Flavio Assunção
06/02/2013Terceiro livro de John Katzenbah que leio, "A História de Um Louco" fala basicamente sobre Francis Petrel, um ex-paciente do manicômio Western State Hospital e que, vinte anos após ser liberado, convive com as lembranças de um assassinato ocorrido na época em que lá esteve.
Alternando entre o presente e o passado, com narrativa em terceira e primeira pessoa, respectivamente, o autor tenta fazer o leitor ingressar no universo da loucura, na mente de pessoas mentalmente destroçadas. Em até certo ponto ele consegue fazê-lo. O problema é o quão demasiado longo a história é. O caso em si não necessitava de quase 500 páginas em letras miúdas para ser contada. O que nos sobra é um livro maçante, repetitivo e que dá nos nervos a todo o momento.
É claro que muitas passagens são memoráveis e o próprio universo do manicômio agrada. Mas é impossível digerir uma leitura tão minimamente detalhista, com diálogos monótonos, personagens que não cativam em nenhum momento e um final deveras decepcionante. É de deixar de queixo caído o modo como o autor prepara o terreno durante todo o livro para expor o assassino no final, quando o que ele faz foge totalmente a isso. É de deixar qualquer um furioso.
"O Analista", do mesmo autor, foi um dos melhores livros que tive a oportunidade de ler. Pensei ter encontrado um novo autor favorito, mas a verdade é que apenas me decepcionei. Primeiro com "Rota de Sangue" e agora com este. "A História de Um Louco" só vale mesmo pela ambientação, pois todo o resto deixa a desejar. Agora só sobram poucas opções em português do autor, mas que certamente lerei, torcendo para não receber mais um balde de água fria.