A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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jessyhehe 19/10/2020

Profundo
Esse livro é simplesmente muito profundo. Eu diria até mesmo que essa obra está mais relacionada a filosofia e a prosa poética. Ou seja, se você procura uma leitura fluída, fácil e compreensível não leia rsrsrs.
Mas se vc quer se aventura em uma leitura que é um mar de metáforas e se aprofundar nas filosofias da vida então leia que vc vai gostar. :)
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Aninha 25/07/2021

O livro é brilhante. Clarice é um gênio, consegue pôr em palavras coisas que nós apenas conseguirmos sentir. E penso em consonância com comentário do ?The New York Times?, que discorre sobre o apurado sexto sentido que essa incrível mulher tem e como ela consegue ressignificar e moldar as palavras a fim de construir narrativas tão profundas.

Acho que todo mundo que já leu Clarice Lispector sabe que não é uma tarefa simples e, para mim, não é diferente. É difícil, principalmente porque ela não escreve histórias e sim sentimentos. Ou seja, não se lê os livros dela, e sim sente-se os livros dela.

O processo em que G.H se encontra nessa história é extremamente complexo, embora a versão da vida que ela busca seja a versão neutra, a versão nada, o inexpressivo, entender (sentir) tudo isso é doloroso. Acho que todo mundo que tem contato com esse livro se desumaniza um pouco junto com a G.H.
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Duda 05/01/2023

Difícil
Esse livro me dividiu bastante, alguns momentos gostei muito (as reflexões e as cenas com a barata), e outras foram muito arrastadas (principalmente as divagações sobre religião). Não é um livro fácil, fluxo de consciência o tempo todo, nunca vi uma escrita assim, realmente bem singular. Me decepcionei um pouco, estava com altas expectativas, acredito que se houvesse mais cenas físicas eu gostaria mais.
- Homem/animal ?
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Natcalheiross 15/04/2023

A paixão segundo G.H
Digo e repito!! Clarice não se lê, se sente. Esse livro foi uma experiência totalmente diferente da leitura de ?um sopro de vida? mas me surpreendeu igualmente.Clarice tem esse dom que não sei explicar, de conseguir nomear as coisas e transmitir uma sensação em apenas palavras escritas, quando comecei o livro e me deparei com a barata e já pensei ?essa louca vai arranjar um jeito de relacionar isso à uma crise existencial?,dito e feito! Clarice conseguiu fazer uma situação totalmente cotidiana se transformar em angústia e reflexões e o mais interessante disso tudo é que ela trouxe essa sensação dela para qualquer pessoa que ler esse livro.
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beckysoul 06/07/2020

A paixão segundo G.H
A paixão segundo G.H foi minha primeira obra da Clarice Lispector e, posso afirmar que, de início, me causou uma certa estranheza o seu modo de escrita. Mas, no decorrer da leitura pude observar o quão magnífica a autora. Não é uma leitura tão fácil para os que não estão acostumados com o seu estilo de narrativa, mas, assim que você compreender que ler Clarice se dá mais pelo sentir do que pelo entender de fato, então poderá reconhecer a grandiosidade deste livro, que, quanto mais relido for mais irá gerar novas sensações ao leitor.
Leiam Clarice! De preferência comecem por livros mais simples, como Laços de família, para a partir daí iniciar os mais complexos como a paixão segundo G.H.
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Thaís 24/11/2023

Leitura difícil, tanto na linguagem, uma vez que Lispector abusa da metáfora, quanto no tema, por desenvolver-se através do processo de redescoberta de G.H. como ser humano. Lispector sugere que seja lido por "pessoas de alma já formada", será melhor aproveitado.

Pode parecer infantil utilizar-se de uma situação cotidiana banal, mas é sabido que são eles que nos inspiram.

"A Paixão Segundo G.H." é inquietante, desconcertante, enojante e ainda assim gratificante. São as histórias que inspiram nossos sentimentos que mais me agrada.

"Se só sabemos muito pouco de Deus, é porque precisamos pouco: só temos Dele o que fatalmente nos basta, só temos de Deus o que cabe em nós."

#bibliotecadoinatel
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Henrique Fendrich 26/11/2020minha estante
Ela degustou "só" o líquido, não foi?


Maria 27/11/2020minha estante
Sim, mas foi o bastante para a "viagem" :p


Maria 27/11/2020minha estante
Mais precisamente, a "massa branca". :p


Henrique Fendrich 27/11/2020minha estante
Antes de ler o livro, eu achava que fosse a barata inteira =p.


Felps / @felpssevero 19/12/2020minha estante
Quando fechei esse livro a minha pergunta foi se eu tinha a alma já formada, já que ele não tinha me tocado em nada, apesar da escrita impecável.




Adriana 19/07/2020

Ler esse livro foi complexo, instigante, intrigante, profundo e reflexivo. Foi como estar em um espaço vazio, frio, aconchegante e sair com outra estrutura. Recomendo o livro!
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Vivian Nakashima 13/08/2021

A Paixão Segundo G.H.
Tentar deslindar Clarice Lispector ou sua obra em apenas um texto seria uma transgressão, um total menosprezo à grandeza da genialidade dessa autora. Em 180 páginas, A Paixão Segundo G.H. delimita a essência da efemeridade humana, da identidade e da formatação da sociedade brasileira; da vida e do ser em si, através de uma premissa aparentemente simples, mas nunca simplória.

A narrativa é contada por G.H., uma mulher na casa dos 50 anos, com uma vida confortável, que vive sozinha em um apartamento no Rio de Janeiro. Prestes a limpar o quarto de sua ex-funcionária doméstica, ela se depara com uma barata, seu maior pavor desde sempre, e num ímpeto de coragem, ela a mata. A visão da barata morta lhe rende uma série de epifanias - muito presentes nas obras de Clarice - sobre os mais variados temas, que transitam entre a fugacidade da vida, o racismo estrutural, o aborto, Deus, o mal, a liberdade, dentre outros. Dessa forma, a história se desenvolve através da perspectiva de G.H., de maneira desordenada, intensa e melancólica até o final.

Assim como G.H. atinge uma transformação muito nítida entre o início e o fim, ler suas epifanias foi um divisor de águas para mim. Cada palavra é tão carregada de sensibilidade e destreza que parece transbordar, e a breve jornada de autoconhecimento da protagonista me instigou a fazer o mesmo; pensar, refletir, divagar e sentir junto com ela, como se estivéssemos conectadas. Tentar colocar a avalanche de sentimentos que o livro me provocou em palavras parece até impossível, e se eu fosse, provavelmente passaria horas escrevendo. Particularmente, ele roubou meu coração de uma tal forma que agora, o considero meu livro favorito. O único aspecto que me deixaria receosa em recomendar essa leitura, é que por ter fluxos de consciência sucessivos, ela pode se tornar enfadonha para alguns leitores, mas nesse caso, ler aos poucos é uma boa solução.

Lançado em 1964, o livro é uma busca incessante pelo ?eu?, pelo ?nós? e por Deus, que traz à tona um paradoxo entre o que se pode descrever e o que não se pode, que só uma obra tão humana poderia. De uma atemporalidade que queima, e por trazer questões tão inatas a nós - seres humanos - é uma leitura capaz de encantar qualquer pessoa.
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Bruno Henrique 25/09/2022

Catarse, Potência. Um grande processo alquímico.
Primeira vez que li Clarice, comecei por este. Não tinha que ser outro, nem tinha que ser antes.

"Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo, e não sei como falar."

Numa análise totalmente pessoal: um livro que trata sobre a angústia do enfrentamento do vazio e também do difícil processo de transmutação.

"Embaraçada numa teia de vazios num quarto sem começo e sem fim."

A empregada desempenhando seu papel como uma intimação da sombra, obrigando G.H. a entrar no quarto organizado e iluminado. Um quarto onde se joga a bagunça que quer esconder, um depósito de coisas, mas que também é local onde se abriga e se repousa. Agora limpo e organizado e iluminado, obrigando ou induzindo a um confronto inevitável - abrir o guarda-roupa e enfrentar o escuro- e enfrentar e devorar o que existe ali, fazer daquela potência parte de si.

A figura masculina, a feminina e o animal desenhados na parede. O afastamento do masculino, a aproximação do feminino que nos conecta com o mistério. Então um equilíbrio (ou uma busca por), destes três aspectos. G.H. chega a comentar sobre como tem em si características de ambos - masculino e feminino - e o animal?

Potência e angústia e desorientação nesse processo de busca:

"O que me acontecia? Nunca saberei entender, mas há de haver quem entenda. E é em mim que tenho de criar esse alguém que entenderá."

A diluição temporal, os devaneios seriam uma tentativa de fuga nesse processo de tomada de consciência? Uma tentativa de adiar a conclusão? Ou seria parte do processo em si, ou tudo isso junto ao mesmo tempo?
No clímax fica a reflexão de que se precisa estar em plena consciência - por mais assustador que seja o processo - não adianta nós nos colocarmos em modo automático esperando o pior passar, para só então aproveitar a conclusão. É preciso estar pleno de consciência ao passar pela transmutação.

Naturalmente o livro tem muito mais do que apenas isso. E eu espero encontrar esses mais em próximas releituras.

Sobre ler Clarice... pra mim foi uma experiência sensacional.
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Qlucas 16/07/2021

É uma obra indizível.
'...o que parece que é falta de sentido, é o sentido!'
Lido, em fevereiro, e avaliado, prematuramente, com quatros estrelas.
Venho, com humildade, em julho, reavaliar esse livro com as cincos estrelas que lhes são devidas.
A quem pretenda lê essa livro, pela primeira vez, um pequeno aviso: irá incomodar, mas vai agraciar, vai não-entender, ao mesmo tempo, compreender, vai te fazer querer lê deitado quando está sentado, e vice-versa.
danilocoutinhof 18/07/2021minha estante
Ah, meu livro




Aniquele 19/03/2021

Clarisse não é interpretação, não é entender, é sentir. E nesse livro você sente toda a poesia, sente toda a complexidade e grandeza dela. A paixão segundo GH é um livro filosófico sobre a crise existencial que o ser humano vive dia após dia, é um livro gigante, esplêndido e impactante.
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Ellieandbooks 09/05/2022

5 estrelas
182 páginas falando de uma barata e a epifania existencial que se desdobra a partir de então.
Clarice não se compreende, se sente, se enoja, se ilumina e admira.
Favorirado.
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Marina 21/07/2020

Que leitura difícil...
Em "A paixão segundo G.H.", Clarice converte prosa em poesia e nos arrasta para o seu íntimo, nos fazendo partilhar dos seus sentimentos e pensar em nós mesmos.

O enredo é muito simples: uma mulher decide limpar o quarto de sua ex funcionária e lá, encontra uma barata. Tomada pelo nojo e horror, esmaga a barata entre as portas do guarda-roupa. Com o inseto preso ali, a mulher começa a observá-lo e se vê atraída por uma força que a faz provar da massa branca do bicho esmagado.

No livro, G.H. pede ao leitor que tome a sua mão, pois ela precisa de forças para contar o que viveu. A protagonista busca desesperadamente entender o que lhe tirou da normalidade à que estava acostumada. Para ela, sentir o novo, o incontrolável, é semelhante ao horror (ou ao amor, quem sabe).

"Como se uma mulher tranqüila tivesse simplesmente sido chamada e tranqüilamente largasse o bordado
na cadeira, se erguesse, e sem uma palavra - abandonando sua vida, renegando bordado, amor e alma já feita - sem uma palavra essa mulher se pusesse calma mente de quatro, começasse a engatinhar e a se arrastar com olhos brilhantes e tranqüilos: é que a vida anterior a reclamara e ela fora".

Não é fácil ler um livro desses, nem acompanhar o fluxo de pensamento. Não há divisão de capítulos, então se pararmos a leitura, é difícil retomá-la depois.
Algumas reflexões trazidas por G.H. são tão íntimas e particulares (como a de um aborto) que existe o duplo trabalho de entender o que ela está falando e compreender o que ela está sentindo.

Logicamente, é fácil se identificar com muitos dos seus questionamentos. O que não e fácil é acompanhar o seu raciocínio à medida que expressa a sua incomodidade com a vida "em modo automático", reflete sobre a beleza e o neutro e quando se sente semelhante à barata, percebe que o animalesco é anterior ao humano. Ao tentar entender Deus e o humano, descobre o demoníaco.

Não estamos acostumados à poesia. Livros como esse exigem introspecção, dedicação e reflexão e hoje em dia é tão difícil parar a rotina corrida e fazer isso...
Depois de ler, sinto que tenho mais perguntas do que respostas. A experiência foi curiosa e de estranhamento. Espero conseguir ler novamente no futuro e perceber que amadureci a minha visão e entendimento. Por enquanto, estou cheia de dúvidas.

Alguns trechos legais (e beeem viajados):

"Perder- se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando. As duas pernas que andam, sem mais a terceira que prende. E eu quero ser presa. Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir. Mas enquanto eu estava presa, estava contente? Ou havia, e havia, aquela coisa sonsa e inquieta em minha feliz rotina de prisioneira?"

"A espirituosa elegância de minha casa vem de que tudo aqui está entre aspas. Por honestidade com uma verdadeira autoria, eu cito o mundo, eu o citava, já que ele não era nem eu nem meu".

"Embaraçada ali dentro por uma teia de vazios"

"A vida, meu amor, é uma grande sedução onde tudo o que existe se seduz".

"A barata é um ser feio e brilhante. A barata é pelo avesso. Não, não, ela mesma não tem lado direito nem avesso: ela é aquilo.
O que nela é exposto é o que em mim eu escondo: de meu lado a ser exposto fiz o meu avesso ignorado."

"Entende, morrer eu sabia de antemão e morrer ainda não me exigia. Mas o que eu nunca havia experimentado era o choque com o momento chamado ?já?. Hoje me exige hoje mesmo. Nunca antes soubera que a hora de viver também não tem palavra. A hora de viver, meu amor, estava sendo tão já que eu encostava a boca na matéria da vida. A hora de viver é um ininterrupto lento rangido de portas que se abrem continuamente de par em par".

"Eu estava sendo levada pelo demoníaco.
Pois o inexpressivo é diabólico. Se a pessoa não estiver comprometida com a esperança, vive o demoníaco. Se a pessoa tiver coragem de largar os sentimentos, descobre a ampla vida de um silêncio extremamente ocupado, o mesmo que existe na barata, o mesmo nos astros, o mesmo em si próprio - o demoníaco é antes do humano".

"O inferno pelo qual eu passara - como te dizer? - fora o inferno que vem do amor. Ah, as pessoas põem a idéia de pecado em sexo. Mas como é inocente e infantil esse pecado. O inferno mesmo é o do amor. Amor é a experiência de um perigo de pecado maior - é a experiência da lama e da degradação e da alegria pior. Sexo é o susto de uma criança."

"Minha maior aproximação possível pára à distância de um passo. O que impede esse passo à frente de ser dado? É a irradiação opaca, simultaneamente da coisa e de mim. Por semelhança, nós nos repelimos; por semelhança não entramos um no outro. E se o passo fosse dado?"

"Ah, mão que me segura, se eu não tivesse precisado tanto
de mim para formar minha vida, eu já teria tido a vida!"

"Nós somos muito atrasados, e não temos idéia de como aproveitar Deus numa intertroca - como se ainda não tivéssemos
descoberto que o leite se bebe. Daí a alguns séculos ou daí a alguns minutos talvez digamos espantados: e dizer que Deus sempre esteve! quem esteve pouco fui eu - assim como diríamos do petróleo de que a gente finalmente precisou a ponto de saber como
tirá-lo da terra, assim como um dia lamentaremos os que morreram de câncer sem usar o remédio que está."

"Ah, falar comigo e contigo está sendo mudo. Falar com o Deus é o que de mais mudo existe. Falar com as coisas, é mudo. Eu sei que isso te soa triste, e a mim também, pois ainda estou viciada pelo condimento da palavra. E é por isso que a mudez está me doendo como uma destituição."
Mada 24/07/2020minha estante
Um dos meus livros da vida!! Adorei isso de ao fim ter mais perguntas que respostas, acho que é exatamente por aí que ela queria nos levar.
Amo demais esse livro, como parte de mim, e se eu pudesse ser uma personagem de algum livro certamente escolheria G.H.


Marina 25/07/2020minha estante
Que massa! G.H. é fascinante. Eu me senti enfeitiçada pela narrativas várias vezes, mas confesso que, em algumas partes, estive totalmente ausente. Foi muito bizarro ler esse livro. Gosto disso hahahahaha.


Everton Vidal 03/08/2020minha estante
Ótima resenha. Algum dia lerei esse livro.


Marina 05/08/2020minha estante
Muito obrigada, Everton! Quando decidir ler, me conta o que achou. Gosto muito das suas resenhas :)




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