Cris 01/12/2020Uma distopia nacional que vale a pena ser lida!"Mas em troca da paz do mundo novo, nos tiraram algo muito importante que havia no mundo antigo: o livre-arbítrio, a liberdade de ser e fazer, de escolher, mesmo que nossas escolhas fossem ruins." Pág. 52
Esta distopia se passa em Aghaia, um país que foi criado após o colapso da sociedade como conhecemos nos dias de hoje. Nesta nova sociedade, há paz, e não existe mais violência, guerra e fome. Este país foi dividido em vários distritos, e cada um é responsável por um determinado tipo de serviço.
Aghaia é governada por um rei dominador e nos distritos pouco se sabe sobre a vida na sede do Reino.
No Distrito 7, conhecemos Ellena, uma jovem que sonhava em ir para a Capital para se tornar professora. Ela e sua família trabalham 14 horas por dia, seis dias por semana em uma fábrica, e só tem os domingos para descansar.
Acontece que todos os anos, a Capital escolhe algumas pessoas dos distritos para irem morar lá e se dedicarem a outras funções de especialistas. Ellena não tinha mais esperanças de ser admitida, mas ela é surpreendida por uma convocação. Ela sabe que é sua chance de fazer algo diferente de sua monótona vida atual, mas ser admitido também significa deixar para trás sua família e amigos, sem qualquer possibilidade de contato posterior.
A partir de então, nós vemos Ellena descobrindo sobre a vida no Reino, envolvida por um outro tipo de vida, e tendo que trabalhar numa profissão, que ao mesmo tempo que é sua paixão, também impõe que ela se dedique a perpetuar o sistema que existe então.
Lendo a premissa do livro, e ao iniciar a leitura, eu não pude deixar de lembrar de Jogos Vorazes. De fato, existe muita semelhança entre as duas histórias, mas eu fiquei muito encantada com o mundo distópico que a autora criou, que tem muitos elementos interessantes. Há também uma parte que lembra o clássico “1984”, na parte de manipulação das notícias. Gostei muito da Ellena e dos membros da Realeza, que são muito interessantes.
O livro traz várias reviravoltas inesperadas e revelações surpreendentes, dando à história muita emoção e nada de previsibilidade. A autora tem uma narrativa ótima, fiquei bem envolvida pela história durante o livro todo. Há uma crítica social por trás desta história, e não pude deixar de pensar em nossa própria sociedade atual.
Uma das coisas que eu mais gostei também foi do destaque que é dado aos livros e aos escritores, que têm papel fundamental nesta sociedade. E fiquei pasma com o final, que terminou muito abruptamente, deixando a trama em suspense.
A única coisa que não me agradou no livro foi um certo triângulo amoroso que se formou, mas isso é só porque geralmente eu não gosto deste tema em leituras mesmo. Também gostaria de mais explicações sobre os outros distritos, tomara que a autora mostre mais sobre eles nos outros livros. De resto, eu adorei o mundo criado pela autora.
Aguardo ansiosa pela continuação da trilogia.
"'Você não pode desejar o que não conhece'
'Nada é o que parece'" Pág. 53
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