spoiler visualizarLyamel 26/01/2023
Livro que deveria ser obrigatório.
MA-NO, que livro perfeito. Se tivesse a opção de ler apenas 1 livro em toda minha vida, com certeza eu escolheria ele. Esse livro deveria ser obrigatório pra todos. Agora fiquei com vontade de presentear todos meus amigos com um desse kakakakaka. As primeiras páginas foram ótimas pra mim, agora essas últimas... era tudo o que eu precisava. Amei e super recomendo. Sem palavras!!!
Segue algumas anotações:
?Tem um erro ortográfico gigantesco na página 125 ("imcompleto").
?A verdade é o ancestral de todos os homens; a sabedoria convida a todos; não devemos deixar apenas aos maiores o monopólio das grandes citações. Perante os gênios, somos apenas crianças, mas crianças herdeiras. O que eles nos dão é nosso, pertence à eternidade; também eles o receberam. O que estava diante deles e que está acima de nós, o que Deus preparou para todos, é isso que devemos contemplar enquanto ele nos falam.
Quando leio, gostaria de encontrar no livro um ponto de partida favorável, para em seguida abandoná-lo, liberar-me dele com o sentimento de uma dívida. Tenho o dever de ser eu mesmo. Para que repetir um outro? Por pouco que eu seja, sei muito bem que Deus não faz em vão nenhum de seus espíritos; nem mesmo as coisas naturais Ele faz em vão. Obedeço a meu Mestre ao me tornar livre.
Eu vivo, não sou um reflexo, e desejo uma vida fecunda. O que não engendra não é: que minha leitura permita-me engendrar meu pensamento, à semelhança, não de meu inspirador, mas de mim mesmo! (pág. 150)
?Quem caminha sem buscar-se a si mesmo, inspirando-se na verdade e deixando a Deus a responsabilidade sobre o que virá, este é um digno pensador. (pág. 179)
?Será que uma visita ao Louvre, a audição da Sinfonia heróica ou do Édipo Rei, um passeio em Versailles num outono dourado, a simples visão de um pôr de Sol, uma comemoração patriótica no Trocadéro ou no grande anfiteatro da Sorbonne, os jogos olímpicos, um mistério em Jumiège ou no Teatro de Orange, um belo sermão em Notre-Dame são estranhos a uma especialidade, ela qual for? seja (pág. 199)
?Escolher livros, selecionar documentos, reunir notas, classificar manuscritos, colar papeletas nas margens, revisar provas, arrumar os objetos do escritório, ordenar a biblioteca, são ocupações, não propriamente trabalho.
Quando não prevemos o repouso, o repouso que não tomamos toma-nos; intercala-se sub-repticiamente no trabalho sob a forma de distrações, de sonolência e de necessidades que precisamos suprir por não termos pensado nelas no devido tempo.
o trabalho feito pela metade, que é um repouso feito pela metade e que não tem nenhum proveito. Trabalhe energicamente, depois descanse, nem que seja esse descanso relativo que prepara, secunda ou conclui o trabalho. (pág. 204)
?São Tomás explica que o verdadeiro repouso da alma é a alegria, a ação deleitável. Os jogos, as conversações familiares, a amizade, a vida em família, as leituras prazerosas cujas leis já expusemos, o convívio com a natureza, a arte amena, um leve trabalho manual, o passeio inteligente por uma cidade, os espetáculos não muito fortes nem muito excitantes, os esportes moderados: são esses nossos meios de descontração.
Ah, se pudéssemos trabalhar em meio à natureza, com a janela aberta para uma bela paisagem, numa condição em que, quando vem o cansaço, possamos espairecer alguns instantes num jardim, ou, se surge um obstáculo ao pensamento, pedir a opinião das montanhas, da assembléia de árvores ou de nuvens, dos animais que passam, em vez de nos inquietarmos amargamente, aposto que o produto do trabalho seria dobrado e seria muito mais amável, muito mais humano. (pág. 205)
?O trabalho cura os sofrimentos do trabalho e os do trabalhador; é inimigo das tristezas, das doenças e dos pecados; coloca-nos em uma alta região onde as amarguras da existência e as fraquezas do corpo encontram alívio. O ardor que comunica, o sentido que dá às energias expulsam o tédio e livram-nos das preocupações miseráveis.
Fique ocioso e apalpe seu corpo: provavelmente uma multidão de vagos desconfortos vão se fazer sentir; trabalhe com afinco e não pensará mais nisso. Podemos dizer o mesmo dos males da alma. Quando pergunto-me: "Que poderei fazer contra as preocupações e os ônus que me assaltam no trabalho?", só encontro uma resposta: o trabalho. Como reconfortar meu coração quando ele duvida de sua obra? Trabalhar. Qual o meio de resistir aos inimigos do esforço e às invejas do sucesso? Trabalhar. O trabalho é o remédio, o trabalho é o bálsamo, o trabalho é a força. Acrescente-lhe o silêncio, seu companheiro, e a oração, sua inspiradora, desfrute de uma boa amizade, se Deus o agraciar com uma, e tudo poderá vencer. (pág. 207)