A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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Vinicius 24/04/2022

Quando a máscara cai
Um dos livros mais conhecidos de Clarice e com o qual só agora pude ter contato. Foi uma leitura desafiante e entendo a infinidade de opiniões diversas sobre ela. O tom se mantém ao longo da narrativa, então caso sinta nas primeiras páginas que não é o momento dessa leitura, deixe-a de lado, pois o fluxo de pensamentos permanece e se densifica.

Acredito que as interpretações dessa leitura serão muito pessoais. Lendo o posfácio da edição me parecia um comentário sobre outro livro, diferente das minhas percepções. Mas acho que essa é uma das belezas de um livro assim enigmático.

Caso não queira saber dos temas tratados, sugiro que pare a leitura aqui. Não é spoiler, mas é difícil não comentar sobre o livro sem levantar alguns desses pontos.

Me surpreendi bastante com o fato de Clarice trazer muitos conceitos da cosmologia hindu/budista/tântrica. G. H., a narradora, levanta questões sobre mindfulness, vacuidade, desejo e ego. A partir de um insight começa a questionar o modo como viveu até então e a enxergar de outros ângulos a experiência humana, o amor e a divindade.

G. H. se abre para o mundo de sutilezas da neutralidade/equanimidade e se permite expandir para além das barreiras da pele. Ao perceber isso ela não se aproxima da experiência da morte, e sim da experiência da vida. Deixando de se buscar o Sagrado, percebe que sempre O foi.

Um livro para reler inúmeras vezes e ter novos insights a cada leitura.
Cleo 25/04/2022minha estante
Tive minha primeira experiência com as obras dela através desse livro, não consegui entender, ficou tudo muito confuso pra mim, já de início sabia que não ia ser fácil, mas tbm não imaginava que fosse tão difícil kk mas comprei essa edição e creio que dá próxima vez que for ler ele novamente, já vou conseguir começar a entender.


Vinicius 29/04/2022minha estante
Oi Cleo! Eu li pouco de Clarice, mas este foi de longe o mais desafiador. E é impossível absorver tudo. Em alguns momentos simplesmente não entendemos rsrs. Mas, sem problemas, existem os textos de apoio e as releituras. Acho que vale lermos os vários trabalhos de monografia e afins, disponíveis por aí na rede. Ao menos nos dá uma possível interpretação. Acredito que são inúmeras! ?




sam | @msamlima 24/09/2020

Um mundo todo vivo tem a força de um inferno!
Demorei muito pra me render a Clarice e que bom que eu me rendi!
"O amor segundo G.H" penetra na alma e nos faz questionar tudo.
Nas primeiras páginas, briguei, xinguei e senti raiva da personagem. Depois então eu mergulhei nela.
E eu, que tenho dificuldade com a profundeza do subjetivo e preciso exercitar a paciência sobre tudo que não se consegue ver, engoli essa narrativa com dificuldade. Foi seca, foi dura, me levou pra lugares que eu queria negar que eu precisava estar. E foi linda!
Ler Clarice é uma experiência. É questionar o viver. É encantamento e dor.
Igual a vida. Vale a pena.
Geórgia 24/09/2020minha estante
Amei tua resenha! GH me fez sentir muito também, Clarice tem isso de fazer a gente se olhar e questionar mesmo, acho incrível.




Marih 24/03/2024

A paixão Segundo G.H: um mergulho na própria essência
Clarice sempre foi conhecida pela densidade de seus debates e a poética de seu discurso, neste livro não poderia ser diferente. Nele a autora lança mão, não só de recursos expressivos que conferem mais profundidade na mensagem, mas também, de modo "velado", remete a teorias psicanalíticas, às perspectivas de outros literatos e, ainda, insere passagens bíblicas como suporte de suas reflexões.
G.H entra em conflito consigo pelo fato de estar no mundo como espelho do que os outros propõem e ela acolhe e, nesse sentido, é como se a existência escapasse de suas mãos, pois entende-se a partir do que percebem nela, a partir do seu ofício e não considera o que realmente é. Ela não sabe quem é. Perde-se na construção do que imagina ser, permeada pela visão do outro, por isso.
Contudo, quando emerge a paíxão (que na minha visão pode remeterà questão do sentimento amoroso, ao laço, mas principalmente à Paixão de Cristo, a nossa própria danação, escancarada a realidade como é - o sofrimento - os dias finais da personagem), pois é o momento em que, angustiada, despoja da ideia de ser e desaparece. Na visão do eu-lírico para ser é preciso aglutinar-se, despersonalizar-se, algo que rememora muito a visão oriental de ascensão espiritual, isso porque só seria possível sair da samsara (roda kármica do sofrimento) se compreendessémos que somos parte de um todo e deixássemos os desconfortos serem assistidos por nós e não vivenciados de maneira profunda, assim nos tornaríamos unívocos, seríamos o mundo.
"Como eu poderia dizer sem que a palavra mentisse para mim?" , G.H ressalta, ainda, que a linguagem não consegue traduzir quem somos, porque nós mesmos a ficcionalizamos, para suportar a existência; buscamos o sentido no conteúdo imagético-social e não na perspectiva de universialização do eu, devido a isso incorremos em sofrimento, pelo fato de não perceber a força do agora e que somos uma parte de um todo.G.H não compreendia que era parte de um todo e, justamente por isso, acreditava que era o que diziam os outros.
No momento em que a "patroa" entra em contato com o lugar do "subalterno" - que fala , indiretamente - aquele lugar visto como sujo e inferior, dentro de uma casa ordenadamente pensada, a faz entender o que é o nada . Reflete não só sobre a condição de sua funcionária que a havia deixado, mas também sobre sua própria condição, enquanto indivíduo. Ali a danação acontece. Ela reconhece sua ignorância . O seu medo de ir para a vida e sustentar o eterno vir-a-ser a paralizou diante da própria existência e ela só consegue se aproximar mais da ideia do que é viver quando se dispõe a romper o invólucro de si, de todas que vieram antes dela, pois ela representaria o todo. "Toda mulher é a mulher de todas as mulheres". O livro é um mergulho não só nos conflitos existenciais da personagem, mas nos nossos próprios. Indico fortemente este mergulho na essência.
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vsamia 05/03/2023

A paixão segundo G.H.
Esse foi o primeiro livro que li da Clarice Lispector e não gostei, achei a história muito cansativa e arrastada, acredito que não li ele em um bom momento. Quero dar outra chance a ela, pois durante a história tiveram algumas frases e reflexões que me impactaram muito. Mas analisando o livro ao todo não foi algo que me agradou.
anaartnic 05/03/2023minha estante
Acho que o melhor para começar ler Clarice é a Hora da Estrela ou A aprendizagem. Esse é bem cansativo pra quem não está acostumado com o estilo dela




rebeccavs 28/02/2020

“Não se entende Clarice, sente-se Clarice”
Convém ressaltar que não li Clarice com o intuito de entendê-la, mas de senti-la e reconhecer a símile entre seus pensamentos e os meus.

Clarice Lispector traz em “A paixão segundo G. H.”, considerada sua Magnum Opus, o questionamento do sentido da vida e do amor.

Há, realmente, sentido em ambos? G. H., após dispensar sua empregada, encontra uma barata no quarto e decide experimentá-la. Por que fazer isso? O que há de extraordinário na barata que torne necessário prová-la?

Às vezes, na vida, é preciso experimentarmos certas situações consideradas esdrúxulas para entendermos suas consequências na nossa existência como pessoas.

Ao experimentar a barata, G. H. foi iluminada pelo questionamento sobre vida, morte, dor, amor e outros sentimentos; tornando-se, dessa forma, inefável.
Marlon Hneda 10/12/2020minha estante
adorei!




Sthefany148 10/04/2023

Uma alucinação de Clarice vinda de um mero LSD
Cults de plantão, não me apedrejem. Eu me senti desafiada e enganada; não li. Li mais de cem páginas e não li nada. Os mistérios que eram para me intrigar, me irritaram. A visão da protagonista (Gênese humano?) me enjoava; a vida como uma mera desilusão e uma falta de individualidade que me revolta! Ser humano, meu deus, SER! É sim a voz, É sair para dançar com o vestido azul e ter sua marca. Não é uma construção artificial, é uma construção social de como quer ser visto quando tudo acabar. A ideia de protagonista me irritou, a ação com a empregada me irritou, a viajem ?divina? me irritou. Não sei c fora essa a intenção, mas o livro não me impactou de forma positiva.
CrisIngrid 19/04/2023minha estante
Mas te impactou. E a intenção era essa, creio. Gostei de como tudo te irritou. Me pareceram bem sinceros seus sentimentos. Comecei a ler esse livro hoje. Vamos ver qual será a performance dele comigo.




DIRCE 04/04/2021

Um livro para ler, sentir , reler e reler
Como fui arrogante e presunçosa, quando fiz, há tempos, a leitura desse livro. Na ocasião, achei que havia entendido esse profundo monólogo Interior, despertado por 3 gravuras na parede de um quarto vazio, uma empregada despedida e uma barata prensada no armário.
Um livro no qual as palavras soam pesadas , sofridas, contundentes, carregadas de melancolia e com uma beleza de tirar o folego.
À visão da barata esmagada se soma a um mundo cheio de chagas, de sonhos , de solidão e de questionamentos que a existência teima em provocar.
Com certeza, não entendi quase nada da vastidão contida nessa obra tão ímpar, mas como a Clarice mesma disse algures: ”Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca!” E "A paixão Segundo G.H" tocou-me sobremaneira. E mais: Não foi Kafka quem disse quem disse que um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós? Pois é, então: A Paixão segundo G.H é como um “torpedo que quebra um iceberg “ e nos faz mergulhar profundamente nessa obra tão perturbadora, e que ,ao emergir , constatamos que não foi possível absorver tudo o que ela nos oferece. Faz-se necessário releitura e muitas mais releituras e ,talvez ,dessa forma, possamos dialogar com a G.H sem constrangimento , sem aquela "pulguinha atrás da orelha" que insiste e persiste em se fazer presente.


Caio.Bonazzi 05/04/2021minha estante
Adorei a resenha. Concordo com sua opiniao sobre o livro, e apesar de ter lido apenas uma vez ja me causou um impacto muito grande. Acredito que a releitura deve ser ainda mais recompensadora!




Ricardo256 16/05/2022

Primeira releitura da vida
Adorei reler este livro e observar várias coisas que eu não havia notado quando li pela primeira vez. Realmente a Clarice insere inúmeras referências bíblicas neste livro, a começar pelo título da obra. É um livro com enredo simples mas o diferencial está quando a Clarice expõe nas linhas do romance, indagações que fazem você refletir em diversas questões. Muito bom! ?
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Nath 14/06/2022

"Somos livres, e este é o inferno."
O mergulho mais profundo nas entranhas de Clarice Lispector.. Esse livro é uma verdadeira catarse humana em busca dos mistérios da Criação suprema (e criação com C maiúsculo!) ,da vida, do universo, do ser e do não ser!..

Provavelmente o leitor não entenderá Nada, mas compreenderá Tudo, mesmo que inconscientemente.

A Protagonista G.H, de tanto passar a vida não sendo, como toda a humanidade, acabou através de uma "simples" barata encontrando a Paixão (com P maiúsculo!), A Paixão de GH é a Paixão de Cristo, a Paixão do neutro, do núcleo, da vida humana.

E para enxergar a essa catártica Paixão (a mesma que Cristo e todos outros homens santificados por outros homens), G.H teve que ingerir e comer a barata, como se ingerisse o núcleo da vida e da morte.

".. E já que vivê-la é a nossa paixão. A condição humana é a paixão de Cristo! (?) A trajetória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crúcis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega se experimento o poder de construir.." - Pág.177

Como a própria Clarice enfatiza em uma carta aberta do prefácio dessa edição a possíveis leitores que queiram se aventurar nessa catártica jornada: esse é um livro para leitores com a ALMA JÁ FORMADA.

Mas não se preocupe leitor!

A todo momento dessa tortuosa catarse da G.H, a autora pede a mão do leitor para que juntos, de mãos dadas, ambos passem por todos os núcleos do inferno e da Terra; em busca do neutro da criação, da Paixão de Cristo, da Paixão segundo de G.H.

"? Ouve, por eu ter mergulhado no abismo é que estou começando a amar o abismo de que sou feita. A identidade pode ser perigosa por causa do intenso prazer que se tornasse apenas o prazer." - Pág. 146

Um livro que demandará releituras para o resto do vida de todos os que se aventurarem a ler, pois a cada releitura se extrairá uma nova nuance que a autora quis passar para momentos diversos da vida.

Com isso quero dizer que eu não consegui extrair nem um decimo dos ensinamentos catárticos dos relatos da G.H, mas foi exatamente isso o que a autora quis passar.

" .. Entrego-me com a confiança de pertencer ao desconhecido. Pois só posso rezar ao que conheço. E só posso amar a evidência desconhecida das coisas, e só posso me agregar ao que desconheço. Só esta é que é a entrega real. (..) A vida se me é, e eu não entendo o que digo. E então eu adoro. ____" - Pág. 181
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LariLeitão 05/06/2021

Difícil
Uma linguagem muito rebuscada com construções difíceis de entender em alguns dos capítulos que torna a leitura em alguns momentos massacre mas, no geral, a estória é interessante !
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LetíciaPeruzzi 28/03/2024

Ainda perplexa e reflexiva com Clarice
Uma obra desafiadora e até complexa para alguns, que trata sobre autoconhecimento e despersonalização, sobre a condição humana, o viver e o divino.
É uma narração de observação que te traz a chance de questionar diversas questões pertinentes sobre si e o outro.
Clarice é uma experiência única e inexplicável, que cabe a cada um individualmente, sentir. Conheço pessoas que não gostaram desse livro e quando questiono o motivo dizem não ter entendido, achado estranho, sem sentido. Como a própria Clarice já disse, "Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido"
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".
Craotchky 28/03/2024minha estante
Autoconhecimento e despersonalização: dois termos muito pertinentes para tentar se aproximar de descrever esse livro.
E a própria última frase da Clarice que você traz é bastante certeira também.




Diana 22/10/2021

Não é para entender, é para sentir
Terminei essa obra da Clarice e fui procurar resenhas pra entender melhor a história. Entender quem é a barata, quem é G.H. e o que significa a epifania da personagem que narra a história. Porém, descobri que a própria autora afirma: as histórias de Clarice não são para entender, mas para sentir. E eu senti muito! Senti nojo, senti aversão, senti carinho e tive minhas pequenas epifanias em frases que fizeram muito sentido para mim.
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Kari 10/03/2024

Quem diria que uma barata ia servir de tanta inspiração
"E solidão é não precisar. Não precisar deixa um homem muito só, todo só."

Aí Clarice, Clarice ???

Acho que sempre vou ter essa sensação de incapacidade de fazer uma resenha decente sobre algum livro de uma das melhores representações de nós mulheres sozinhas, transtornadas, complexas e peculiares.

Uma barata levou Clarice a uma viagem mental única e com um potencial lindo de causar uma crise existencial memorável. Ela fala sobre a paixão X amor e principalmente sobre se perder diante desses sentimentos intensos e tão comuns.

Ler Clarice é um convite para se redescobrir a cada uma página virada, é como se você tivesse conversando com uma amiga, aquela que lhe diz todas as verdades que você não estava pronta para ouvir mas precisava. E agora, é impossível você continuar sendo a mesma pessoa depois disso.
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Lacerda 24/03/2023

Eu acho tão belo a forma poética em que a Clarice desenvolve em todos os seus trabalhos, realmente fiquei contente e fixada em seus versos. Me senti apaixonada novamente pela escrita dela, e sinceramente ter me aprofundado nela só me faz feliz.
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