Brejo das Almas

Brejo das Almas Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - Brejo das Almas


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Alvarenga 12/04/2014

Melancolia Drummondiana

Publicado em 1934, no mesmo ano em que Drummond deixaria Belo Horizonte em direção ao Rio de Janeiro, "Brejo das almas", segundo livro do poeta itabirano, é um conjunto de versos tristes e desesperançados, em que a poesia é classificada como incomunicável e o indivíduo Carlos parece sofrer de um embotamento lânguido e insolúvel. É difícil imaginar que "Brejo das almas" anteceda "Sentimento do Mundo" (1940), livro em que Drummond procura no outro a resposta para as dúvidas e crueldades da vida.

A curiosa escolha do título já parece nos dizer algo. "Brejo das almas" era o nome de um município mineiro (hoje chamado Francisco Sá) que, devido ao progresso, teve sua alcunha renomeada por nada significar e nenhuma justificativa oferecer. Essa explicação sobre o nome abre o livro e é seguida por "Aurora", poema em que 'O poeta está bêbedo, mas/ escuta um apelo na aurora:/ Vamos todos dançar/ entre o bonde e a árvore?'; mas a dança é inútil, já que 'A morte virá depois/ como um sacramento'. Esse tom desiludido permeia quase todos os poemas, e atinge seu ápice em "Soneto da perdida esperança", em que o poeta diz: 'Não sei se estou sofrendo/ ou se é alguém que se diverte/ por que não? na noite escassa'. Sentimento de não pertencimento em relação ao mundo e aos outros, tristeza incompreendida.

A mulher é vista como geradora de ilusões e contribui para o pessimismo para com a vida. "Registro Civil" diz de uma que engole seus namorados; "Convite triste" nos propõe '... xingar a mulher,/ que está envenenando a vida/ com seus olhos e suas mãos/ e com o corpo que tem dois seios/ e te um embigo também'. Mulher destruidora, fonte de dor e dúvida.

Mas, entre a maioria de poemas melancólicos e individualistas, aparece "Hino nacional", que parece destoar do conjunto. Nele, uma crítica ácida ao nacionalismo, ao embelezamento ideológico que nos diz que 'Precisamos louvar o Brasil', 'Precisamos adorar o Brasil'. A esses, Drummond responde: 'Precisamos, precisamos esquecer o Brasil/ (...)O Brasil não nos quer! está farto de nós!', e, num ímpeto em que a desilusão mais uma vez se faz presente, afirma a inexistência desse país de sonhos e questiona: 'Nenhum Brasil existe./ E acaso existirão os brasileiros?'.

"Brejo das almas" é um capítulo amargo na obra do poeta mineiro, mas, a despeito de sua desconsideração pela maioria da crítica, que apenas o vê como uma ponte entre "Alguma Poesia" e "Sentimento do Mundo", esse brejo tem alma própria, uma alma que parece ter se perdido dentro de si mesma e que só vai se encontrar no outro, em seu próprio sentimento do Mundo.
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Rafa 25/10/2021

Conteúdo impressionante, mas com texto de apoio tedioso.
Minha recomendação é: leiam e releiam os poemas, sem se importarem com o posfácio no final do livro.
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Marcelo 16/10/2021

É um livro bem pequeno, que se pode ler em um dia e conta com diversas poesias de Drummond. Creio que seja o segundo livro dele. De qualquer forma, eu continuo não conseguindo me conectar com a poesia e este livro, infelizmente, não mudou nada quanto a isso. Para a próxima experiência pretende mudar de autor. Quem sabe?
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Eduardo Santos 18/11/2021

Primeira experiência com poesia do Drummond foi bem satisfatório entender como alguns poemas podem ser revoltosos.
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rodrigueswlucas 04/03/2023

Poesia não é muito minha praia. Apesar de toda a melancolia da obra, achei interessante a experiência de leitura.
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TainA 24/04/2022

Não se mate
No brejo das almas se reflete sobre angústias da vida, como o Brasil que não existe e tampouco o brasileiro, a mulher que sempre casa com outro ou o amor que nunca é correspondido.

Nessa parte senti que a culpa é toda da mulher, senti uma carga machista que não gostei. Mas no geral concordo que o jogo do amor é sempre igual, e que não vale a pena se matar por isso.Tudo é miserável e tudo não tem graça.

Gostei muito desse livro, consegui entender e me identificar muito mais que em "Alguma poesia". Deve ser que o amor é universal, todo mundo entende.

Dei três estrelas mas esse é meu livro favorito do carlos :)?
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Leiliane R. Falcão 04/04/2013

Carlos Drummond de Andrade é um dos poetas brasileiros que eu mais me identifico. Achei Grande homem, pequeno soldado e soneto da perdida esperança os dois poemas mais lindos do livro.
Marcos.Azeredo 25/01/2020minha estante
O poeta que eu mais gosto.




lucaismaia 07/01/2024

Artista viu?! amando ler as poesias do Carlos Drummond de Andrade: crítico, sensível, maravilhoso...
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Raabe 27/02/2020

Mais um pra conta !!!
Poesia drummondiana que encanta.
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Sarah 26/04/2020

Drummond <3
Fantástico... É a única palavra que encontro para definir as palavras deste homem.
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Larissa.Guimaraes 13/01/2021

Sentimentalidade necessária
Sou extremamente suspeita para comentar sobre Drummond, mas estou apaixonada por Brejo das almas. Além de todo o encanto e toques tão característicos de Drummond, traz dois dos meus poemas favoritos: O amor bate na Aorta e Necrológio dos desiludidos do amor. Recomendo para quem já gosta e para quem deseja começar a leitura de poesia!
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Sol 04/03/2021

O amor sob o ponto de vista de Drummond, mas não só isso
Grande parte dos poemas falam sobre a pessoa amada, sobre desilusões, expectativas. Li numa sentada só, mas quero reler com calma para entender melhor a relação das imagens que os poemas criam. Não é somente sobre amor. É sobre o amor num contexto específico de vida do eu lírico. Essa capa da companhia das Letras com a obra da Tarsila diz muito sobre o Drummond, sobre a obra e sobre a época em que foi publicada (1934)
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Felip_ 18/06/2021

Melancólico Demais, aff
Não sei o que aconteceu, mas eu não gostei muito desse livro e eu amo Drummond. Acho que o sentimento de "outsider" tá muito aflorado nesse livro, o que gera uma melancolia exagerada e ingênua que me irritou em alguns momentos (falei mal do Drummond, vai fazer o quê??). Contudo, o livro tem poemas animais, e um dos meus favoritos dele que é "O Amor Bate na Aorta", um grande hipérbole do jeitinho que eu gosto
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Emanuel264 02/04/2024

Sensível, bonito e pessoal
Achei o livro lindo. Minha primeira experiência com Drummond. É um livro pessoal, ele parece escrever para si, o que torna alguns poemas monótonos e sem um sentido (nem aparente, nem subjetivo). E entre esses poemas, alguns lindos, lindíssimos. A leitura vale a pena por esses recortes. Drummond entende de colocar os sentimentos em palavras. Como alguém que ousa fazer poesia, amei ler e ter contato com ele.
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Angélica 18/07/2021

Inesperado
Comecei a ler esse livro por causa de um vídeo da Fernanda Torres recitando neurológio dos desiludidos do amor. Bem, ainda bem que comecei. Lindo, sensível, amoroso. Fala de amor, amizade, autoconhecimento essas coisas que a poesia sempre fala, mas de uma forma que só Drummond é capaz de fazer. Leia é curtinho e profundo.
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