Li 20/07/2011DESAFIO LITERÁRIO 2011 - JULHO - NOVOS AUTORES *LIVRO 5 - EXTRA*Sinopse: A famosa personagem clássica Capitu, de Machado de Assis, tinha como principal característica os dissimulados olhos de ressaca. Nesta versão de Dom Casmurro escrita por Lúcio Manfredi, o mistério por trás dos olhos de Capitu vai além, está diretamente ligado ao mar. A trama romântica agora sofre a interferência de seres alienígenas e andróides, disfarçados sob os personagens originais de Machado. Cabe ao leitor, identificar quem é quem. Bentinho não está apenas envolvido no triângulo amoroso, mas numa disputa de forças intergalácticas. Um combate entre as evoluídas civilizações reptiliana e aquática, que habitam o planeta Terra há milhões de anos.
Quem quiser que ache a ideia uma "heresia", mas eu queria MUITO conhecer os mashup novels!
Gosto de literatura fantástica. Adoro Machado de Assis. Tudo que é relacionado à vida fora do planeta me interessa. Como eu não teria gostado do livro?! O autor conseguiu inserir os elementos novos na trama de uma forma bem natural (e eles tem algum embasamento... Quem curte essas coisas vai encontrar adaptações de teorias conhecidas lá), manteve o contexto da história original na medida do possível e fez um livro bem interessante e divertido de ler. Até Simão Bacamarte, o “alienista”, tem um papelzinho na história!
E o final do livro é muito interessante!!!
Este trecho abaixo mostra como Lúcio Manfredi conseguiu inserir as modificações, sem ficar forçado... Pelo menos para mim!
“Mas não era sobre o talento poético do tio Cosme - ou antes, sobre a falta dele - que eu queria falar, e sim sobre a coisa que ele viu pela luneta na véspera da chegada dos Pádua e que, no auge dos meus devaneios sentimentais por Capitu, cheguei a considerar como um prodígio que anunciava a vinda dela, da mesma forma que a Estrela de Belém anunciara o nascimento de Cristo aos Reis Magos. Para vocês verem como o enamoramento e a heresia andam de mãos dadas. Um escritor mais talentoso do que eu poderia até dizer que apaixonar-se é criar uma religião pessoal em honra a um deus falível. Não sei por que, quando me ocorreu essa frase, imaginei que o escrito em questão teria porque de ser argentino. E cego.”
Eu achei a ideia super boa, mas não como uma forma de aproximar leitores dos clássicos. O clássico que deu origem é o clássico que deu origem, o mashup, para mim, é uma obra totalmente nova. Sei que muita gente achou a ideia absurda, mas é preciso separar as coisas (pelo menos eu fiz isso). E outra, acho fundamental conhecer a obra original, seja antes ou depois de ler o mashup, e não sei se Machado (no meu presente caso) vai ficar mais atrativo para quem tem preguiça de ler um português mais antigo, ou para quem tem preguiça de ler em geral.
Sobre o autor:
Lúcio Manfredi é escritor e roteirista de televisão. Já teve contos publicados nas antologias "como era gostosa minha alienígena", "dez contos de terror" e "galeria do sobrenatural", além dos romances "abismo do tempo" e "encruzilhada". Na TV, colaborou com o roteiro das minisséries "a casa das sete mulheres", "um só coração" e nas novelas "como uma onda" e "ciranda de pedra" na Globo.
*http://desafioliterariobyrg.blogspot.com/*