Juny K. 28/04/2011RESENHA: "O Alienista - Caçador de Mutantes" (Natália Klein)Disponivel em|: http://www.dear-book.net/2010/10/resenha-o-alienista-cacador-de-mutantes.html
Começo essa resenha no exato momento que terminei de ler "O Alienista - Caçador de Mutantes". Leitura rápida e descontraída.
O livro começa totalmente despretensioso, entre o humor e a escrita formal, entre o sério e o engraçado, abusando de referencias pop e acaba de uma maneira que surpreendeu muito (Calma! Não vou revelar spoiler! XD)
O que começa parecendo uma mega confusão, acaba prendendo o leitor na trama entre mutantes e humanos e termina por cativar. Parecia um livro totalmente despretensioso, esperava menos na estrutura da historia, que segue a base do clássico.
A obra, baseada na famosa crônica de Machado de Assis que foi um dos marcos do Realismo no Brasil, e antes de falar sobre essa versão, segue uma breve sinopse da versão que muitos já tiveram que ler para provas de literatura ou vestibulares:
Sinopse do Clássico: Trata-se da história de Simão Bacamarte, médico que se dedica a estudar a loucura e a tratar os doentes mentais. Ele se muda para uma pequena cidade e monta um hospital, a Casa Verde. Essas novidades mexem com a vida da cidade de Itaguaí. E não demorará muito até que o dr. Bacamarte, na sua constante busca da diferença entre a loucura e a razão, passe a internar gente sem nenhum sinal de loucura. Será que sobrará alguém do lado de fora da Casa Verde?
Na nova versão, adaptada por Natalia Klein, Simão Bacamarte, o alienista (mistura de alien com cientista) apresenta tendências homossexuais (muito engraçadas, com obsessão por objetos fálicos e legumes sugestivos), ao invés de doentes mentais, seus alvos são os mutantes que começam a aparecer na cidade e são levados apara sua clínica a “Casa Verde”.
“D. Evarista foi o assunto principal dos brindes, discursos, versos, metáforas – chegara até mesmo aos treding topics de Itaguá”
Personagens que merecem destaque são a D. Evarista, esposa do alienista, muito feia, um tribufú como ele mesmo a descreve. O farmacêutico Crispim, verdadeiro amor do alienista. Porfírio, o barbeiro medíocre e revolucionário.
Entre os mutantes as mutações são: homem elástico, homem coelho, um que toca e transforma tudo em ouro, dragões e etc.
Foi então que Porfírio finalmente aceitou o seu destino e vociferou:
- Eu sou o Temaki! – Como quem grita “This is Sparta!”, enquanto o povo reagia alvoroçado.
As referências pop são um caso a parte você vai morrer de rir com a relação de fatos históricos da cidade ou dos personagens com Twitter, Facebook, Google, Wikipedia, Treding Topics, Darth Vaider, Michael Jackson, enfim, muito engraçado, na dose certa!
E depois de ler essa versão super atual, deu até vontade ler o clássico original para comparar a obra, ponto para a Editora Lua de Papel que com essa coleção acaba por também ressuscitar esses clássicos que tem estigma de chatos, se comparados com os livros populares entre os jovens de nossa época.
Recomendo não só pelo teor humorístico, como também pela estrutura da obra e pelo desfecho muito criativo!