perspectiva sofrida sobre a morte foi algo que mais me encantou. A dificuldade da aceitação de algo que estamos todos destinados. Esse livro me arrancou as palavras de uma forma impressionante. Eu não seria capaz de descreve-lo.