Christiane 01/04/2022
Estou estudando a questão das políticas indentitárias e destes grupos que se diferenciam do que tínhamos antes como classes sociais. A questão é que os movimentos sociais eram coletivos múltiplos movidos por um senso de luta e de conseguir melhoras para todos, como por exemplo, as lutas dos trabalhadores x patrões e capital. Atualmente vemos uma fragmentação destes grupos maiores em grupos identitários, movidos pelo ódio e ressentimento que acabam por agir da mesma forma daqueles que desejam combater, ou seja, atacam, agridem, ameaçam. Continuamos tendo lutas maiores, como o movimento negro, mas também temos muitos grupos identitários.
Este livro é um estudo sobre este tema focado na França, onde vive o autor, porém ele nos fornece ferramentas e compreensão que podem sim ser utilizadas no Brasil, uma vez que ele analisa o ser humano neste contexto, os jovens, as escolas, os trabalhadores, os emigrantes. De todos que li até o momento este foi o que mais me ajudou na compreensão do tema. O que fragmentou as classes sociais, e o que provoca esta identificação, porque ela ocorre, de onde vem tanto ressentimento e até mesmo o ódio. Quando a indignação dos movimentos sociais que geram ação em prol de todos e visando um mundo melhor, se transforma em grupos identitários e com isto impossibilitam o debate público, pois aí entram milhares de diferenças e desigualdades sociais. A identidade fixa ao invés do múltiplo, ou seja, não sou apenas isto, sou muito mais, e a incapacidade de se constituir pelo outro se voltando exclusivamente para seu próprio Eu. Como chegamos a isto e por que é o que procuro compreender.